"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Entrevista com Zeca Giaffone

Ontem, 24 de fevereiro de 2025, o Blog da Mil Milhas teve a oportunidade de participar de uma entrevista histórica com Zeca Giaffone, campeão de 1987 da Stock Car e vencedor de nada mais nada menos do que cinco edições das Mil Milhas Brasileiras (1981, 1984, 1986, 1988 e 1989).

Esse acontecimento só foi possível graças à iniciativa dos nossos parceiros Zé Carlinhos e Rodrigo Carelli, do canal Entusiatas sobre Rodas no YouTube. Gratidão imensa aos dois.

Para quem quiser conferir o papo, segue o link do vídeo.



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O tricampeonato de Fornari/Andreatta - 1959

A dupla gaúcha Breno Fornari (1925 - 2007)/Catharino Andreatta (1911 - 1970) foi dominante na primeira fase da história das Mil Milhas Brasileiras. Entre 1956 e 1967, venceram três das nove edições disputadas no período, sendo que apenas o piloto (igualmente gaúcho) Orlando Menegaz (1918 - 2000) também conseguiu vencer a prova em mais de uma oportunidade (duas vezes, em 1957 e 1961). A marca de três vitórias só foi ultrapassada em 1988, com a quarta vitória de Zeca Giaffone.

As três vitórias foram alcançadas a bordo da carretera Ford V8 nº 2 (pertencente a Andreatta, embora Fornari também tivesse a sua), cujo motor alcançava cerca 260 cavalos, domados pelo câmbio Jaguar de quatro marchas. Na foto da edição de 1959, podemos ver também o VW nº 66 da dupla José Maria Salles e Antônio Pereira parado nos boxes, o qual terminou a prova na 19ª posição, com 158 voltas completadas.



sábado, 8 de fevereiro de 2025

Arrancada em Alagoas: A retomada

Para quem é amante do automobilismo e mora em Alagoas, o ano de 2024 foi uma verdadeira contagem regressiva para a inauguração do Circuito M3, um empreendimento automobilístico de alto nível situado na cidade de Pilar, área metropolitana da capital.

O complexo em questão conjuga no mesmo espaço pista de kart homologada para competições oficiais, cuja reta permite a disputa de provas de arrancada, na medição de 1/8 de milha (ou 201 metros), além da infraestrutura necessária para acomodar o público com conforto e segurança (arquibancadas, restaurante, lanchonete, banheiro e estacionamento interno).

A inauguração ocorreu em dezembro de 2024, com desfile de antigos e baterias de kart de 18 e 13 hp, que comprovaram que essa iniciativa veio para mudar o cenário do esporte a motor não só em Alagoas, mas também no Nordeste como um todo.

E no dia 20 de janeiro, houve um treino noturno de arrancada, aberto ao público, que contou com carros de diversas categorias e níveis de preparação, passando por chevette turbo, corsa aspirado, bmw m3, até ferrari 488 e mesmo uma lamborghini revuelto, que proporcionaram disputas acirradas, ainda que tenha sido um treino livre.

Mas enquanto o campeonato não se inicia oficialmente, o que vai acontecer no dia 15 de fevereiro, deixo vocês com algumas fotos do treino do dia 20, além de fazer uma retrospectiva das provas de arrancada em nosso Estado.

Em 2003, foi anunciado o I Campeonato Norte/Nordeste de Arrancada Automobilística, com previsão de três etapas entre 2003 e 2004. A organização ficou por conta da empresa Robot Produções, sendo que as provas foram realizadas na pista (22 metros de largura e 860 metros de extensão total) do Aeroclube de Maceió, situado no bairro do Tabuleiro dos Martins.

A primeira etapa foi disputada em 19 de outubro, com medição de tempo nos 402 metros (1/4 de milha), e 60 carros dividos em oito categorias. Os vencedores podem ser conferidos nesta outra matéria, publicada há mais de 10 anos em nosso blog.

A segunda etapa estava prevista para os dias 17 e 18 de janeiro de 2004. Porém, as chuvas que caíram naquele final de semana em Maceió impediram a realização regular das disputas, motivo pelo qual a prova fora adiada para o final de semana seguinte. No total, 96 carros participaram, divididos em nove categorias (houve a criação da categoria força livre). Quanto à organização, a Robot Produções atuou de forma conjunta com as Organizações Arnon de Mello, tendo o apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, Prefeitura de Maceió e Caixa Econômica Federal.

