terça-feira, 23 de abril de 2024

Avallone Especial/Lola - Mil Milhas de 1992

Cada edição das Mil Milhas Brasileiras, sobretudo dos anos 80 e 90, é uma caixinha de surpresas. Digo isso porque em várias oportunidades, pude descobrir as participações de carros e pilotos que eu não fazia ideia que tinham ocorrido.

Um exemplo disso foi com o Avallone Especial, cuja existência veio à tona para mim após uma publicação feita pelo meu amigo Zé Carlinhos em seu perfil no Instagram (@zecarlynfotografias), que nos presenteia com suas verdadeiras pinturas históricas, registradas no "tempo do negativo", como ele próprio nos diz.

E com a força do irmão Rodrigo Carelli, do //blogdocarelli.blogspot.com, que já é um almanaque no automobilismo, pudemos saber um pouco mais sobre a história desse episódio da prova.

O bólido em questão era baseado no protótipo Lola, e teve sua carroceria reformada pelo mago Tony Bianco, com a utilização de aerofólio regulável e lateriais construídas com alumínio de aviação. Naquele ano de 1992, foi inscrito na prova pela dupla Adalberto Ayres Junior, mais conhecido como "Chupeta" (falecido em 2007, com apenas 48 anos, vítima de AVC) e Ângelo Leuzzi (falecido em 22 de abril de 2020, em virtude de um infarto fulminante. Leuzzi foi o fundador da extinta casa de shows paulistana Rose Bom Bom), mas a participação na prova durou apenas algumas poucas voltas.


Mil Milhas de 1992 - Foto: Zé Carlinhos







segunda-feira, 8 de abril de 2024

Chevrolet Vectra Turismo 5000 Pernambuco

Conheci a Stock Car em meados de 2000, e nessa época, a categoria estreava a bolha do Chevrolet Vectra montada sob chassi tubular e movida pelo tradicional motor seis cilindros de 4.1 litros. Naturalmente, além deste fator pista, o modelo em questão chamava muito a minha atenção pela elegância e inovação de suas linhas, além da potência desenvolvida pelos motores originais de 2.0 e 2.2 litros. Confesso, até hoje sou fã do Vectra e ainda pretendo ter um em minha garagem.

Mas tirando a Stock Car, considerando as peculiaridades indicadas acima (bolha de fibra de vidro), há que considerarmos que trata-se de uma fórmula (monobloco e motor original) pouco adotada nas competições nacionais, diferentemente do Omega, que foi amplamente utilizado nas categorias de turismo desde os anos 90.

E isso sempre foi um aspecto que me chamou a atenção, inclusive quando recebi do grande amigo e piloto Rômulo Amorim, um grande arquivo de fotos de corridas disputadas em Caruaru e Fortaleza, nos anos 90 e início dos anos 2000. No meio dessas fotos, estavam imagens de um lindo Vectra branco, pilotado por Milton Magalhães Neto, cuja história Rômulo me contou da seguinte forma.

Trata-se de um modelo equipado com motor 2.0, cujo peso total era de cerca de 900 kg, alcançado em virtude do alívio de peso obtido com a troca do capô e das portas por peças feitas de fibra de vidro, embora contasse com o monobloco original. Este carro foi preparado para correr na categoria turismo, porém, fora impedido em virtude da motorização mais potente em relação aos demais concorrentes.

A solução foi inscrevê-lo na categoria turismo 5000, que abrigava os antigos Opalas da extinta categoria Stock Car. Após várias vitórias, Milton Neto e seu Vectra foram campeões do ano de 2005, com sólido domínio sobre os concorrentes. Porém, estes mesmos concorrentes se atentaram para o fato de que a vantagem obtida decorria também do baixo peso do carro, comparado aos 1000 kg mínimos dos demais, o que levou ao impedimento de o Vectra ser utilizado na temporada de 2006.

Fotos de Antônio Prego