segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Série Nomes que fizeram/fazem a história da Stock Car - Parte X: Felipe Maluhy


A série sobre os pilotos da Stock Car chega à nona parte, trazendo a retrospectiva da carreira de um piloto que já foi postulante ao título em mais de uma ocasião. Trata-se do paulista Luis Felipe Klinkert Maluhy. Ou simplesmente, Felipe Maluhy.

Nascido em 20 de julho de 1977, Felipe estreou no automobilismo no ano de 1997, na extinta Fórmula Chevrolet, após boas participações no Kart. Em 1998, seguiu o caminho da grande maioria dos pilotos brasileiros, indo buscar seu espaço em categorias europeias, como a Fórmula Palmer Audi, onde se destacou sendo o melhor estrangeiro, ao terminar no 8º lugar no campeonato.

Mas sua estreia pela Stock ocorreu em 2001, quando passou a dividir os boxes da então Scuderia América Online (posteriormente Scuderia 111) com Nonô Figueiredo, mas especificamente na 5ª etapa daquela temporada, a fatídica corrida disputada em Brasília na qual o piloto Laércio Justino faleceu após bater contra um guincho na entrada da reta dos boxes. Apesar do clima triste e de ser uma estreia, Felipe conseguiu fazer um bom treino, ao conquistar a 11ª posição no grid. Na corrida, enfrentou problemas, tendo que abandonar faltando 7 voltas para o final. Ainda disputou mais algumas corridas naquele ano, e chegou a marcar 1 ponto, com o 10º lugar obtido na etapa disputada em São Paulo. Posteriormente, foi substituído por Gualter Salles, que voltava a Stock após disputar provas na antiga Fórmula Mundial (ex-Cart).

Ausente em 2002, Felipe voltou a disputar um corrida na Stock em 2003, quando substituiu David Muffato (que se sagraria campeão daquele ano) na 6ª etapa, disputada em Interlagos. Na ocasião Muffato havia recebido uma suspensão de 02 corridas pelo entrevero que tivera com Pedro Gomes na etapa de Londrina, mas posteriormente sua pena foi reduzida para 01 corrida. Felipe chegou a liderar o último treino livre, e na classificatória foi o 7º melhor colocado, à frente até mesmo do companheiro de equipe (Repsol-Boettger) Raul Boesel, que largou em 14º. Entretanto, na corrida, ficou fora dos 15 primeiros colocados.

A sua próxima participação ocorreu na 6ª etapa de 2004, disputada em Interlagos, quando substituiu Valdeno Brito na vaga da equipe Nascar Competições, de Aloísio Andrade Filho, haja vista que Valdeno estava brigando pelo título da Fórmula 3 Sulamericana, e resolveu concentrar seus esforços na categoria. A volta de Felipe começou muito bem, pois logo de cara conquistou a pole position. No entanto, acabou sendo excluído da corrida após ser considerado culpado pelo acidente que alijou Adalberto Jardim da disputa. Mas a temporada 2004 também lhe reservou bons momentos, pois chegou ao pódio 02 vezes, com os terceiros lugares em Curitiba (7ª et) e Interlagos (12ª et). No final, terminou o campeonato na 14ª posição, com 49 pontos, mesmo tendo participado apenas de 07 etapas.

2005 foi o primeiro ano em que Felipe disputou uma temporada completa da Stock, desta vez pela equipe Terra - Avallone, à bordo do estreante Mitsubishi Lancer, sendo companheiro de equipe do também estreante Christian Fittipaldi. O melhor resultado daquela temporada foi o 3º lugar obtido na 3ª etapa, disputada no saudoso Jacarepaguá. No final, marcou 43 pontos, terminando na 18ª posição da classificação final.

Em 2006 repetiu a parceria com a equipe Terra - Avallone e com Fittipaldi, e o início da temporada foi promissor, assim como o restante dela. Na 1ª etapa, disputada em Interlagos, conquistou a pole position, e terminou a corrida na 4ª posição. Ainda conquistaria a pole em mais 02 oportunidades: na 10ª etapa, disputada na Argentina (foi o 2º colocado na corrida) e na 12ª etapa, disputada em Interlagos. Esta temporada marcou também a estreia do Play-off (uma imitação mal sucedida do sistema de disputa da Nascar), e Felipe terminou na 4ª posição, sendo que chegou à última etapa com reais chances de ser campeão.

