"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Autódromo Virgílio Távora


Hoje falarei um pouco sobre o Autódromo Virgílio Távora, localizado na cidade de Eusébio, Ceará, zona metropolitana de Fortaleza. A distância entre a capital e o autódromo é de cerca de 18 km. O objetivo dessa postagem não é contar na íntegra a história do autódromo, pois isso já foi feito de forma eficiente e brilhante por parte de profissionais da imprensa esportiva. O meu objetivo é falar das relações desse autódromo com o automobilismo nacional, através das etapas de categorias nacionais que foram realizadas na pista cearense.

Fica claro que o autódromo necessita de reformas e/ou ampliações em vários pontos do complexo, como sala de imprensa e boxes mais amplos, alargamento da pista e barreiras de pneus mais resistentes. É um autódromo bem simples, mas que, com algumas modificações, conseguiria abrigar etapas de categorias nacionais. O fator da distância para os grandes centros do automobilismo já foi algo que representou um empecilho muito grande, nas décadas de 70 e 80. Mas hoje, grandes distâncias são percorridas em pouco tempo e de forma mais segura. Já a questão dos custos, é algo que sempre requer um bom planejamento...

Quanto à segurança, já houveram alguns acidentes fatais nesta pista. Mas fazer essa menção sem analisar as circunstâncias dos mesmos seria no mínimo arbitrário e parcial. Então, vamos a eles:

Thomas Comber, 1979: O piloto pernambucano disputava uma corrida de Fórmula Vê, quando se tocou com Aluizio de Castro. O carro decolou e Thomas, que estava com o capacete mal amarrado, tanto que saiu de sua cabeça, bateu com a cabeça diretamente no chão, pois o santo antonio era feito de tubos de escapamento envoltos em massa plástica. O piloto ficou em coma, internado em Recife por 1 ano e 8 meses, onde veio a falecer em 1981. Com tanta falta de cuidado, um acidente dessa natureza mataria qualquer piloto, em qualquer autódromo.

Haroldo Peixoto, 1980: Haroldo disputava a Fórmula Vê, mas se acidentou quando testava um Fiat 147. No momento do acidente, estava sem cinto de segurança e sem capacete, quando estranhamente capotou em plena reta.

Daniel Maia, 2010: Piloto da Fórmula Vê 1.8, Daniel perdeu o controle de seu carro na saída da curva que dá acesso à reta e foi de encontro, com as rodas no ar, à mureta que separa os boxes da reta principal. A batida ocorreu especificamente na quina do muro, onde existia uma barreira de pneus obsoleta.

Pois bem, diante dos três acidentes fatais, acredito que pelo menos 2 deles poderiam ter sido evitados, caso fossem cumpridas certas medidas de segurança. Não estou a defender a pista, pois tenho a ciência de que existe muito a ser feito no que diz respeito à segurança (barreiras de pneu, áreas ao redor da pista, etc). Mas um piloto que vai à pista sem cinto de segurança, sem capacete ou mesmo com ele solto, simplesmente está pondo sua vida em risco, além de diminuir suas chances de sobrevivência  em caso de acidente. No entanto, em relação ao último acidente ocorrido (Daniel Maia), deve-se levar em conta o perigo que uma batida em mureta de boxe proporciona a qualquer piloto. Muito se fala que tal mureta não deveria existir da forma atual, e isto é um argumento plausível. Pois, qualquer que seja o ângulo (frente, laterais, etc) da batida na quina do muro, provavelmente causará consequências graves para o piloto. Mas da forma como certos acidentes acontecem, fica a sensação de que nada mais poderia ser feito para evitá-lo. É aquela tal história de que "era o que tinha que acontecer", já que em muitas ocasiões todos os cuidados são tomados e infelizmente o indesejável acaba acontecendo.

Como nordestino, torço para que um dia seja finalmente feita a reforma da qual necessita o autódromo. Pois não há dúvidas de que o povo dessa região tem amor ao esporte a motor. Basta ver o automobilismo local, que no final das contas, é quem movimenta o autódromo, dentro das limitações de um campeonato regional. Seria muito bom que categorias de renome voltassem a realizar corridas na pista de Eusébio, pois assim, a atenção para o esporte iria aumentar consideravelmente, ganhando novos adeptos, gerando receitas, desenvolvendo produtos, e todo aquele processo inerente ao automobilismo.