Um dos destaques da prova foi o Chevrolet Opala Diplomata 1992 de Sérgio José Oliveira, um carro de rua que teve a mecânica preparada para participar exclusivamente da disputa. O resumo da preparação do carro foi fornecido pelo amigo Rômulo Amorim, que além de ter participado da preparação do Opala de Sérgio, também participou daquela etapa, com o seu Chevrolet Opala Stock Car 1972, cuja história já contamos aqui:

Bloco 4100cc, com pistão 0,50; taxa de compressão 12,5x1; carburador Weber 446 trabalhado; tucho mecânico de Corvette; polia  harmônica no virabrequim; comando de válvulas 250s; coletor 6X2 de competição; disco de embreagem trançado e câmbio 5 marchas original, ligado ao difencial Dana 30 relação 3.06x1.



A III e última etapa ocorreu em 15 de maio de 2004, mas infelizmente não conseguimos encontrar maiores informações.

*Fonte: Arquivo do jornal Gazeta de Alagoas. Todos os direitos reservados.


















sábado, 1 de fevereiro de 2025

Equipe Sussego Motorsport - 1000 Milhas Brasileiras 2025

Na primeira sexta-feira do ano, dia 03 de janeiro, recebemos no Canal Entusiatas Sobre Rodas no Youtube as pilotas Alessandra "Ale" Menini e Michaella "Mika" Peixoto, junto com o também piloto - e pai de Mika - José de Orleans Peixoto Júnior. Para quem quiser conferir a gravação da entrevista ao vivo, é só acessar este link. E claro, se quiser curtir, compartilhar o vídeo e se inscrever no canal, a moral é toda sua.

O trio que dividiria a tocada do Volkswagen Gol G2 nº 73 (ou bola, bolinha, dependendo da região em que você se encontre) é diferenciado por si só. Peixoto Júnior e Mika (quem tem apenas 18 anos de idade), conforme falamos inicialmente, são pai e filha, algo praticamente inédito nos quase 70 anos de história das Mil Milhas Brasileiras. Embora tenhamos registros de pai e filhos correndo em um mesmo carro em várias oportunidades (Camilo Cristófaro e Camilinho, Xandy e Xandynho Negrão, Paulo Gomes e Pedro, Nelson Piquet e Nelsinho, entre outros), as informações que obtivemos é que pai e filha só correram juntos nas edições de 2005 e 2006, sendo eles Fernando Parra e Fernanda.

Já Ale Menini tem seu nome gravado na história da prova por ter sido a primeira mulher a vencer numa categoria (TN1A), feito este obtido na edição de 2023, à bordo da Ford Courier DTM da Equipe Lira Racing, dividindo a tocada Augusto Santin, Iures Delfino, Vinícius Lira e José Santiago.

Infelizmente, por questões de ordem pessoal, Ale Menini não pôde concretizar a sua participação na prova, motivo pelo qual foi inscrito no VW Gol, junto com Peixoto e Mika, o experiente piloto Everton Costa Wagner.

Inscrito na categoria T1, para veículos de turismo com motor aspirado de até 1.6 litros (8 ou 16 válvulas), o VW registrou o tempo de 2min13s701, suficiente para deixá-lo na 59ª posição do grid formado por 70 (setenta) carros. A largada ficou sob a responsabilidade de Peixoto Júnior.

A corrida, que teve várias interrupções por safety-car e chuva forte logo nas primeiras voltas, transcorreu com relativa tranquilidade para o valente Volkswagen e seu trio de pilotos, pois não tiveram problemas mais significativos durante cerca de 11 horas de prova. Porém, como as 1000 Milhas são uma caixinha de surpresa, com vida e vontade próprias, o cenário mudou totalmente a partir dos últimos 40 minutos de prova, quando estavam na liderança da categoria.

Naquele momento, Costa Wagner parou nos boxes para entregar o carro a Peixoto Jr., pois passou a sentir fortes câimbras que impediram a continuidade do seu stint. Só que durante a parada, a bomba de combustível passou a apresentar problemas, que forçaram a sua substituição e uma parada mais longa, junto com o cubo de uma das rodas traseiras, que também quebrou.

E os últimos 10 minutos de corrida ainda reservaram fortes emoções, pois a bomba de óleo passou a perder pressão, o que fez com que as últimas voltas fossem feitas no sacrífico, como nos contou Peixoto Júnior, ao ponto de utilizar a 1ª e 2ª marcha com frequência durante o giro no circuito de Interlagos.

Mas o sacrifício fora coroado com a glória de receber a bandeira quadriculada nas Mil Milhas Brasileiras, com 265 voltas completadas e 37ª posição na classificação final, que lhes rendeu o 3º lugar na categoria T1. A melhor volta foi registrada em 2min12s363, na 154ª volta.

E a vitória maior, certamente, foi para pai e filha, que tiveram a oportunidade de realizar esse sonho juntos, e escrever seus nomes na história da prova. As lágrimas, ao descer do carro, são o resumo de todo esse sentimento.