No ano seguinte teve uma temporada de resultados um pouco mais discretos, mas sempre mantendo a constância, que o levou a se classificar novamente para o Play-off e terminar o campeonato na 4ª posição. Naquele ano, o resultado mais destacado foi o 2º lugar conquistado na 1ª etapa, disputada em Interlagos.

Já 2008 foi um ano repleto de problemas, que o impediram de conquistar bons resultados, tendo em vista que marcou apenas 24 pontos. Nesta temporada, seu companheiro de equipe foi o então vice-campeão da categoria, Rodrigo Sperafico. O melhor resultado daquele ano não foi obtido na Stock, mas sim na TC 2000 Argentina, com o 4º lugar nos 200 km de Buenos Aires, em dupla com o veterano Guillermo Ortelli em um Renault Megane. Outro episódio de destaque foi o acidente em que se envolveu com Norberto Gresse, na última etapa daquele ano, quando o carro de Gresse sofreu um grave incêndio.

O ano de 2009 marcou o início de várias mudanças na Stock, inclusive nos bólidos utilizados, com a substituição do antigo projeto de 2000 pelo modelo que até hoje disputa a categoria, fabricado pela empresa de Zeca Giaffone. E mudou também o patrocínio da equipe Avallone, que desde 2004 era patrocinada pelo Portal Terra. O ano para Felipe foi mais discreto ainda, pois marcou apenas 14 pontos, tendo como melhor resultado o 6º lugar obtido na etapa de Salvador, que fazia sua estreia na categoria.

A temporada 2010 foi marcada pela 1ª vitória de Felipe na Stock, obtida na 4ª etapa, disputada no então agonizante Jacarepaguá. À bordo do Vectra da equipe Officer Pro GP, de Duda Pamplona, Felipe ultrapassou o pole Allan Khodair na 12ª volta, assumindo a liderança, que seria perdida na 27ª para Átila Abreu. Entretanto, numa manobra ousada, Felipe recuperou a liderança pouco depois para não mais perdê-la, e recebeu a bandeira quadriculada antes de todos pela 1ª vez na categoria. Pela terceira vez se classificou para o Play-off, terminando o campeonato na 6ª colocação, com 230 pontos.

No ano seguinte, repetiu a parceria com a equipe de Pamplona, e teve como melhores resultados 02 quartos lugares, obtidos nas etapas disputada no Velopark/RS. 2011 também marcou o fim do Play-off, e Felipe terminou a temporada na 11ª posição, com 65 pontos marcados.

O ano anterior foi a última temporada completa do piloto na Stock, pois em 2012 não conseguiu fechar com nenhuma equipe para a temporada completa. Mas, às vésperas da 1ª etapa, terminou acertando com a equipe Bassani Racing, de Eduardo Bassani, pelas 02 primeiras corridas. Cumprido o acordo, ele só voltaria a correr na 7ª etapa, pela equipe Full Time, em virtude da suspensão sofrida por Marcos Gomes. A volta durou até a 9ª etapa, quando foi substituído por Rubens Barrichello, que fazia sua estreia na categoria, após disputar a temporada da Fórmula Indy. Assim, em 05 corridas, Felipe ainda chegou a marcar 28 pontos.

Ausente em 2013, o piloto voltaria a ocupar um cockpit da Stock em 2014, na 1ª etapa da temporada, que seria disputada no formato de duplas. Na ocasião, dividiu um dos bólidos da equipe Hot Car com Raphael Matos, terminando num discreto 17º lugar. Infelizmente, Felipe não voltaria mais a disputar uma corrida naquela temporada.

A última participação do piloto ocorreu na 1ª etapa deste ano, disputada em Goiânia, novamente na corrida de duplas. Mas desta vez Felipe não era o convidado, e sim o titular da equipe Pro GP, de Duda Pamplona. Na ocasião, o convidado foi o ex-Stock Xandynho Negrão, que não chegou a pilotar, pois o bólido apresentou problemas de motor ainda nas primeiras voltas.