No momento o que podemos fazer é aguardar por boas notícias. Então, vamos às corridas nacionais que fazem parte da história do Autódromo Virgílio Távora:

GP do Ceará de 1969: 

Resultado da prova:

1º Marivaldo Fernandes/Luis Fernando Terra Smith - Alfa GTA, 200 v, 4h38m50s200, 107.913 km/h (SP)
2º Silvio Toledo Pisa/Rafaele Rosito, Protótipo VW, (RS)
3º Alex Dias Ribeiro/João Luis da Fonseca, Protótipo Camber 2000 (DF)
4º Olavo Pires/Jorge Pappas, AC VW (DF)
5º João Brussel/José Luis Bastos , Puma (BA)
6º Carlos Fernandes/Arialdo Pinho, Protótipo VW (CE)
7º André Gustavo/Luis Carlos Brás, VW (DF)
8º Milton Amaral/José Morais, Protótipo VW (RJ)
9º Enio Garcia/Antonio Martins, Elgar GT/VW (DF)
10º Waldemar Santos/João Quevedo, Protótipo VW (CE)
11º Arivaldo Carvalho/Eduardo Pina, Alfa Romeo 1600 (SE)
12º Fernando Ary (CE)/Francisco Lameirão (SP), VW
13º Mario Olivetti/Lair Carvalho, Alfa GTA (RJ)


Maiores informações neste link, com o artigo do escritor Carlos de Paula. Não me "atrevi" a tentar escrever algo sobre essa parte da história, que está tão bem escrita no citado artigo.

Fórmula Ford:

Na temporada de 1970 do Campeonato BUA de Fórmula Ford, foi realizada uma etapa no autódromo Cearense. Os problemas antes da prova foram inúmeros, devido a distância entre o Ceará e as demais praças que sediaram as outras corridas do campeonato. O atraso foi tanto que os carros chegaram às 6:30 hr do dia da corrida, não restando tempo para treinos. Alguns pilotos se recusaram a correr, patrocinadores perderam a paciência com a organização e autoridades locais, e foram ameaçados de prisão, caso se recusassem a disputar a prova no dia marcado. Os atrasos foram causados por quebras e contratempos com as carretas que transportavam os fórmulas, vindos de Curitiba, onde tinha sido realizada a última etapa.

Com o atraso, alguns carros que haviam quebrado na prova de Curitiba não puderam ser consertados a tempo para a disputa no Nordeste. No fim das contas, Emerson Fittipaldi venceu as duas provas, inclusive venceu a primeira com um chapéu grudado na entrada de ar de seu carro. O tal chapéu voou da cabeça de um assistente, mas Fittipaldi venceu mesmo com a temperatura do motor mais alta. O resultado final:

1º Emerson Fittipaldi
2º Luís Pereira Bueno
3º Ian Ashley
4º Wilson Fittipaldi Jr.
5º Marivaldo Fernandes

Melhor volta: Ray Allen - 1min6s6 - média de 135,130 km/h. 

Divisão 3: No dia 29 de Setembro de 1974, foi realizada a quarta etapa do Campeonato Brasileiro de Turismo, onde apenas 7 carros fizeram a viagem de São Paulo até Eusébio, percorrendo cerca de 3700 km de distância. A maioria dos pilotos que disputavam a Classe A não disputaram a prova, o que manteve a classificação do campeonato inalterada. Vários pilotos Cearenses participaram da disputa.

Na classe A, domínio inicial de Raul Natividade Júnior (Equipe Hollywood), que perdeu a ponta e o 2ª lugar para Aloísio de Castro e Aroldo Peixoto, respectivamente, em virtude de uma parada nos boxes.

Na classe C, vitória de José Renato Tite Catapani (Equipe Holywood), após briga intensa com Paulo de Mello Gomes (Mercantil - Finasa) nas 7 primeiras voltas, quando Paulão teve que abandonar em virtude da quebra da correia da bomba de óleo.

Resultado Final da 4ª etapa - Classe A (até 1600 cc):

1º Aloísio de Castro - VW 1600 - 47 voltas (01h00m04s)
2º Haroldo Peixoto - VW 1600 - 46 voltas
3º Raul Natividade Júnior - VW 1600 - 45 voltas
4º Newton Pereira - Chevette 1600 - 45 voltas
5º Estácio Brígido - VW 1600 - 40 voltas
6º Paulo Leão - VW 1600 - 39 voltas
7º João Quevedo - VW 1600 - 32 voltas

Resultado Final da 4ª etapa - Classe C (3000 a 6000 cc):

