terça-feira, 20 de setembro de 2011

Chico Landi









Francisco Sacco Landi, ou melhor, "seu" Chico Landi, é um nome que dispensa comentários. Um dos grandes nomes do automobilismo brasileiro - ou talvez o maior - , foi o primeiro brasileiro a pilotar um F1. Ao todo, disputou 6 Gp's, e mostrou o caminho para os pilotos brasileiros que tinham interesse em correr no velho continente.

Diante da grande importância de seus feitos e de sua longa carreira, esse post ficará limitado às participações de Chico Landi em edições das Mil Milhas Brasileiras. O primeiro piloto a liderar uma Mil Milhas foi Chico Landi. Após a largada da 1ª edição - em 1956, quando dividiu a pilotagem com Jair de Mello Viana - a bordo de sua carreteira preta nº 70 -, ele tomou a liderança e disparou na frente, imprimindo um ritmo tão forte que foi suficiente para marcar a melhor volta da corrida, com o tempo de 4min16s. Porém, o motor não aguentou o esforço e fundiu após 15 voltas.

No ano seguinte, a maior polêmica da prova. Chico Landi dividiu a pilotagem da carreteira Chevrolet nº 82 com José Gimenez Lopes e conquistou a vitória na pista. Porém, dois dias depois da corrida, foram desclassificados. O motivo: Já na segunda volta da corrida, a carretera passou pela frente dos boxes com as luzes traseiras apagadas, o que era proibido. Após tomarem conhecimento do problema, os responsáveis pela fiscalização da prova determinaram que Gimenez tinha que realizar uma parada nos boxes para efetuar os reparos necessários nas lanternas traseiras. Isso em no máximo 5 voltas. Porém, Gimenez só se dirigiu aos boxes após completar 9 voltas, causando a maior polêmica entre os outros competidores, que pediram pela desclassificação da dupla na prova. No fim das contas, a Landi e Gimenez puderam prosseguir na corrida, depois de realizados os reparos nas lanternas. Ganharam na pista, mas não levaram a vitória.

Em 1958, formou dupla novamente com José Gimenez Lopes. Pilotando a carreteira Chevrolet nº 82, alcançaram a 2ª posição na classificação final, com uma desvantagem de 8 voltas para os vencedores. No ano seguinte esteve ausente da disputa, e seu sobrinho, o grande Camilo Christófaro, dividiu a condução da carreteira Chevrolet com Gimenez em seu lugar. Alcançaram a 2ª posição na classificação geral.

A vitória finalmente viria em 1960. Neste ano, Landi dividiu a pilotagem de um FNM JK 2000 (de 150 cavalos de potência) com o saudoso Christian "Bino" Heins, que viria a falecer 3 anos depois durante as 24 Horas de Le Mans. O interessante dessa parceria é que Heins inicialmente correria em dupla com Eugênio Martins em um DKW da recém criada Equipe Serva Ribeiro, comandada pelo saudoso Jorge Lettry. Porém, durante os treinos, Heins se desentendeu com Lettry e abandonou o carro sem dar uma volta sequer. Então, passou a fazer dupla com Landi no FNM JK nº 28 e acabaram por vencer a prova. Na hora da bandeirada, Heins quis passar o volante para Chico Landi, que prontamente recusou, afirmando que sua participação na prova foi maior nos boxes do que na pista.

No ano seguinte, refez a parceria com Christian Heins, novamente em um FNM JK. A vitória parecia estar se desenhando novamente, pois quando ocupavam a 4ª posição, a carretera de Camilo Christófaro/Celso Lara Barberis que liderava e o FNM JK de Ciro Caires que estava em segundo, abandonaram faltando poucas voltas para o fim. A liderança ficou então com os gaúchos Orlando Menegaz e Ítalo Bertão, que nas última voltas enfrentaram a resistência dos pilotos paulistas. Ao saberem que a dupla gaúcha havia assumido a liderança, os paulistas retardatários na prova passaram a fechar as investidas de ultrapassagem dos gaúchos, enquanto ao avistar Christian Heins, "encostavam" para lhe dar passagem. No fim da contas, esse expediente não foi suficiente para mudar a liderança, pois a dupla Menegaz/Bertão chegou com uma vantagem de 12 segundos sobre Landi/Heins. E esta acabou sendo a última participação de Chico Landi nas Mil Milhas.

Chico faleceu em 7 de junho de 1989 na cidade de São Paulo, aos 81 anos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O eterno seis canecos

















Este post é dedicado a um dos maiores clássicos da indústria automobilística brasileira: O Chevrolet Opala. Produzido durante 24 anos (1968 - 1992), o Opala foi durante muitos anos o carro mais luxuoso e desejado do Brasil, tendo destaque tanto nas ruas, como nas pistas. Por ter uma mecânica resistente e de fácil manutenção, pouco tempo após seu lançamento, passou a ser utilizado nas competições, onde atingiu inúmeras vitórias e resultados expressivos.

Na prova mais importante do automobilismo nacional, a história não foi diferente. Foram nada menos que 8 vitórias na categoria geral, obtidas somente nos anos 80, quando o veículo dominou o cenário automobilístico nacional. Com a liberação da participação de veículos importados, no início dos anos 90, a concorrência desigual fez com que o Opala perdesse as chances de vitória. mas como diz o ditado, quem é rei nunca perde a majestade. E com certeza continuará sendo um dos veículos mais cultuados pelo brasileiro por muito tempo.

Dados de participações de Opalas nas Mil Milhas de Interlagos:

1ª Participação:

1970 - Pedro Victor Delamare e Artur Bragantini - Chevrolet Opala 3900 - 19º lugar

1ª Vitória:
1981 - Affonso Giafone Jr., Zeca Giaffone e Chico Serra - Chevrolet Opala 4100 Stock Car

Última participação:

2005 - Guido Borlenghi, Jonatas Borlengui e Arquimedes Delgado - Chevrolet Opala V8 - 57º lugar

Total de Vitórias e pódios:

8 Vitórias (1981, 1984 à 1989)

8 Vezes segundo lugar: (1981 à 1988 e 1990)

11 Vezes terceiro lugar (1970, 1981 à 1990 e 1993)