"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Mitsubishi Eclipse - Curitiba, 1999

Salve salve, meus amigos, tudo bem com vocês? O japonês sobre o qual falaremos hoje não é um desconhecido nesse espaço. Trata-se de um carro que já apareceu no blog em um já longínquo dezembro de 2013, época em que o Blog da Mil Milhas era uma criança inquieta de quase 04 (quatro) anos de idade.

O link dessa matéria, com o retrospecto do carro até o ano de 2001, você encontra aqui. Mas hoje vamos abordar especificamente a participação do Mitsubishi na 28ª edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada em dezembro de 1999 do saudoso e assassinado Autódromo Internacional de Curitiba (detalhes e histórias dessa prova você pode encontrar no menu ao lado).

Depois da conquista do 3º lugar na geral e 1º na categoria 1 nos 1000 km de Brasília daquele ano, com o trio Valdir Florenzo (vencedor dos 1000 km no ano de 1985), Bruno Massari e Rodolfo Massari, o Eclipse GS 2.0 Turbo 1992 foi inscrito nas Mil Milhas praticamente com a mesma "cara" em que participou da prova no Planalto Central. Algumas diferenças foram a instalação dos faróis originais do carro, além da inclusão das logos de novos patrocinadores, como a tradicional Ancona, do ramo de performance automotiva, além do Roochelle Park Hotel. Na pilotagem, José Orleans Peixoto Júnior, campeão paranaense de endurance, na categoria Opala Stock Car, no ano de 1997, substituiu Bruno Massari.

Na prova, o valente samurai, cujo motor tinha cerca de 400 cv, tinha um ritmo de corrida forte, brigando pelas primeiras posições, quando por volta das 5 horas da manhã, uma quebra da caixa de câmbio acabou por tirar o trio da corrida, deixando Florenzo, Peixoto Jr. e Massari no 28º lugar com 143 voltas completadas (o vencedor completou 433). Cabe ressaltar que durante os treinos e a prova, o melhor tempo registrado com o bólido foi pelo piloto Peixoto Júnior.

*Fotos de 1999: Mário Ferreira




Nos boxes, durante os 500 km de Curitiba de 2004


500 km de Curitiba 2004 - Pilotos: Peixoto Jr., Natalio Stica e Luiz Giovanetti

segunda-feira, 2 de junho de 2025

VW's nas Mil Milhas de 1993

O registro de hoje nos traz três modelos da marca alemã que disputaram a 22ª edição das Mil Milhas Brasileiras, em 21 de janeiro de 1993. Na foto, podemos ver na primeira posição da fila o Passat nº 72 do trio Gustavo Canovas/Santos/Tomassetti, o Japamóvel (Voyage) do trio João Noboru Mita/Oscar Branco/Kowalczuk e o Voyage nº 32 da dupla Álvaro Cândido Filho/Arnaldo Cruz.

Só que dessa foto, valeu a máxima de que "os últimos serão os primeiros", visto que justamente o último carro da fila foi o melhor colocado na prova, com a nona posição na geral, após 335 voltas completadas.


terça-feira, 20 de maio de 2025

Opalas Stock Car - Mil Milhas de 1987

A 27ª edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada em 25 de janeiro de 1987, teve a chuva insistente como característica mais marcante. Naquele ano, todos os treinos foram disputados debaixo de chuva, e somente na sexta-feira anterior à prova (a largada foi dada à meia-noite do domingo), abriu-se uma "janela" no céu de Interlagos, que deu aos pilotos e equipes uma oportunidade para um acerto mais fino.

No grid formado por 51 carros (foram inscritos 53), a pole position foi registrada pela dupla Sávio Murilo/Ingo Hoffman (Equipe Kohlbach), a bordo do Opala Stock Car nº 69, com o tempo de 3min05s90 (parceria que foi repetida no ano seguinte).

Mais uma vez, São Pedro abriu uma brecha no tempo antes de largada, deixando a pista relativamente seca, quando Ingo Hoffman partiu na frente do pelotão e manteve a liderança até a curva do sargento, momento em que foi ultrapassado por José Carlos Dias, o Zeca Salsicha (formando dupla com Leandro de Almeida no Opala Stock Car da Equipe Tapetes Bandeirantes/Bolsa de Valores).

A chuva voltou com intensidade a partir das 2h30min, sendo que neste interim, Sávio Murilo retomou a liderança, que durou até a volta 135. Neste momento, com a chuva em sua maior intensidade, uma verdadeira correnteza se formou na curva do sol, servindo de palco para algumas rodadas e escapadas da pista. Uma das vítimas desse "rio", quando tentava voltar à pista, acabou colidindo com o Opala de Ingo/Murilo, entortando-lhe o eixo traseiro ao ponto de necessitar a sua troca imediata.