1º José Renato Tite Catapani - Maverick 5000 - 50 voltas (59min58s)
2º Edgard Mello Filho - Opala 4100 - 48 voltas
3º Antônio da Fonte - Opala 4100 - 45 voltas
4º Edson Yoshikuma - Opala 4100 - 44 voltas
5º Paulo de Mello Gomes - Maverick 5000 - 7 voltas
6º Plínio Riva Giosa - Opala 4100 - 5 voltas

Stock Car: Após o hiato de  quase 5 anos sem sediar uma prova de categoria nacional, o Autódromo Virgílio Távora recebia em 15 de julho de 1979 a 7ª etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car, que estreava naquele ano. Como era previsto, muito em função da distância entre Rio-São Paulo e Fortaleza, alguns pilotos optaram por não viajar para o Ceará, e somente 16 carros disputaram a prova. Um dos carros, pertencente a Mauro Mota, foi alugado ao piloto cearense Luís Pontes.

A primeira bateria foi dominada pelo goiano Alencar Júnior - campeão de 1982 - que fez a pole position (1min14s87) e liderou-a de ponta a ponta. Nessa 1ª bateria, Paulo Gomes rodou na pista logo na 1ª volta na curva do buriti e Reinaldo Campello, na tentativa de evitar o choque, freou o que pode, mas foi atingido na traseira por João "capeta" Palhares, e dessa vez não pôde evitar o choque com Paulão. Ambos abandonaram a 1ª bateria. Ingo Hoffmann também não teve sorte, pois na 10ª volta o platô da embreagem de seu Opala quebrou, fazendo com que abandonasse a prova e não voltasse em condições para disputar a 2ª bateria. Os três primeiros na 1ª bateria foram: Alencar Júnior, Raul Boesel e Zeca Giaffone.

Na segunda bateria, Alencar largou novamente da pole position e seria mais uma vitória para ele, se o capô de seu Opala não tivesse aberto, fazendo com que ele se dirigisse aos boxes para fechá-lo, o que resultou na perda de praticamente uma volta. Mas na raça e andando forte o tempo todo, conseguiu ainda se recuperar e terminar na 4ª posição na bateria e por fim vencer na soma de tempos. E por falar em recuperação, melhor ainda foi a corrida de Reinaldo Campello, que largou em último e venceu a 2ª bateria, que teve como 2º e 3º colocados Zeca Giaffone e Affonso Giaffone Júnior.

O resultado final da 7ª etapa da Stock, disputada em Eusébio foi o seguinte:

1º Alencar Júnior (GO) - 1h04min12s
2º José "Zeca" Giaffone (SP)
3º Affonso Giaffone Júnior (SP)
4º Paulo de Mello Gomes (SP)
5º Valtemir Spinelli (SP)
6º José Catanhede (DF)
7º Osório Araújo (SP)
8º Reinaldo Campello (SP)
9º Luiz Donizetti (MG)
10º Raul Boesel (PR)
11º Sidney Alves (SP)
12º Nélson Lacerda (DF)
13º Luís Pontes (CE)
14º Ingo Hoffmann (SP)
15º José Luís "Graham Hill" Nogueira (SP)
16º José Carlos "Capeta" Palhares" (RJ)

6 Horas do Ceará de 1997: Em 1997 o circuito era reinaugurado, após passar por uma grande reforma que ampliou o traçado e melhorou a infraestrutura da pista. Na época, foram investidos 300 mil reais na reforma que durou 6 meses. Para a inauguração da pista, foi realizada a prova 6 Horas do Ceará, que teve como vencedores Nelson Piquet e Ruyter Pacheco, que pilotaram um BMW - com motor 4 cilindros e cerca de 300 cv de potência - e venceram após 237 voltas completadas. O grid da corrida foi formado por 28 carros, entre Corsas, Fuscas, Protótipos e Voyage, sendo grande parte de pilotos do Nordeste. No fim, 19 carros receberam a bandeira quadriculada.

