sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Mil Milhas de 1984: Um espetáculo pirotécnico em plena reta de Interlagos

Prova à noite. Luz ofuscada de centenas de faróis. Chuva. Grid lotado. Os melhores ingredientes para uma confusão logo na largada de uma corrida. E foi isso o que aconteceu quando a bandeira verde foi baixada na 14ª edição da Mil Milhas Brasileiras, disputada em 22 de janeiro de 1984.

O grid formado por 63 carros tinha na primeira fila os Opalas de nº 67 (pole, pilotado por Marcos Gracia e Luiz Alberto Pereira) e nº 20 (Luiz Roberto Coutinho Nogueira/Caetano Aliperti/Edson Yoshikuma), e a largada foi dada sob chuva, com os carros parados e divididos em filas de três.

Corrida iniciada, mas o Opala nº 20, com Beto Nogueira ao volante (à época o menos experiente do grupo, pois havia pilotado apenas o modelo Escort em provas de Marcas e Pilotos) deu uma bela estancada, e o motor acabou apagando. Com isso, o batalhão de carros que vinha atrás teve que desviar, mesmo com a visibilidade afetada pelo spray causado pela pista molhada. Os mais próximos conseguiram fazê-lo, dada a baixa velocidade no momento, porém os que vinham nas últimas filas já alcançaram o Opala parado quando marcavam cerca de 130 km/h (3ª para 4ª marcha), e 08 carros acabaram batendo, causando um acidente impressionante.

O primeiro carro a acertar o Opala foi o Fiat 147 nº 35 da equipe Galileo (Marcelo Toldi/José "Coelho" Romano/Helio Horácio Matheus), que ficou com a frente destruída, sendo que o piloto Marcelo Toldi fora removido do veículo pelo para-brisa. Dentre os demais envolvidos, tivemos o VW Voyage Hot Car nº 51 de Josué de Melo Pimenta/Dárcio dos Santos, o Fiat 147 nº 111  de Nelson Silva Jr./Telmo Maia, e o GM Chevette nº 68 do trio Valter Spinelli/Valcir Spinelli/Roberto Dal Pont.

Com as batidas, alguns carros tiveram vazamento de combustível (como era início de corrida, todos estavam com o tanque cheio), que ficou espalhado pelo asfalto e causou um incêndio que assustou até quem estava nas arquibancadas. Felizmente, os bombeiros conseguiram apagar rapidamente os 02 focos de incêndio, evitando que os prejuízos não fossem apenas materiais.

Dos carros envolvidos no acidente, 02 deles conseguiram voltar para a 2ª largada (um deles foi o Chevette nº 68, que foi até o final da prova), dada quase 02 horas depois do acidente. Ao final de 13h12min37s, o trio Zeca Giaffone, Reinaldo Campello e Maurizio Sala, do GM Opala Stock Car n° 12 recebeu a bandeirada em primeiro lugar, com apenas 34 segundos de vantagem para a dupla do GM Opala Stock Car nº 19, Alencar Júnior e Leonel Friedrich.




10 comentários:

  1. Que situação tensa! Imagina o susto que o público deve ter tomado nas arquibancadas defronte aos boxes. A se destacar também o trabalho dos bombeiros, que agiram rápido. Mais uma história marcante das Mil Milhas!

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    1. Verdade meu irmão, devem ter sido minutos de grande apreensão, para o público, equipes, pilotos e envolvidos no resgate.

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  2. Ricardo, em 1986 houve um outro acidente na largada. Os carros eram alinhados na formação 3-2-3-2... e um dos Opalas da primeira fila ficou parado, e foi tocado por um carro que vinha mais atrás e ali começou um bate-bate... lembro até hoje da explosão e bola de fogo que levantou. Eu estava na arquibancada, bem na linha do Opala que ficou parado. Esse incidente de 84 eu não me lembro de estar presente.

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    1. Olá Gerson! Sobre esse acidente de 1986 eu não sabia. Você tem maiores informações a respeito?

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  3. Eu estava bem na frente de onde aconteceu a batida, mas a largada não foi em movimento como está no texto, foi parada. Tinha carro largando lá da subida da junção... lembro do piloto de um Fiat 147 saindo do carro pelo vidro da frente pois as portas estavam travadas... foi muito impressionante.

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    1. Olá meu amigo! Muito obrigado pelo seu comentário. Infelizmente as informações anteriormente obtidas foram truncadas, mas farei a retificação no texto.

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  4. Ricardo, a largada não foi dada em movimento, estava na terceira ou quarta fila, logo atrás de uma Alfa, a credito que a do Fabinho/Paulão, eu estava num VW D3, corria com o Fabinho Levorim e Alexandre Benevides. Quando acendeu a luz vermelha os carr4os das últimas filas já arrancaram. Não vi a panca, acredito que foi depois que passei...na Subida dos Boxes, estava engatado no Fiat de meu amigo Chico Lameirão/? quando vi uma bandeira amarela no meio da pista! Acredito que o Edson não pensou bem ao deixar que alguém com tão pouca experiencia largasse naquela chuvarada, mas quem banca tem prioridade, rsrsrs.

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    1. Olá meu amigo! Obrigado pelas valiosas informações. Vou retificar o texto. Grande abraço.

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  5. Esqueci...Quero deixar aqui minha homenagem e gratidão àqueles seres abnegados que cuidam de nossa segurança dentro das pistas, os bandeirinhas que chamo de "anjos da guarda", tenho certeza que naquela como em outras milhares de situações salvaram a vida de muitos de nós!

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    1. Com certeza. Eles são de fundamental importância, e fazem um trabalho que infelizmente não tem o reconhecimento merecido. Fica aqui a nossa homenagem e respeito também!

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