quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Honda Civic Si 2008 de Luiz Cláudio Leão: Um semi-pista feito de detalhes


O destino do ser humano é um aspecto que causa controvérsias desde que o mundo é mundo. Afinal, nossos caminhos são pré-concebidos, traçados desde o início, ou de fato somos os arquitetos de nossa trajetória? Prefiro acreditar que somos a mistura desses dois elementos, ora agindo, ou cumprindo desígnios maiores.

Mas tem certas coisas que já vêm no sangue, e esse é o caso da paixão de Luiz Cláudio Leão, de 26 anos, por carros, mecânica e esporte a motor. Nascido em Jacksonville, Flórida (EUA), mas criado em nossa capital, suas influências vieram de família, pois seu avô, Sr. Luiz Cláudio Leão (Lulu Leão), sempre se dedicou a modificar os carros e barcos que teve, sendo inclusive um dos primeiros clubistas da Sports Car Club of America, quando morou nos EUA. No mesmo caminho, está seu tio-avô, Sr. Mariozinho Leão, que é colecionador de carros antigos, dono de um acervo de raridades (na sua garagem estão clássicos como: Cadillac Fletwood 2 portas 1959; Rolls Royce Silver Cloud 1962; Rolls Royce Silver Dawn 1953; Bentley S2 1959, Delage D8 1938 e Jensen Intercerptor), e tanto entende do riscado, que é considerado uma enciclopédia do antigomobilismo mundial. E seu pai, Sr. Luiz Paulo Leão, começou a pilotar com 16 anos de idade, tendo participado de inúmeras categorias durante 40 anos de carreira, tais como: Pernambucano de Kart, Divisões 1 e 3, Fórmulas VW e Ford, Spyder Race SP e PE, Copa Corsa e corridas de longa duração.

Nessa família com gasolina no DNA, Luiz Cláudio não poderia ter seguido outro caminho, não é? Tanto o é, que seu pai o ensinou a dirigir cobrando o punta-taco, já na pegada de quem sabe como tirar o máximo que um carro pode proporcionar. Porém, o ponto central dessa matéria não é a família do nosso amigo, assunto este que ficará para uma postagem mais completa adiante, mas sim, o Honda Civic Si de Luiz Cláudio, preparado para andar muito bem, dentro e fora das pistas.

Trata-se de um exemplar ano 2008, adquirido em agosto de 2019 de um amigo irmão seu de Recife/PE, que o havia comprado no ano de 2014. Desde essa época, seu atual proprietário acompanha o desenvolvimento do bólido, sendo que a maior parte das modificações fora feita quando o veículo ainda estava em Recife/PE. Atualmente, o carro conta com 207 HP e 21 kgfm no motor 2.0 16v, além dos seguintes itens:

1. Coletor de escape 4x1 Skunk2 Alpha
2. Escape Skunk2 Megapower R
3. Intake (admissão de ar frio do motor) customizada (réplica da versão de competição da Honda, a Mugen)
4. Coletor de admissão RSP (da versão do Honda Civic Type R europeu)
5. Bicos injetores Grams, com 650cc de vazão
6. Bomba de combustível Walbro 455
7. Velas grau 9
8. Injeção eletrônica de combustível acertada por sistema Hondata, para rodar no etanol
9. Alavanca de câmbio short shifter
10. Cilindro mestre de embreagem preparado
11. Conjunto de freio completo do Honda CRV, que conta com pastilhas de composto agressivo e linhas de freio com malha de inox, por onde passa o fluído apropriado para altas temperaturas
12. Buchas de poliuretano em toda a suspensão, que conta com molas Tein (de maior carga) e amortecedores trabalhados
13. Rollcage (gaiola de proteção) intermediária
14. Barra anti-torção dianteira
15. Bancos concha com cintos de segurança de 05 pontos
16. Prisioneiros de roda forjados, da ARP
17. Espaçadores de 15 mm na dianteira
18. Sonda lambda Wideband
19. Lungnuts (porcas de roda) forjados

Na parte estética, o Honda prata conta com rodas do Mitsubishi Lancer Evolution VII, faróis padrão norte-americano, com setas na cor âmbar, além de emblemas vermelhos da montadora (originalmente da linha Type R). Para o futuro, estão planos de desenvolvimento da suspensão, mediante a utilização de braços traseiros superiores regulares, para acertar a cambagem das rodas, e instalação de barras estabilizadoras com maior espessura.

No motor, a ideia é mantê-lo aspirado, mas com modificações como instalação de bomba de óleo da versão Type R (por trabalhar bem até 9000 rpm e diminuir a resistência no conjunto mecânico, por não ter os eixos balanceadores, diferentemente da bomba de óleo original), alívio do volante do motor, comando de válvulas "drop in" e relação final do diferencial encurtada, com a 6ª marcha do Type R e eliminação do overdrive, deixando a relação muito mais agressiva. No mês de agosto, o Civic foi levado para correr em um evento de trackday disputado no Kartódromo Paladino, em Conde/PB, tendo registrado o tempo de 1m07s3, na segunda bateria. Com as próximas alterações, o objetivo é chegar na casa de 1m05. 

Pois bem, caro leitores, hoje contamos a história de um carro que embeleza e faz sucesso nas ruas de Maceió/AL, cujo dono é um aficionado por automobilismo e mecânica desde criança, e que não poderia deixar de fora deste espaço. Fiquem com algumas fotos retiradas do Instagram (@garagemdoleao) de seu dono:





domingo, 6 de setembro de 2020

Opala Hot Car na Mil Milhas de 1990


No início dos anos 80, a extinta categoria Divisão 3 fora reeditada sob a denominação Hot Car. As provas eram disputadas regularmente em Interlagos, porém, houve rodadas no saudoso Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro/RJ. Eram Opalas, Gol's e Passat's com forte preparação mecânica e modificações na carroceria (lataria substituída por fibra de vidro, pneus mais largos, etc), visando a diminuição de peso e ganho aerodinâmico.

Em 1990, o Chevrolet Opala nº 81 do trio formado por Roberto Breitenweser, Osvaldo Batiston Filho e Archimedes Esperidião, fora preparado para disputar a divisão Hot Car da Mil Milhas Brasileiras, que na ocasião, utilizava pela primeira vez o atual traçado de Interlagos, após as reformas que visaram trazer a Fórmula 1 de volta à São Paulo/SP. Na prova, o bólido amarelo alcançou a 12ª posição, com 309 voltas completadas, em um grid formado por 49 carros, dos quais, apenas 16 cruzaram a linha de chegada.