"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

segunda-feira, 25 de março de 2024

Quando tudo começou: Beto Monteiro e a Fórmula Truck 1999

O piloto pernambucano Beto Monteiro, há muito tempo, é um nome sinônimo da história das corridas de caminhões no Brasil. Utilizo esta definição em virtude da cisão ocorrida na antiga Fórmula Truck em 2017, que deu origem à Copa Truck e à continuidade da Fórmula Truck tão somente por algumas etapas naquele ano. A categoria-mãe, no entanto, voltaria à ativa em 2022, desta feita sob a chefia do ex-piloto Gilberto Hidalgo.

Mas voltando ao tetracampeão Beto Monteiro (campeão em 2004 e 2013* pela Fórmula Truck e 2019 e 2020 pela Copa Truck), hoje trazemos o registro de sua estréia na categoria dos brutos, ocorrida na etapa de Caruaru - PE no ano de 1999. Na ocasião, Beto disputou a prova com caminhão Scania amarelo, sendo esta a sua única participação naquela temporada.

* Em 2013 foi campeão brasileiro e sul-americano


Foto: Antônio Prego

quinta-feira, 21 de março de 2024

VW Brasília "Mamba Negra" - 2021

No meio da pandemia de Covid-19, a atual organização das Mil Milhas Brasileiras, capitaneada pelos grandes Thiago Pereira e Léo Jacomassi, assumiu o desafio de dar continuidade à retomada da prova, iniciada no ano anterior (2020) sob a batuta da Elione Queiroz.

Em um cenário de muitas limitações, decorrente das restrições sanitárias impostas como forma de evitar o contágio em massa pela doença, a edição de 2021 marcou a participação de um carro genuinamente brasileiro, mas que não teve destaque na história da prova.

Diferentemente do VW Fusca (ou VW sedan), que desde 1956 deu as caras nas Mil Milhas, a irmã mais nova Brasília (lançada em 1973) não teve muitas participações. Tanto é que só encontrei o registro de uma participação sua na 11ª edição, disputada em 08 de dezembro de 1973, quando a dupla Mário Patti Jr. e Mário Ferreira inscreveu o carro nº 2. A corrida durou apenas 11 voltas, deixando a VW na 56ª posição (o grid fora formado por 64 carros).

Foi então que em 2021, a equipe Mamba Negra resolveu inscrever uma Brasília na prova, carro este que disputava o campeonato da Gold Classic, e cuja tocada foi dividida entre os pilotos Marcelo Servidone/Luc Monteiro/Emerson Piedade.

Contudo, a performance do lindo clássico foi prejudicada pela quebra de uma biela do motor AP 2.0 logo na 2ª volta de corrida, o que causou a rachadura do bloco do motor. Conclusão: Após a necessária troca do motor, o carro ainda voltou à pista no final da prova, tendo completado 21 voltas no total.




quinta-feira, 7 de março de 2024

Protótipo Dimep GT R1 - 2008

Um carro que que povoou o meu imaginário por anos foi o Chevrolet Corvette V8 da Família Pimenta, famoso por suas participações em edições das Mil Milhas Brasileiras, entre os anos de 1994 e 1997. 

Durante um certo tempo, busquei por informações deste carro, mas pouco consegui encontrar em termos de imagens e registros de corridas. Até que em 2013, de posse de maiores dados e imagens, pude passar a escrever algumas linhas sobre esse clássico do automobilismo brasileiro. Para quem quiser saber um pouco mais sobre essa história, é só acessar o menu à direita, nas opções Dimas e V8.

Mas hoje o assunto, ainda que seja sobre um bólido de Dimas Pimenta II & Cia., é diferente. Vamos falar então sobre um carro que teve sua estréia justamente em uma edição das Mil Milhas, a 36ª, disputada em novembro de 2008.