Fórmula 3 Sul-Americana: Entre 2000 e 2002, a maior categoria de monopostos da América do Sul - que em 2013 disputou sua última temporada, e passará a ser chamada de Fórmula 3 Brasil - realizou corridas no autódromo cearense. Os resultados das provas de 2000 (11ª e 12ª etapas) foram os seguintes:

11ª etapa
Melhor volta: 02 - Wagner Ebrahim    Tempo: 1:07.750   Média: 159.40 km/h na 19ª volta

                                |     Tempo/ | Nº. |    
| Ps | No | Piloto          |Cat|  Diferença | Vlt |    
|--------------------------------------------------|
|  1 |  3 | Uva             |   |  42:49.756 | 034 |  
|  2 | 27 | Furlan          |   |      2.891 | 034 | 
|  3 |  6 | Meira           |   |      5.549 | 034 |  
|  4 | 28 | Altuna          |   |      9.209 | 034 |  
|  5 | 11 | Medeiros        |   |     11.819 | 034 |  
|  6 | 12 | Gueiros         |   |     12.903 | 034 |  
|  7 |  5 | Moro            |   |     18.570 | 034 |  
|  8 | 18 | Werner          |   |     27.731 | 034 |  
|  9 | 41 | Cánepa          | L |     44.052 | 034 |   
| 10 |  8 | Alexandre       | L | === 33 === | 033 |  
| 11 | 56 | Rocha           | L |     35.467 | 033 |  
| 12 | 29 | Ianina          | L |   1:02.930 | 033 |   
| 13 | 77 | Cysne           | L |   1:14.135 | 033 |  
| 14 | 61 | Coscia          | L | === 32 === | 032 |  
| 15 | 25 | Pamplona        |   | === 24 === | 024 |   
| 16 |  7 | Fráguas         |   | === 18 === | 018 |   
|--------------------------------------------------| 
|Pilotos desclassificados:
|1 | De Oliveira
|2 | Wagner Ebrahim
 

12ª etapa 
Melhor volta: 01 - João Paulo De Oliveira. Tempo: 1:07.261 Média: 160.56 km/h na 17ª volta

                                |      Tempo | No. |
| Ps | No | Piloto          |Cat|  Diferença | Vlt |
|--------------------------------------------------|
|  1 |  1 | De Oliveira     |   |  38:53.799 | 034 |
|  2 |  3 | Uva             |   |      0.588 | 034 | 
|  3 | 27 | Furlan          |   |     30.622 | 034 | 
|  4 |  6 | Meira           |   |     32.835 | 034 |
|  5 | 25 | Pamplona        |   |     33.170 | 034 |
|  6 | 12 | Gueiros         |   |     36.991 | 034 |
|  7 | 28 | Altuna          |   |     50.305 | 034 | 
|  8 | 18 | Werner          |   |     53.435 | 034 |
|  9 |  7 | Fráguas         |   |     53.559 | 034 |
| 10 |  5 | Moro            |   |   1:01.553 | 034 |
| 11 | 11 | Medeiros        |   |   1:04.251 | 034 | 
| 12 | 41 | Cánepa          | L | === 33 === | 033 |
| 13 | 56 | Rocha           | L |      3.237 | 033 |
| 14 | 61 | Coscia          | L |     29.769 | 033 |
| 15 |  8 | Alexandre       | L | === 32 === | 032 |
| 16 | 77 | Cysne           | L | === 30 === | 030 |
| 17 | 29 | Ianina          | L | === 26 === | 026 |
| 18 |  2 | Ebrahim         |   | === 19 === | 019 |
|--------------------------------------------------| 
 
6ª etapa de 2001 (12/08/2001):

Texto de Luiz Rodrigues. 
Disponível em: http://www.speedonline.com.br/montatela.php?t=news&sql_query=2253


A sétima etapa do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, realizada neste domingo no Autódromo Virgílio Távora, em Fortaleza (CE), teve fortes emoções e belas disputas tanto na categoria principal quanto na Light. Na primeira, o vencedor foi o gaúcho Juliano Moro, líder do campeonato. Ele venceu de ponta a ponta, mas sofreu forte pressão de Nelson Ângelo Piquet principalmente nas últimas voltas.

A diferença entre Moro e "Piquetzinho" foi de apenas 0s348. A volta mais rápida da corrida foi do paranaense Wagner Ebrahim, na 11ª passagem, com o tempo de 1min07s823 e média de 159,24km/h. Ele havia sido o mais rápido no treino classificatório, mas foi desclassificado da pole position por ter dado uma volta a mais que o permitido, e teve de largar em último.

O carro do paulista Ângelo Serafim ficou parado no grid durante a largada, o que ocasionou um acidente que envolveu mais cinco pilotos: Luiz Medrado, Henrique Favoretto, Gastão Fráguas, Franco Coscia e Daniel Scandian, que era o pole position da categoria Light. Houve uma nova largada, da qual não participaram Medrado e Fráguas. Wagner Ebrahim ganhou várias posições, e já na primeira volta passou em nono lugar. Na oitava passagem, ele fez uma bela ultrapassagem sobre Favoretto, mas este tocou o bico de seu carro na roda do de Ebrahim, o que fez o paranaense rodar e ter de ir para o box. ?Foi uma pena. Eu estava indo bem, fazendo uma boa corrida de recuperação. Poderia até ter conseguido um pódio?, declarou o piloto da Cesário Fórmula, que depois do incidente voltou para a ficar em último e terminou na 12a posição.