2005

2006

2007

2008

2008

Durante o incrível acidente em que se envolveu com Norberto Gresse, na última etapa de 2008.

2009

2009

Comemorando a vitória em Jacarepaguá - 2010

Carros da Bassani, em 2012

Correndo pela Full Time, no fim de 2012

Na corrida de duplas de 2014, com Rapha Matos

Durante os treinos coletivos da pré-temporada, em Curitiba/2015

domingo, 13 de dezembro de 2015

Néstor Girolami e a Stock Car


Na última semana, o piloto argentino Néstor Girolami confirmou sua participação na 12ª e última etapa deste ano da Stock Car, no lugar do suspenso Rafa Mattos. Mais ainda, Girolami confirmou também que vai ser o titular do mesmo cockpit na próxima temporada, sendo companheiro de equipe de Vitor Genz (ex-Boettger e Gramacho) na Carlos Alves Competições.
 
Girolami, apesar de ser relativamente jovem, possui várias participações nas maiores categorias do automobilismo argentino, tais como Fórmula Renault, Top Race, TC 2000, Súper TC 2000, Turismo Nacional, TC Pista e Turismo Carretera, sendo que sua maior conquista foi o título do ano passado da Súper TC 2000. É sem dúvidas um dos grande nomes da nova geração do automobilismo hermano.

Assim como falei no mês passado acerca da participação do seu compatriota Mauro Giallombardo, vislumbro que o ingresso dos pilotos argentinos na Stock pode representar uma oportunidade de maior interação entre o Brasil e Argentina, o que pode gerar benefícios para ambos os lados, tendo em vista que o esporte a motor em ambos os países é muito forte, mas cada um possui seus pontos deficientes, os quais, mediante este verdadeiro intercâmbio, podem ser melhorados. Uma prova disso é a tecnologia empregada em nossos bólidos de corrida, que em muitas categorias se revela superior aos bólidos argentinos. Outro ponto de disparidade diz respeito aos autódromos. Enquanto nós possuímos poucas praças para a prática do esporte, e a cada dia busca-se acabar com elas (leia-se Jacarepaguá, Brasília e Curitiba), lá são inúmeros os autódromos, espalhados pelo país. É certo que em muitos as condições de segurança deixam a desejar, mas esse é um ponto que pode ser corrigido utilizando-se exemplos nacionais como Interlagos e Curitiba.

Enfim, sem mais delongas, é interessante ver pilotos de outros países participando da categoria mais forte de nosso automobilismo, assim como é igualmente interessante ver nossos pilotos disputando campeonatos no mundo inteiro, o que proporciona uma grande troca de experiências e aprendizado, fazendo que o nível das competições se eleve e fortaleça esse esporte tão fascinante que é o automobilismo.

Foto: Rodrigo Berton/Grande Premio



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Protótipo Minelli-Ferrari


O post de hoje é sobre o Protótipo Minelli - Ferrari, bólido de corrida construído pela Minelli Car, tradicional empresa fabricante de peças e carros de corrida. O protótipo em questão era equipado com a mecânica de uma Ferrari 348 destruída em um acidente de rua, e fez sua primeira participação em uma Mil Milhas no ano de 1996, quando largou entre os 10 primeiros, mas abandonou a prova logo no início.

A segunda participação ocorreu no retorno da prova a Interlagos, em 1998. Na ocasião, o carro foi conduzido pela dupla Waldir Antonio da Silva / Christian Conde, tendo largado na 12ª posição com o tempo de 1min50s516. A participação na prova novamente foi curta, haja vista que a disputa terminou para o bólido com 14 voltas completadas, ficando em penúltimo lugar entre os 39 carros que largaram. Infelizmente, não possuo mais informações sobre esse carro.

Disputando a prova em 1998

Na parte de cima da foto, no meio dos Aldee's RTT - 1996

 Fonte: Arquivo pessoal de Napoleão Ribeiro (muito obrigado mais uma vez Napoleão!)