Naquele 28 de fevereiro de 2010, eu sequer imaginava que a simples idéia de ter um blog independente sobre o maior evento automobilístico genuinamente brasileiro duraria tanto tempo, quiçá 10 anos. Lembro que a primeira postagem foi uma foto, com uma legenda curta, da bandeirada da edição de 1966, vencida pela dupla Camilo Christófaro/Eduardo Celidôneo, a bordo da Carretera Chevrolet Corvette nº 18, a mais emblemática de todas.
Na época, li que os blogs, em média, duravam 01 ano e os mais longevos, cerca de 04 anos. Mas esse negócio de rotular e generalizar é uma merda mesmo, não acham? Meu objetivo ao criar essa página foi reunir o máximo de informações e fotos sobre as Mil Milhas Brasileiras, prova que conheci em meados de 2005 e que desde o início me atraiu bastante pela riqueza de sua história, iniciada em 1956, e que por conta disso, passou por diversas fases.
E porque não reunir todas essas fases em um só lugar? Foi justamente esta a idéia que concretizei ao iniciar esse espaço, pois existiam sites e blogs que falavam da fase inicial da prova (anos 50 a 70) e da fase mais recente (anos 2000), mas dificilmente juntavam tudo isso ou falavam sobre a fase que compreende os anos 80 e 90, repleta de altos (1989 e 1994) e baixos (1996, 1997 e 1999). E como eu já vinha pesquisando sobre a prova desde meados de 2005, já dispunha de um material suficiente para escrever um pouco.
Numa época que o Facebook engatinhava e o Orkut não era do gosto de todo mundo, era mais difícil conseguir fotos e informações com pilotos, preparadores e figuras envolvidas no meio automobilístico. Então a ferramenta mais útil era a busca do Google e enviar e-mails para as pessoas, na esperança que elas os respondessem. E duas das pessoas com quem falei e sempre me responderam atenciosamente foram Paulo Roberto Peralta, da enciclopédia www.bandeiraquadriculada.com.br e Napoleão Ribeiro, de Brasília/DF. Devo a eles algumas informações esclarecedoras e fotos exclusivas, sobretudo ao Napoleão e seu acervo. Mas até com Jan Balder eu já conversei por e-mail sobre corridas.
Um instrumento que me ajudou bastante, mas só a partir de 2013, foi o livro Mil Milhas Brasileiras 50 anos, de autoria do jornalista Lívio Orichio, lançado no ano de 2006. Na época do lançamento, confesso que o preço era bem salgado para o orçamento de um garoto de 15 anos, mas com o passar do tempo, as coisas se tornaram mais acessíveis. O problema é que o livro só fora feito em uma impressão, e logo se esgotou nas livrarias, de forma que a solução foi rezar para que alguém colocasse um exemplar à venda em um alfarrábio, ou sebo, como quiserem.
A oferta veio em um domingo a noite de fevereiro de 2013, através da busca no site de um tradicional sebo (funciona desde 1970) da cidade de São Paulo/SP, o Sebo do Messias, e não pensei duas vezes em comprar aquela exemplar. E desde então, é guardado com o devido cuidado e utilizado para fomentar as postagens sobre a prova.
Olho para o histórico desse blog e vejo uma sucessão de fases. A época inicial, das postagens com textos curtos, com uma formatação e layout meia boca (rsrsrsrs, nunca fui muito curioso com recursos tecnológicos, ia descobrindo com o uso), passando pelas postagens com frequência quase semanal, alternadas com períodos de ausência (nesse meio tempo passei por um vestibular, faculdade, prova da OAB, TCC, estágio, trabalhos menores, depressão e algumas confusões pessoais, rsrsrsrs) e outras com maior conteúdo e detalhes, mas sempre feitas com o objetivo de compartilhar informações e conhecimento. Para ser sincero, fico feliz em ver que a coisa evoluiu em termos de qualidade, embora ainda tenha muito o que corrigir.
Nesse tempo, conheci pessoas incríveis, com grandes histórias e o amor em comum pelo automobilismo, as quais aproveito a ocasião para agradecê-las pela contribuição e apoio, incluindo meu amigo irmão Rodrigo Carelli (//blogdocarelli.blogspot.com), que tem me acompanhado nessa empreitada.