Na categoria Light, a prova foi a mais competitiva do ano, com quase todos os pilotos ocupando a liderança em algum momento. O pole position Daniel Scandian teve seu carro afetado no acidente da primeira largada e terminou em terceiro lugar. "Meu carro ficou desalinhado depois da batida, entortou a suspensão dianteira esquerda. Estava muito difícil de guiar, mas quis competir de qualquer jeito para tentar pontuar. E dei sorte, porque meus principais adversários na luta pelo título chegaram atrás de mim", declarou o maranhense. O vencedor da corrida na classe Light foi Augusto Ferreira, seguido por Cristiano Rocha.

Melhor volta: Wagner Ebrahim. Tempo: 1:07.823 - Média 159,240 km/h na 11ª volta.

Ps  No  PILOTO                Nac  NV      PROVA       DIF     
-----------------------------------------------------------
 1   2  Juliano Moro          Bra  32     37:00.403 
 2  33  Nelson A.Piquet       Bra  32                 0.348 
 3   1  Thiago Medeiros       Bra  32                26.825
 4  28  Gabriel Furlán        Arg  32                27.888 
 5   3  Martín Cánepa         Ury  32                33.791
 6   7  Ângelo Serafim        Bra  32                37.766  
 7  12  Ianina Zanazzi        Arg  32              1:04.065 
 8  46  Augusto Ferreira   L  Bra  32              1.11.561  
 9   8  Henrique Favoretto    Bra  31               1 volta
10  41  Christiano Rocha   L  Bra  31               1 volta
11  40  Daniel Scandian    L  Bra  31               1 volta
12   4  Wagner Ebrahim        Bra  31               1 volta
13  27  Carlos Boufflet    L  Arg  31               1 volta 
14  69  Matías Russo       L  Arg  31               1 volta
15  29  Franco Coscia         Arg  31               1 volta
-----------------------------------------------------------        
Não Classificaram: Gastão Fraguas, Luiz Medrado.
-----------------------------------------------------------
 
9ª e 10ª etapas de 2002 (18/08/2002):
 
Texto de Jorge Kraucher.
Disponível em: http://www.speedonline.com.br/montatela.php?t=news&sql_query=5827

Nelson Ângelo Piquet cumpriu plenamente a promessa de presentear o pai com duas vitórias no Ceará ao completar na frente as 35 voltas totais da 10ª etapa do Campeonato Sul-americano de Fórmula 3, disputada neste domingo no Autódromo Virgílio Távora, em Eusébio, município da região metropolitana de Fortaleza onde o piloto que havia ganho também no sábado fez a melhor volta da corrida.

O filho do tricampeão mundial da Fórmula 1 Nelson Piquet, que completou 50 anos no sábado, precisou de pouco mais de 41 minutos para receber a quadriculada com 1s292 de vantagem em relação ao paranaense Wagner Ebrahim, e fechar a disputa com 6s135 de dianteira em relação ao terceiro colocado, o paulista Ângelo Serafim. A vitória entre os pilotos inscritos na divisão Light foi conquistada pelo também paulista Eduardo Azevedo, o "Duda".

Resultado da 9ª etapa:
Ps No PILOTO                 Nac   NV      PROVA      DIF 
----------------------------------------------------------
 1 33  Nelson A Piquet       Bra   35   39:50.288         
 2  1  Thiago Medeiros       Bra   35               22.353
 3  8  Wagner Ebrahim        Bra   35               30.950
 4  5  Daniel Scandian       Bra   35               32.334
 5  3  Felipe Longano        Bra   35               36.792
 6  2  Zeca Cardoso          Bra   35               55.592
 7  4  Danilo Dirani         Bra   35             1:12.082
 8 15  Rodrigo Yungh         Bra   34               -1 vlt
 9 16  Henrique Favoretto    Bra   34               -1 vlt
10 47  Daniel Landi       L  Bra   34               -1 vlt
11 21  Eduardo Azevedo    L  Bra   34               -1 vlt
12 54  Paulo Salustiano   L  Bra   34               -1 vlt
13 77  Bruno de Bari      L  Bra   33               -2 vlt
14 45  Rodrigo Ribeiro    L  Bra   33               -2 vlt
15 46  Jaime Cámara       L  Bra   33               -2 vlt
16 41  Hybernon Cysne     L  Bra   33               -2 vlt
17 55  Daniel Lancaster   L  Bra   33               -2 vlt
18  7  Ángelo Serafim        Bra   24              -11 vlt
nc  6  Arnaldo Santos        Bra   --              -35 vlt
----------------------------------------------------------
Media do 1º.: 151,29 km/h  
----------------------------------------------------------
Melhor volta: 1 - Thiago Medeiros - Tempo: 1:07.734 - Média: 154,13km/h
 