O carro em questão trata-se do Protótipo Dimep GT R1, cujo projeto e construção começaram a partir do final do ano de 2004, sendo assinado pela GT Racecars, do competente Jaime Gulinelli. Embora a ideia inicial tenha sido de estrear o carro já em 2005, alguns problemas fizeram que o debut fosse adiado por anos. Na época, a idéia de powertrain era a junção entre o motor Chevrolet 350 V8 (alimentado por carburador Quadrijet) e a transmissão Hewland DG 300 5 marchas derivada do Protótipo Avallone A11, que pertencia à família Pimenta na época e fora utilizado inicialmente por Pedro Victor Delamare na antiga Divisão 4.

Nos treinos, o GT R1 marcou o temporal de 1min36s999, que durante um bom tempo foi a melhor marca de um protótipo de fabricação nacional em Interlagos. Mas se o temor era de que a transmissão não aguentasse o train de corrida e a potência do vigoroso V8 (com cerca de 520 cv), a ressalva veio a se confirmar na 44ª volta de corrida, quando abriu o bico e decretou o fim da sua participação na prova.

Essa foi a estréia do protótipo em nosso automobilismo, que a partir de 2009, voltou às pistas com algumas modificações, em uma nova fase, que é muito melhor contada aqui, no excelente Nivelando a Engenharia.

Ficha Técnica (configuração inicial):

Chassis tubular em aço desenhado em CAD 3D e otimizado em software de elementos finitos.
Carroceria tipo roadster, em fibra de vidro e carbono, otimizada com recursos de CFD (Computer Fluid Dynamics)
Primeiro carro brasileiro a utilizar em competições oficiais um "Crash Box" dianteiro, para proteção do piloto em caso de colisão frontal, construído em fibra de carbono e honeycomb como na Fórmula 1 e nos protótipos da Le Mans.
Motor Chevrolet V8 de 5,7 litros e 520 cv
Transmissão 
Hewland DG 300 5 marchas
Pneus Pirelli 285/645 R18
Peso 970 Kg.
Velocidade máxima em Interlagos 253 Km/h.
Recorde de Interlagos, 1m36s999, para carros projetados e construídos no Brasil
Equipe da GT Racecars:
Engenheiro e projetistas: Jaime Gulinelli, Reinaldo Araujo, Rafael Santiago, Luiz Gozzani, Marcos Soares, Eduardo Cabral e Péricles Leite.
Construção: Antonio Gadelha e Gilvani Almeida.

Fonte: www.gtcars.com.br






sábado, 24 de fevereiro de 2024

Wilson Fittipaldi Jr. (1940-2024)

O seleto grupo dos grandes pilotos nacionais que partiram desta dimensão ganhou mais um representante na constelação que formam do lado de lá. Faleceu nesta sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024, o piloto e chefe de equipe Wilson Fittipaldi Jr., em virtude de complicações clínicas decorrentes de uma parada cardíaca.

No dia 25 de dezembro de 2023, Wilsinho estava comemorando o seu aniversário de 80 com jantar em família, quando se engasgou com um pedaço de carne. O período sem oxigenação do organismo foi suficiente para lhe causar uma parada cardíaca, que apenas agravou seu estado de saúde.

Sua carreira dispensa maiores comentários, pois além de ter sido piloto de duas das maiores equipes nacionais de automobilismo (Willys e Dacon, nos anos 60), foi também piloto de Fórmula 1, disputando 38 GP's entre 1972 e 1975, inclusive pela equipe Copersucar neste último ano.

Mas como é impossível falar de Wilsinho e não falar de Mil Milhas Brasileiras, faremos um breve resumo sobre as suas participações na maior prova do automobilismo nacional, criada inclusive pelo seu pai, o Barão Wilson Fittipaldi.

