sábado, 27 de fevereiro de 2016

Tony Kanaan e as Mil Milhas Brasileiras


Tony Kanaan é um dos pilotos que incontestavelmente integra o seleto grupo dos brasileiros que conseguiram se firmar no automobilismo norte-americano, algo nem um pouco fácil, levando em conta as peculiaridades do esporte a motor daquelas bandas. Uma delas diz respeito aos circuitos ovais, que para alguns são impressionantes, para outros entediantes. Mas Tony conseguiu se sobressair aos demais, tanto que foi campeão na Indy Lights (1997) e na IRL (2004), sem contar as inúmeras vitórias que construíram sua carreira de quase 20 anos nos EUA. Ah, e não poderíamos esquecer a tão sonhada vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, que finalmente foi alcançada em 2013.

Mas nem por isso o grande Tony deixou de escrever seu nome na tradicional Mil Milhas Brasileiras. Sua relação com a prova começou no ano de 1994, edição esta verdadeiramente histórica por conta da participação de vários pilotos de renome internacional, bem como pelas máquinas inéditas que participaram – ou pelo menos treinaram – da corrida. A bordo de um Chevrolet Opala Stock Car, formando trio com os experientes Ênio Di Bonito e Renée Vanucci, Tony alcançou o 14º lugar na classificação geral, com 314 voltas completadas.

A próxima participação só veio ocorrer 07 anos depois, quando a Mil Milhas retornou para o Autódromo de Interlagos, depois da experiência em Curitiba (1999). Em 2001, Tony dividiu a condução do Protótipo Holywood/BMW com Felipe Giaffone, Flávio de Andrade e Ruyter Pacheco. No grid, o bólido alcançou a 2ª melhor marca, com o tempo de 1min40s471, porém, Kanaan não teve tempo de treinar com o carro, pois saiu diretamente do aeroporto para o autódromo, no dia da corrida, que por conta de um temporal que desabou sobre Interlagos no início da noite daquele sábado, 27/01/2001, a largada só foi autorizada às 03h05min da manhã. Na corrida, o piloto cumpriu apenas 1 turno de pilotagem, pois o protótipo passou a apresentar problemas no assoalho, que se desprendeu, e fez com que as posições que ele conquistou bravamente fossem perdidas na longa parada para reparos. Entretanto, a maratona terminou após a quebra do câmbio, deixando o quarteto na 26ª posição, com 234 voltas completadas.

Após ausentar-se nas edições de 2002 a 2004, Tony voltou a disputar a Mil Milhas em 2005, novamente a bordo de um protótipo, desta vez o ZF V8 Chevrolet, em companhia de Felipe Giaffone, Paulo Bonifácio e Luiz Otávio Paternostro. A posição de largada não poderia ter sido melhor: Pole position, com o tempo de 1min31s795. Na corrida, Tony foi responsável pela largada e pela chegada, e durante as primeiras voltas, protagonizou duelo de grande nível com o então campeão da Fórmula 3 Sulamericana, Xandynho Negrão – que correu a bordo de um Audi TT-R – terminando a prova na 2ª posição. No fim, o atraso de 8 voltas para o vencedor teve como causa o prejuízo de performance do ZF por conta da chuva constante que caiu na maior parte daquela edição.

A última participação de Tony Kanaan na Mil Milhas ocorreu na edição de 2006, ocasião em que dividiu a pilotagem de um Mercedes Benz CLK DTM com o Português ex-F1 Pedro Lammy, e com o também ex-F1 Raul Boesel. Cabe ressaltar que nesse carro estavam inscritos o então bicampeão da Stock, Giuliano Losacco, que não pôde correr por conta de problemas de saúde, e o ex-Stock Car Beto Giorgi. Porém, em virtude de problemas no motor do outro carro da equipe, um Aston Martin DB9-R, Lammy e Boesel foram remanejados para o Mercedes. No grid, alcançaram a 9ª posição, com o tempo de 1min36s437. O lindo bólido, derivado do DTM, chegou a ocupar a ponta da classificação geral, quando liderou 02 voltas na 1ª hora da disputa, mas terminou a prova na 2ª colocação, com 05 voltas de desvantagem para o vencedor, o Aston Martin DB9-R de Nelson Piquet & Cia.


Em 2001, ouvindo as instruções de Felipe Giaffone e da equipe
2005 - O ZF encara a chuva
2006 - Mercedes CLK na área dos boxes
1994 - Opalão saindo para a pista

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