Resultado da 10ª etapa:
Ps No PILOTO                 Nac   NV      PROVA      DIF 
----------------------------------------------------------
 1 33  Nelson A Piquet       Bra   35   41:22.562         
 2  8  Wagner Ebrahim        Bra   35                1.292
 3  7  Ângelo Serafim        Bra   35                6.135
 4  4  Danilo Dirani         Bra   35               18.611
 5 15  Rodrigo Yungh         Bra   35               36.934
 6  1  Thiago Medeiros       Bra   35               45.197
 7 21  Eduardo Azevedo    L  Bra   35               56.283
 8 46  Jaime Cámara       L  Bra   35               57.185
 9 55  Daniel Lancaster   L  Bra   35             1:00.012
10  5  Daniel Scandian       Bra   34               -1 vlt
11 47  Daniel Landi       L  Bra   34               -1 vlt
12 41  Hybernon Cysne     L  Bra   33               -2 vlt
13  3  Felipe Longano        Bra   33               -2 vlt
14 45  Rodrigo Ribeiro    L  Bra   27               -8 vlt
15  2  Zeca Cardoso          Bra   22              -13 vlt
16 54  Paulo Salustiano   L  Bra   16              -19 vlt
17 16  Henrique Favoretto    Bra   10              -25 vlt
18 77  Bruno de Bari      L  Bra    5              -30 vlt
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Media do 1º.: 145,66 km/h  
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Melhor volta: 33 - Nelson A Piquet - Tempo: 1:06.525 - Média: 155,31km/h
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Infelizmente houveram muitos problemas naquela etapa, principalmente entre a Piquet Sports (equipe chefiada por Nelson Piquet e que foi criada para apoiar a carreira de Nelsinho na F3 Sudam e posteriormente na GP2) e vários outros pilotos (pelo menos 13 dos 18 que largaram), que chegaram a redigir um manifesto contra as práticas da equipe e o dirigiram ao comissário da CBA, Carlos Montagner. O manifesto repudiava o fato da equipe de Piquet ter realizado treinos particulares (proibidos) no Autódromo de Brasília, por exemplo. Isso ocorreu quando Piquet inscreveu na prova 1000 km de Brasília um Fórmula 3 com faróis e carenagem cobrindo as rodas, que completou 29 voltas na disputa. Ficou claro na época que isso foi uma estratégia para que Nelsinho tivesse mais quilometragem com o carro, já que naquela ocasião ele disputava o título, que terminou por vencer no fim da temporada. Além disso, os pilotos acusavam Nelsinho Piquet de ter realizado treinos no autódromo cearense antes do final de semana da corrida.

A integra do manifesto:
(disponível em: http://www.speedonline.com.br/montatela.php?t=news&sql_query=5842)

CARTA ABERTA

À Confederação Sul Americana de Automobilismo CODASUR
Confederação Brasileira de Automobilismo CBA
Federação Internacional de Automobilismo FIA

O egoísmo, à megalomania, o oportunismo e má fé, são características que estão presentes na personalidade de alguns homens desde o surgimento da humanidade, ainda em sua fase primitiva.

Em função desses desvios, e da personalidade doentia de alguns poucos homens, a humanidade já vivenciou os mais violentos atentados da sua história.

Ainda no inicio da era cristã, a condenação e a morte de Cristo é a maior referência para o povo Católico em todo o mundo.

Motivado por estes sentimentos mesquinhos Caim matou Abel.

Nas sociedades contemporâneas as duas guerras mundiais são exemplos de autofagia social.

Diante dessa realidade, fica claro que homens possuidores de tão terríveis sentimentos permeiam todos os seguimentos da sociedade, e motivados por sua bestialidade são capazes de tudo para atingir seus objetivos ainda que isso resulte em grandes prejuízos para a maioria.