A troca do componente implicou na perda de nove voltas, colocando fim nas pretensões de vitória da dupla (seria a primeira vitória de Ingo, que só conseguiu obtê-la 16 anos depois), sendo ultrapassada pelos Opalas Stock Car de Marcos Gracia/Luiz Alberto Pereira e Valdir Benavides/Júlio Coimbra. Mesmo assim, Ingo/Murilo ainda conseguiram descontar três voltas de desvantagem para os dois primeiros.

Os 10 primeiros colocados:

1º Chevrolet Opala Stock Car nº 67 Car Luiz Alberto Pereira e Marcos Gracia SP/GO – 206 voltas

2º Chevrolet Opala Stock Car nº 86 Walmir Benavides e Júlio Coimbra SP – 201 voltas

3º Chevrolet Opala Stock Car nº 69 Ingo Hoffmann e Sávio Murilo de Azevedo SP/SC – 200 voltas

4º Chevrolet Opala Mário Yokota e Neimer Helal SP – 197 voltas

5º Ford Maverick nº 11 Denísio Casarini e Luis “Pitoco” Rosenfeld SP – 195 voltas

6º Chevrolet Opala Stock Car nº 63 Ricardo Lang, Sidney Alves e José Fiamenghi PR/PR/SP – 194 voltas

7º Chevrolet Opala Fausto Wajchenberg, Vicente Corrêa e Sérgio Di Genova SP – 191 voltas

8º VW Voyage nº 3 José Cherchiai e Marco Galasso SP – 187 voltas

9º Ford Maverick nº 16 Dedé Gomes e Luiz Carlos Sansone SP – 186 voltas

10º Chevrolet Opala Sílvio Gléria, Carlos Col e Marcio Canovas – 184 voltas





segunda-feira, 5 de maio de 2025

DKW - Mil Milhas de 1966

Nem sempre as Mil Milhas terminam muito bem para alguns carros. E nem falo das tradicionais rachaduras na carenagem, faróis quebrados ou sujeira de barro/lama, que são as "tatuagens" da madrugada de corrida em Interlagos.

Foi nessa pegada que a corrida da dupla Adalberto Ayres e Waldomiro Pieski, na edição de 1966, terminou. A dupla foi obrigada a abandonar após um belo capotamento do DKW Belcar nº 32, mas felizmente, o piloto saiu do carro sem maiores ferimentos. Notem o público ao redor do carro, com a corrida a pleno vapor.



segunda-feira, 21 de abril de 2025

A última Mil Milhas de Xandy Negrão

Durante vários anos, Alexandre Funari Negrão, ou simplesmente Xandy Negrão, foi uma presença marcante nos grids das Mil Milhas Brasileiras. Sempre disputando a vitória na classificação geral, Negrão trouxe para o Brasil carros que nunca havíamos visto antes em nossas pistas, tais como o Audi TT-R, Dodge Viper, Ford GT, Aston Martin Vantage (estes últimos na GT3 Series), entre outras beldades sobre rodas.

Sua estréia nas Mil Milhas ocorreu em 1981, a bordo de um Chevrolet Opala Stock Car, em trio com Dárcio dos Santos e Giu Ferreira, quando obteve o 2º lugar na geral. Vencedor em 2003 (Porsche 911 GT3) e 2005 (Audi TT-R), Xandy disputou sua última edição da prova em 2007, a bordo de uma Ferrari 430 GT (equipe JMB Racing) inscrita na categoria LMGT2. Nesta prova, formou trio com seu filho Xandynho Negrão e o amigo Andreas Mattheis, terminando em 8º na classificação geral e em 2º na categoria. A tempo no grid (formado por 23 carros) foi de 1min33s559, suficiente para partirem do 12º lugar.

Até então, esta também está sendo considerada a última Mil Milhas de Andreas Mattheis, que foi terceiro colocado em 1996, formando trio com Paulo Lomba e Alexandre Costa no Ford Maverick nº 72, apelidado de febre amarela.



75 - Ferrari F430 GTC #2450 (Michelotto) - JMB Racing

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Opalas Stock Car - Mil Milhas anos 80

Seria redundante dizer que o Chevrolet Opala, seja sob o regulamento da Divisão1, Stock Car, Hot Car ou Força Livre, foi o grande nome das edições das Mil Milhas disputadas na década de 80. Das oito edições disputadas no período, apenas a corrida realizada em 1983 não foi vencida pelo modelo, embora em todas elas, as dez primeiras colocações tenham sido conquistadas por Opalas, em sua maioria.