A estreia na prova ocorreu em 1966, na 8ª edição, quando dividiu a pilotagem do Karmann Ghia Porsche 2.0 nº 77 com Ludovino Perez Jr. (Falecido em 27 de novembro de 2018). Saindo da pole position, com o tempo de 3min38s2, a dupla enfrentou problemas com a quebra do para-brisa, causada pelas pedras que se soltavam do esburacado traçado de Interlagos dos anos 60. Terminou na 8ª posição, com 192 voltas completadas.

Em 1967, mais uma participação na prova, desta feita em dupla com seu irmão Emerson. O bólido escolhido foi o enigmático Fitti-Porsche, um protótipo GT construído pelos irmãos Fittipaldi que tinha como base um Porsche 550 Spyder (anteriormente do piloto Christian Heins). De cara, o lindo protótipo mostrou a que veio, tendo quebrado o recorde de tempo de volta em Interlagos nos treinos por algumas vezes, sendo o menor tempo registrado de 3min31s8.

Depois de largar na pole, o Fitti-Porsche sofreu um vazamento de combustível, que impôs uma parada inesperada nos boxes. Logo após, houve um princípio de incêndio, que fez com que o carro retornasse aos boxes novamente. Por fim, a quebra da junta homocinética foi a gota d'água para o término da participação do carro na prova. Após passar por diversas mãos, até hoje não se sabe o paradeiro deste carro...

No ano de 1981, prestes a estrear na Stock Car, Wilsinho participou das Mil Milhas de 1981, formando dupla em um Opala com Reinaldo Campelo, preparado por Claude Bess. O resultado final foi a 17ª posição, com 176 voltas completadas.

A tão esperada vitória nas Mil Milhas veio no ano de 1994, e de uma forma muito especial. No ano em que a Mil Milhas fora um evento de nível internacional pela primeira vez, Wilsinho disputou a prova com um Porsche 911 GT Le Mans, equipado com motor turbo 3.8 de 420 cavalos de potência, em dupla com seu filho Christian. Após largar na 2ª posição, o Porsche assumiu a liderança na 16ª volta, permanecendo nesta condição até a volta 116.

A retomada ocorreu na 126ª passagem, e da liderança não mais saíram até a bandeirada, colocando o seu nome na história de forma defitiniva. Durante a corrida, o Porsche funcionou como um relógio suíço, não tendo apresentado qualquer problema, mesmo com a elevação da pressão do turbo de 0,8 bar para 1,5 bar. De quebra, os Fittipaldi marcaram a melhor volta da prova, com 1min43s438.

No ano seguinte, que marcou sua sétima participação em Mil Milhas, Wilsinho voltou com um esquema de corrida ainda mais forte. Inscrito com o Porsche 993 da Equipe Konrad Motorsport, disputou a prova formando trio com Antônio Hermann e Franz Konrad, sendo que este sequer chegou a pilotar o carro, pois estava inscrito no outro Porsche da equipe, que terminou na 2ª posição. O show de velocidade foi tão grande que o Porsche de Wilsinho & Cia. registrou a melhor marca da prova, com 1min41s320, liderou de ponta a ponta e terminou com 15 voltas de vantagem para o 2º colocado e 29 para o 3º.

Descanse em paz, Wilsinho. Você foi um grande campeão aqui nessa terra.










sábado, 10 de fevereiro de 2024

Mario Haberfeld nas Mil Milhas Brasil de 2007

Caros amigos leitores! Após um indesejável período de ausência neste espaço, voltamos à ativa para falar da participação do piloto brasileiro Mario Haberfeld nas Mil Milhas Brasil do ano de 2007. Mas fico devendo a vocês um especial sobre a prova de 2024, que será publicado no dia 28 deste mês, marcando o aniversário de 14 anos do Blog da Mil Milhas.

Antes de falarmos especificamente sobre Haberfeld na prova disputada em 10 de novembro de 2007, cabe lembrar que o piloto nasceu em 25 de janeiro de 1976 na cidade de São Paulo - SP, tendo feito sua carreira exclusivamente em categorias internacionais a partir de 1994, na Fórmula Ford Britânica. Após alguns anos competindo em categorias de monopostos, foi campeão da Fórmula 3 Britânica em 1998 pela equipe Paul Stewart, com 06 vitórias, 05 poles, 04 voltas mais rápidas e 05 pódios nas 16 corridas da temporada.