No esporte, essa realidade, lamentavelmente não é diferente. Os exemplos de desonestidade e de má fé são diariamente denunciados pela imprensa, sempre acompanhados das PUNIÇÕES CORRESPONDENTES.

Agora mesmo, nós pilotos de Fórmula-3, participantes do campeonato Sul Americano da categoria, estamos vivenciando o dessabor amargo e constrangedor do oportunismo e da má fé, praticados pela equipe Piquet Sports, onde o seu piloto é instrumento da manipulação, do egoísmo e da falta de escrúpulos do seu pai, Nelson Piquet, diretor geral da equipe.

Com o registro publico em um jornal e em uma emissora de televisão de Fortaleza, o regulamento do campeonato foi descumprido e burlado pela referida equipe num desrespeito a nós pilotos e chefes de equipes, e numa afronta a todas entidades e autoridades esportivas do automobilismo, nacional e internacional, que existem exatamente para coibir esse tipo comportamento, e até agora nenhuma medida punitiva foi tomada.

PERGUNTAMOS ATÉ QUANDO VAI PERDURAR ESSE ESTADO DE OMISSÃO?

Os dirigentes das entidades do automobilismo nacional e internacional sabem que a passividade e a complacência com esse tipo de atitude e comportamento da Piquet Sports, mais do que destruir os nossos sonhos de um dia nos tornarmos pilotos profissionais e galgarmos as categorias mais evoluídas desse esporte, está destruindo o maior valor que deve ter qualquer modalidade esportiva, que é a sua credibilidade, e é contra isso que queremos aqui, MANIFESTAR O NOSSO PROTESTO E O NOSSO DESAGRAVO A TUDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO, POIS SE UMA ATITUDE REPARADORA NÃO FOR IMEDIATAMENTE ANUNCIADA ESTAREMOS TODOS HUMILHADOS E DESMORALIZADOS DIANTE DO MUNDO AUTOMOBILÍSTICO.

Confiamos na competência, no bom senso e na honestidade das autoridades esportivas do automobilismo nacional e internacional, no sentido de reparar esses erros e repor a verdade, fazendo cumprir o que determina o regulamento, em nome do que para nós, é mais importante do que as vaidades, a falta de escrúpulos, e os objetivos individuais, que são o automobilismo e a nossa categoria.

Subscrevem os pilotos da Formula-3 Sul Americana, participantes das etapas de Fortaleza-CE.

18 de Agosto de 2002

Ângelo Serafim
Bruno Bari
Daniel Lancaster
Daniel Scandian
Duda Azevedo
Henrique Favoretto
Hybernon Cysne
Jaime Câmara Neto
Paulo Salustiano
Rodrigo Ribeiro
Thiago Medeiros
Wagner Ebrahim
Zeca Cardoso 

O clima ficou muito tenso naquele final de semana. Não bastassem as acusações em relação à equipe Piquet Sports, o piloto Thiago Medeiros se envolveu em uma incidente com Arialdo Pinho, que foi noticiado pelo site Speed Online da seguinte forma:

(disponível em http://www.speedonline.com.br/montatela.php?t=news&sql_query=5843)

Nem só a alta temperatura no Nordeste brasileiro esquentou o clima na 10ª etapa do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, realizada neste domingo, no município de Euzébio, na região metropolitana de Fortaleza (CE).

Antes da disputa, com o grid já formado, alguns pilotos deixaram os cockpits de seus carros e entregaram ao Comissário Desportivo da Confederação Brasileira de Automobilismo Carlos Montagner um abaixo-assinado pedindo punição à Piquet Sports pela realização de treinos realizados fora das praças e das datas permitidas pelo regulamento.

No momento em que isso aconteceu, o clima começou a ser de hostilidade entre o piloto Thiago Medeiros e o cearense Arialdo Pinho, que apoia a equipe que o tricampeão do mundo de Fórmula 1 Nelson Piquet montou para o filho Nelson Ângelo Piquet, o vencedor da rodada dupla realizada em solo cearense.

Depois da prova, o clima de hostilidade fez com que Pinho sacasse a arma de um dos seguranças do circuito e a apontasse para a cabeça de Medeiros. Felizmente a "Turma do deixa-disso" agiu rápido, e apaziguou os ânimos.

Ao deixar o circuito, Thiago Medeiros registrou um Boletim de Ocorrência por ameaça na Delegacia Metropolitana de Aquiraz, a mais próxima do autódromo. 