E nesse tema, trazemos para vocês, caros leitores, uma sequência de fotos de Opalas que registraram participações nas Mil Milhas entre 1981 e 1989, formando grids que até hoje enchem os olhos dos apaixonados pelo modelo.


1987 - Leandro de Almeida e Zeca "Salsicha" Dias


1988 - Ênio di Bonito, Almir Couto e Renée Vanucci
1989 - José Antônio Bruno, Jorge Precupeano e Marcos Fantinati - 35º lugar na prova, com 144 voltas

1986 - Renato Marlia e Neimer Helau







segunda-feira, 31 de março de 2025

Março mês da mulher: Alessandra Menini

Encerrando nossa trajetória de homenagens, neste mês de março, às personalidades femininas que escreveram seus nomes na história do automobilismo nacional, falaremos um pouco sobre a piloto Alessandra Menini.

Ale é o que consideramos uma profissional multifacetada, destacando-se como pilota de automobilismo, empresária e mentora, e que tem presença ativa nas redes sociais para compartilhar suas experiências e inspirar outras mulheres a conquistarem seu espaço, não só no esporte a motor, mas também em outras áreas profissionais. Um dos seus testemunhos de resiliência foi o diagnóstico, tratamento e cura de um câncer de mama, descoberto "ao acaso" durante uma sessão de cinema.

No automobilismo, iniciou sua paixão pelo kart, na qual deu uma pausa por questões profissionais e pessoais, retomando-a em 2019, passando também pela Copa Joy Chevrolet e pela Race Cup. Sua dedicação ao esporte culminou em uma conquista histórica: Em janeiro de 2023, tornou-se a primeira mulher campeã das 1000 Milhas Brasileiras, na categoria TN1 A. Até então, o maior destaque feminino na prova tinha sido o 2º lugar (na geral e na categoria) de Letícia Zanetti em 2002, com um protótipo AS Vectra 2.0. 

Essa conquista se torna ainda mais marcante em virtude de o carro utilizado por Ale e seus companheiros da equipe Lira Racing (Iures Delfino, Vinícius Lira, José Santiago e Eduardo Teixeira), ter sido uma Ford Courier (única no grid) derivada da antiga categoria Pick-up DTM, que por sua vez, tinha grids lotados no início dos anos 2000. Aliás, já contamos um pouco dessa história no blog, e você pode conferir essa história aqui.

A valente Courier (que já tinha disputado a prova em 2022) fez frente a carros mais novos e potentes, não só por ter vencido na sua categoria, mas também por terminado em um valioso oitavo lugar na classificação geral, com 308 voltas completadas. Como melhor marca na prova, foi registrado o tempo de 2min02s094.  Destaque para o fato de Ale ter pego o carro na 10ª posição e o ter entregado na 7ª posição na geral. Ao portal Lance*, fez a seguinte declaração:

Queria ganhar experiência de pista, além de ver se conseguiria suportar um stint de 2h30 sem parar de pilotar e ainda mantendo a constância, essa era a proposta para os pilotos da equipe. Eu não tinha a menor ideia de que essas expectativas seriam mais do que superadas. Além de ter feito um stint de quase 3h, agora somos campeões das 1000 Milhas Chevrolet Absoluta! É uma honra imensa para mim.

E completou:

- No meio do stint, tivemos um problema com o câmbio e perdemos a 5ª marcha. Na hora, fiquei bastante preocupada, mas a comunicação constante com o Vinícius Lira (chefe da equipe) foi essencial e me tranquilizou. Segui tudo que ele me passou por rádio e o resultado foi excelente. Mesmo sem a marcha, pude fazer um stint muito consistente, apesar do trânsito constante na pista.

Em 2024, Ale voltou ao grid da prova no mesmo bólido, mas em razão da quebra de um terminal elétrico do alternador, a performance ficou prejudicada, deixando a pick-up na 4ª posição na categoria e 25ª na geral.




Courier na prova de 2024. Foto de autoria do Paulo Abreu (@volta_rapida). Todos os direitos reservados. 


Courier na prova de 2024. Foto de autoria do Paulo Abreu (@volta_rapida). Todos os direitos reservados. 


*Disponível em: https://www.lance.com.br/mais-esportes/ale-menini-vence-gp-e-se-torna-a-primeira-mulher-campea-do-1000-milhas-chevrolet-absoluta.html