domingo, 1 de novembro de 2015

Opala Biturbo Nitro de César Degreas: Uma verdadeira lenda da arrancada brasileira


O post de hoje é dedicado a falar um pouco sobre um dos carros que podem ser considerados lendas da arrancada no Brasil. Estamos falamos do Opala Biturbo Nitro de César Degreas, carro que assombrou a concorrência entre a metade da década de 90 e 2006.

O Opala em questão trata-se de um exemplar ano 1981, carroceria coupê, que teve vários pontos da carroceria aliviados, como por exemplo, a substituição do capô, para-lamas dianteiros e para-choque por uma peça única, em fibra de vidro, como forma de diminuir o peso e aumentar o desempenho. Mas a característica mais marcante do bólido era mesmo o motor seis cilindros equipado com duas turbinas .70 (expostas no capô), além de injeção de nitro, o que lhe garantia 1.050 cv com 2,8 kg de pressão. Toda essa potência era "domada" por um câmbio automático powerglide, com 02 (duas) marchas, aliado ao cardã original (!!!) encurtado. No motor, o virabrequim era original, somente balanceado e aliviado no peso, com pistões e bielas forjadas. Numa ficha técnica resumida, podemos descrever alguns itens do Opala da seguinte forma:

Motor: GM seis cilindros em linha 4.1
Alimentação: carburador Holley Quadrijet 950 cfm
Comando de válvulas, balanceiros e tuchos roletados
Transmissão: câmbio automático de 02 marchas
Freios: discos sólidos na dianteira, sem o sistema na traseira, somente auxiliado por um pára-quedas
Pneus Hoosier com rodas Weld aro 15

Depois de disputar provas em Interlagos desde 1996, o Opala ficou guardado por alguns anos, até retornar na 3ª etapa do campeonato paulista de 2003. Nesse meio tempo, mais precisamente em outubro de 1998, durante o 2º Festival Brasil x EUA de Arrancada, o Opala sofreu sérias avarias após bater no muro, depois de um burnout, o que impossibilitou sua participação no festival brasileiro em dezembro daquele ano. A volta não poderia ter sido melhor: vitória na categoria TTN (Tração Traseira Nitro). Naquele ano, César e seu Opala foram campeões nas categorias Força Livre e TTN do Paulista de Arrancada, e ainda, levou o título do Festival Força Livre de Arrancada, na categoria Estruturada. No ano seguinte, também foi campeão do Festival, só que dessa vez na categoria Pro Mod.

A despedida do Opalão se deu em maio de 2006, durante a 2ª etapa do Paulista. Depois de tantos anos competindo, a estrutura do carro já apresentava sinais de fadiga e desgaste, ao contrário do motorzão GM 6 cil, que esbanjava potência. Então, Degreas anunciou que aquela era a última prova do bólido, cuja mecânica foi transferida para o Dragster Light que acabara de construir. Mas a despedida foi em grande estilo, pois faturou a categoria Força Livre com a marca de 6,208 s no percurso de 201 m, tempo que seria o seu recorde definitivo. Na última puxada da prova, o Opala acabou tendo problemas, forçando Degreas a abortá-la. No entanto, o que se viu nas arquibancadas não foram os habituais xingamentos ou provocações do público naquela época, mas sim o respeito e admiração do público pelo carro e piloto - uma das figuras mais simpáticas da arrancada -, que aplaudiu de pé a ambos.

Como foi dito, a mecânica do Opala foi transferida para um Dragster, enquanto a carroceria estava à venda até pouco tempo no site www.autodynamics.com.br. E assim, o Opala de César Degreas gravou seu nome na história da arrancada, por tantos anos de disputas na pista, vários títulos, recordes quebrados e pela incrível potência do Chevy 6 cilindros, auxiliado por duas enormes turbinas que rasgavam o capô, dando um visual ainda mais forte ao bólido.









2 comentários:

  1. nossa , se loko , bons tempos quando rolava arrancada de domingo em interlagos e se via carros bem competitivos

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