E assim, a Fórmula 3 nunca mais correu no Autódromo Virgílio Távora.

Pick-up Racing:

A primeira categoria nacional a admitir a inscrição de pick-ups correu no Ceará entre 2002 e 2004, em sua primeira fase. Em 2008, quando a categoria estava sob a chancela da Vicar, e corria com equipamento derivado da Stock Car, foi realizada uma etapa no autódromo Cearense. Os resultados foram os seguintes:

2002:
  • Pole Position: Emerson Duda (Ford Ranger) - 1min27s936
  • Vencedor da 1ª prova: João Campos (Ford Ranger) - Melhor volta: Emerson Duda (1min29s088)
  • Vencedor da 2ª prova: Emerson Duda - Melhor volta: Edson Thomé (Dodge Dakota - 1min28s992)
2003:
  • Pole Position: João Campos (Ford Ranger) - 1min27s036
  • Vencedor: Emerson Duda (Ford Ranger) - Melhor volta: João Campos (1min28s825)
  • Obs: O piloto pernambucano Carlos "Cangaceiro" Teixeira disputou aquela temporada completa, assim como a temporada de 2004.
2004:
  • Pole Position: Nelson Bazzo (Chevrolet S10) - 1min26s622
  • Vencedor: Emerson Duda (Ford Ranger) - Melhor volta: João Campos (1min28s061)
2008:
  • Pole Position: Thiago Riberi  (Chevrolet S10) - 1min14s888
  • Vencedor: Gustavo Sondermann (Chevrolet S10) -Melhor volta: Gustavo Sondermann (1min16s310)
  • Obs: Os pilotos cearenses André Pontes (S10), Geraldo "Mano" Rola (L200) e Alcides Moreira (S10) disputaram a prova com bólidos alugados, tendo como resultados o 8º, 15º e 18º lugar, respectivamente.
 
Fórmula Truck:

2006: A pole position foi conquistada por Pedro Mufatto (1ª da carreira na Truck), com o tempo de 1min06s484, no traçado de 1.780 metros (sentido inverso). Ele também venceu a prova, sua 1ª vitória na categoria (36 voltas em 1h03min796).

2007: O pole da etapa foi o paranaense Leandro Totti (56s330), e o vencedor foi Felipe Giaffone, que vencia sua 2ª prova consecutiva e seria campeão naquele ano. Tempo total de prova: 1h00min52s320 (54 voltas).

2008: Geraldo Piquet conquistou tanto a pole position quanto a vitória nesta etapa, que marcou a estreia do Argentino Gastón Mazzacane na Truck, com um ótimo 5º lugar obtido (com direito à pódio).

2009: Novamente o pole da etapa Cearense foi Geraldo Piquet, com o tempo de 55s714, tendo seu companheiro de equipe Wellington Cirino em 2º. A dobradinha se repetiu na prova, que teve 50 voltas disputadas em 1h00min45s.

Corrida de 2002

2002

2003

Alfas da Equipe Jolly em 1969

Pick-up Racing em 2008
Mazzacane em 2008




Corrida de inauguração em janeiro de 1969



É oportuno também trazer aos leitores o link de um reportagem detalhada sobre a construção e os primórdios do Autódromo Virgílio Távora, assim como a sua situação há 3 anos atrás. Essa reportagem foi feita pelo site Nobres do Grid. Clique aqui .

 Especificações do Circuito:

* Extensão da pista: 3.000 metros
* Velocidade média: 160 km/h
* Número de curvas: 7 (sete)
* Nomes das curvas: Desespero, Fernando Ary, Entrada do miolo, 90 graus, Sol, “S” e Dirce.
* Quantidade de boxes: 32
* Quantidade de paddocks: 4 (quatro) com capacidade para 800 pessoas.
* Torre de cronometragem com três andares
* Secretaria de prova
* Sala de imprensa
* Sala de direção de prova
* Sala de comissários
* Pódio
* Arquibancada interna para 1.500 pessoas
* Arquibancada externa para 4.000 pessoas
* Restaurante
* Posto para abastecimento
* Parque fechado para vistoria
* Estacionamento interno para 60 carros
* Dois estacionamentos externos para 150 carros

Fontes:

http://www.cronomap.com.br/resultados/f3/2000/fortaleza/main05.html
http://www.cronomap.com.br/resultados/f3/2000/fortaleza/main07.html
http://www.cronomap.com.br/resultados/f3/2001/fortaleza/index.html
http://www.cronomap.com.br/resultados/f3/2002/fortaleza.html

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