Entre 2000 e 2004 passou pelas categorias Fórmula 3000 e Champ Car, sendo que em 2006, disputou corridas em protótipos na Rolex Series e Le Mans Series, com resultados discretos. Longe das pistas desde 2008, disputou as 02 corridas iniciais do certame Jaguar I-Pace eTrophy, na temporada 2019-2020, substituindo Cacá Bueno na equipe ZEG iCarros Jaguar Brazil (por conta de compromissos na Stock Car Brasil).

Na 35ª edição das Mil Milhas, que naquele ano fora chamada de Mil Milhas Brasil, por ter sido incluída como a 6ª etapa do European Le Mans Series, Mário Haberfeld formou trio com os ingleses Warren Hughes (vencedor na categoria LMP2 nas 24 Horas de Le Mans de 2005, com o brasileiro Thomas Erdos e o também inglês Mike Newton) e Darren Manning (campeão da Fórmula 3 Japonesa em 1999 e ex-piloto da IRL) na condução do protótipo inglês Radical SR9 nº 45 da equipe Embassy Racing.

O bólido era equipado com um poderoso motor Judd V8, de 3.4 litros, e fora enquadrado na categoria LMP2, na qual competiram também um Zytek 07 S/2 V8 3.4 litros e um Pilbeam MP93 V8 3.4 litros, sendo que neste último também estava inscrito o piloto brasileiro Paulo Bonifácio.

Partindo da 6ª posição (com o tempo de 1min24s609), o protótipo inglês terminou na 16ª posição (do grid formado por 23 carros), com 278 voltas completadas, sendo que a volta mais rápida foi registrado em 1min25s707.





terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Live com Leo Jacomassi - Esquenta Mil Milhas 2024

Com um pouco de atraso, compartilho com vocês, amigos leitores, a live que fizemos na quinta-feira, dia 18, com Leonardo Jacomassi, o cara por trás do marketing do GP Cidade de São Paulo 1000 Milhas 2024, que acontecerá no próximo final de semana.

Nessas quase três horas de conversa, nós - este que vos escreve, Paulo Abreu (Blog Volta Rápida), Rodrigo Carelli (Blog do Carelli e Canal Entusiastas Sobre Rodas) e a participação especial de Jeff Montenegro - tivemos a oportunidade de ficar por dentro das novidades e detalhes do show que será esse tão esperado evento.

E a íntegra do nosso bate-papo está no link abaixo. Grande abraço a todos!



domingo, 14 de janeiro de 2024

Live com Alessandra Menini, vencedora das Mil Milhas Brasileiras

Na última quinta-feira, dia 11 de janeiro, o Blog da Mil Milhas teve a honra de participar de uma live promovida pelo canal do Youtube Entusiastas Sob Rodas, junto com os irmãos Rodrigo Carelli (Blog do Carelli) e Paulo Abreu (Blog Volta Rápida). Na ocasião, a entrevistada foi a fera Icuritibana Alessandra Menini, a Alê, que nada mais nada menos é uma das únicas mulheres a vencer em categoria nas Mil Milhas Brasileiras (a outra foi a Letícia Zanetti, em 2002).

Alê venceu na categoria TN1 A em 2023, dividindo a pilotagem da Ford Courier (da qual falamos neste espaço há alguns dias) da Equipe Lira Racing com os marmanjos Vinícius Lira/Eduardo Teixeira/Iures Delfino/José Santiago, terminando a prova na 8ª colocação na geral.

Sem dar maiores detalhes do papo, deixo para vocês o link do vídeo para que acompanhem a nossa conversa, e ficamos na contagem regressiva da prova. Grande abraço!