Em janeiro de 2021, recebi um comentário em uma das postagens que fiz sobre o piloto José Luiz Nogueira, o Graham Hill, que despertou minha atenção. Na postagem publicada em março de 2016 (a outra foi no mês de janeiro de 2012), uma de suas filhas, Lucimara Nogueira, comentou brevemente na matéria, e após a minha resposta, entrou em contato comigo através de e-mail e posteriormente por aplicativo de mensagem.
Prontamente, Lucimara me contou que seu pai estava muito bem de saúde, e que assim que estivesse com ele, lhe falaria sobre a ideia de fazermos uma entrevista, ainda que à distância, pois moro na capital alagoana, enquanto Nogueira mora na capital paulistana.
Após o envio de uma bateria de perguntas, tive um retorno de Lucimara, que gentilmente a repassou para seu pai, e que por sua vez, respondeu da seguinte forma. E a data escolhida para a publicação foi também em comemoração ao dia 21 de agosto, ocasião em que José Luiz completou 88 anos (seu número predileto nas corridas) de vida. E que venham muitos outros!
1. Sr. José Luiz, ou Graham Hill brasileiro, é uma honra poder fazer essa matéria com o senhor, e assim, poder compartilhar com os amantes da velocidade um pouco da sua longa história no esporte a motor. Primeiramente, gostaria que o senhor se identificasse para nós, dizendo seu nome, data de nascimento e naturalidade.
R: Meu nome é José Luiz Nogueira, nasci em 21 de agosto de 1933, e sou natural de Campestre, Minas Gerais.
2. Como e quando surgiu o seu interesse pelo automobilismo? Houve influência de alguém nessa relação?
R: Eu sempre tinha interesse em assistir as corridas que aconteciam em Poços de Caldas/MG. E um dia falei para mim mesmo que seria piloto.
3. O senhor possui alguém como referência ou que admire no automobilismo?
R: Sim, Ayrton Senna.
4. Quando e como foi sua estreia nas corridas?
R: Foi no ano de 1947, com apenas 14 anos de idade, em uma Fuscão. A corrida foi disputada em Poços de Caldas/MG, e minha estreia foi em grande estilo, pois cheguei em 2º lugar. Para mim foi uma grande vitória.
5. Qual o carro que lhe deu mais prazer em guiar?
R: Com certeza foi o Opala, da Stock Car.
6. Alguma ou algumas corridas específicas ficaram marcadas em sua memória? Qual foi o momento mais marcante?
R: Sim, houve várias. Mas uma corrida em São Paulo (Interlagos) foi ficou marcada ocorreu em meados de 2006, quando estava na categoria de pick-up. Meu carro quebrou no sábado, dia em que geralmente fazemos as classificações. Com 40 participantes, larguei em último lugar e fui passando, ganhando um a um, e cheguei em primeiro lugar. Foi muito emocionante.
7. Qual pista é a sua favorita? Já correu fora do Brasil?
R: Minha pista preferida é Interlagos. E já corri em outros países, como Argentina (Autódromo Oscar Galvéz) e Estados Unidos (Homestead Speedway e Daytona International Speedway).
8. Quem foi o cara mais difícil (pode ser em relação ao talento, agressividade ou velocidade) com quem já correu?
R: Foi o Nelson Piquet.
9. E as Mil Milhas Brasileiras, em quantas já participou? Tem alguma edição que deixou uma lembrança marcante?
R: Já participei das Mil Milhas em diversas vezes, tanto que já perdi as contas. Em toda corrida existem momentos marcantes, cada qual com a sua importância. Mas todas estão guardadas em meu coração.
10. Como foi o retorno às pistas na Pick-up Racing, em 2005?
R: Foi incrível. A categoria estava começando, então peguei a fase de ajustes. Mas foi sempre um sucesso. Todo retorno que obtemos de algo que amamos é sempre muito emocionante. Até hoje possuo a pick-up montada para corrida. É só entrar na pista e pilotar.
11. E atualmente, como está o contato com o automobilismo?
R: Gosto muito de assistir, de acompanhar as categorias. Mas no momento, inclusive devido à pandemia, estou mais quietinho em casa. mas quem sabe em breve...
12. É lenda ou verdade que o senhor teve 18 filhos? Rsrsrsrsrsrs
R: Eu não tive nenhum, quem teve foram as mulheres, kkkkkkkkkkk.
13. E dos seus filhos, quais seguiram o gosto pelo automobilismo? Sei que o Peterson corria de kart.
R: Dois deles, o Peterson Nogueira e Luiz Donizette. Tive duas filhas que também gostavam muito de fazer corridas de kart, a Lucimara e a Luana Nogueira. Mas elas não seguiram adiante por conta dos estudos, família, filhos! Mas aqui o automobilismo está no sangue!
E assim, encerro a matéria de hoje, grato à Lucimara Sílvia pela oportunidade de registrar um pouco da carreira de um dos nomes que fizeram parte da história do automobilismo nacional, José Juiz Nogueira, o Graham Hill. Parabéns a ele por mais um ano de vida!