Pode-se dizer que a mudança de data da Mil Milhas Brasileiras, a partir de 1995, foi um dos primeiros golpes da sequência que terminou por liquidá-la em 2008. Isto porque, enquanto a prova era realizada no mês de janeiro, o crescimento era notório, tendo como ápice a edição de 1994, que foi um verdadeiro desfile de belas e potentes máquinas conduzidas por grandes nomes do automobilismo mundial. Por conta da não liberação do autódromo para a 24ª edição, em janeiro de 1995, em virtude das obras anuais para receber a F1 (eram tempos em que o GP Brasil era realizado no mês de março, fato que perdurou até 2003), a organização da prova foi forçada a encontrar uma brecha no calendário no mês de abril, depois da passagem da categoria máxima.
No primeiro ano da mudança, em 1995, o prenuncio do fracasso se expressou através do prejuízo na arrecadação e da ausência de vários grandes pilotos que estiveram presentes em 1994, já comprometidos com seus campeonatos regulares. Apesar do grid não contar com tantas máquinas de alto nível, como no ano anterior, pelo menos não foi dos menores, haja vista que 50 carros participaram da prova.
Entretanto, o cenário deprimente se deu em 1996, quando o grid foi ainda menor (30 carros) e a prova não teve divulgação alguma, sendo disputada na base da boa vontade dos verdadeiros amantes do automobilismo, que sempre mantiveram a Mil Milhas, mesmo nos tempos mais difíceis, como em 1990, momento em país passava por grave crise econômica. Uma tentativa de sobrevida foi feita em 1997, ao levar a prova para Brasília, sob a tutela de Nelson Piquet. Entretanto, o resultado foi ainda pior, pois somente 25 carros alinharam naquela edição
No primeiro ano da mudança, em 1995, o prenuncio do fracasso se expressou através do prejuízo na arrecadação e da ausência de vários grandes pilotos que estiveram presentes em 1994, já comprometidos com seus campeonatos regulares. Apesar do grid não contar com tantas máquinas de alto nível, como no ano anterior, pelo menos não foi dos menores, haja vista que 50 carros participaram da prova.
Entretanto, o cenário deprimente se deu em 1996, quando o grid foi ainda menor (30 carros) e a prova não teve divulgação alguma, sendo disputada na base da boa vontade dos verdadeiros amantes do automobilismo, que sempre mantiveram a Mil Milhas, mesmo nos tempos mais difíceis, como em 1990, momento em país passava por grave crise econômica. Uma tentativa de sobrevida foi feita em 1997, ao levar a prova para Brasília, sob a tutela de Nelson Piquet. Entretanto, o resultado foi ainda pior, pois somente 25 carros alinharam naquela edição
Depois da volta para Interlagos, em 1998, novamente a Mil Milhas saía para outra praça. Desta vez para o então recém reformado Autódromo Internacional de Curitiba, com a 28ª edição programada para os dias 19 e 20 de dezembro. Infelizmente, na semana anterior a prova, as notícias não foram boas, pois a Petrobrás, empresa parceira desde a 1ª edição, anunciou a retirada de seu patrocínio. Porém, o cenário não tardou a mudar, pois a concorrente Shell assumiu o seu lugar poucos dias antes de prova.
Em suma, a maior parte do grid de 35 carros foi formada protótipos de fabricação nacional, como o Aldee RTT (também chamado de Aldee Cupê) e sua versão mais nova, o Aldee Spyder (carroceria aberta). Mas estavam presentes também algumas unidades do concorrente Tango, entre vários Gols do campeonato de Marcas e Pilotos, e alguns carros incomuns, como os Mitsubishi Eclipse e Lancer Evolution, além de um Chevette com motor de seis cilindros de Opala, o qual já foi tema de postagem neste blog.
Em suma, a maior parte do grid de 35 carros foi formada protótipos de fabricação nacional, como o Aldee RTT (também chamado de Aldee Cupê) e sua versão mais nova, o Aldee Spyder (carroceria aberta). Mas estavam presentes também algumas unidades do concorrente Tango, entre vários Gols do campeonato de Marcas e Pilotos, e alguns carros incomuns, como os Mitsubishi Eclipse e Lancer Evolution, além de um Chevette com motor de seis cilindros de Opala, o qual já foi tema de postagem neste blog.
A pole position foi conquistada pelo trio Rodrigo Hanashiro/Popó Bueno/André Giaffone, a bordo do Tango Opel (mesmo motor utilizado pela extinta Fórmula Chevrolet) nº 48, que desbancou o Porsche 911 GT2 de Roberto Samed/José Venezian/Flávio Trindade, um dos favoritos à vitória. Entre os protótipos, estavam nomes como:
Tango BMW Nº 2 Flávio Andrade/Ruyter Pacheco/Felipe Giaffone
Tango Opel 2000 Nº 1 Délcio Correa/Tom Stefani/Athos Diniz
Aldee Spyder 2.0 VW Nº 9 Emerson Duda, Márcio Sarot e Wagner Ebrahim
Próton BP7 BMW Nº 33 Vitor Meira, Arialdo Pinto e Hybernon Cisne
A largada foi dada às 22 horas do sábado, com domínio inicial do Tango pole position. Entretanto, após 120 voltas completadas, o trio Hanashiro/Bueno/Giaffone teve que abandonar, após o estouro do motor Opel. Em seguida, a liderança ficou durante um bom tempo com o trio Délcio Correa, Tom Stefani e Athos Diniz, responsável pela condução de outro Tango Opel (nº 1). Cabe ressaltar que Stefani era o então vencedor da prova. Mas por conta de problemas de câmbio, já na parte final da disputa, a liderança foi perdida para o Aldee Spyder VW 2.0 de Jair Bana/Beto Borghesi/Luciano Borghesi, vencedores das 500 Milhas de Londrina na semana anterior, que não perderam a ponta, e receberam a bandeira quadriculada após 433 voltas, completadas em 11h58min46s.
No entanto, as voltas finais foram dramáticas para o trio, pois o Spyder passou a ter vazamento de óleo do câmbio, o que provocou duas paradas extras nos boxes para adição de óleo. Porém, isso não impediu a tranquila vitória sobre o Porsche 911 de Samed/Venezian/Trindade, com 13 voltas de vantagem. Além do vazamento de óleo, dois ingredientes contribuíram para tornar essa vitória memorável:
1. O mesmo protótipo havia vencido as 500 Milhas de Londrina uma semana antes e não chegou nem a passar por um revisão completa para encarar a maratona de 1600 km;
1. O mesmo protótipo havia vencido as 500 Milhas de Londrina uma semana antes e não chegou nem a passar por um revisão completa para encarar a maratona de 1600 km;
2. O piloto Luciano Borghesi contava na época com 63 anos de idade e não pilotou durante a noite, que no fim das contas foi o maior período da corrida, já que largada foi dada às 22 horas.
Outro bólido que mereceu destaque foi o Aldee nº 20, do trio Pedro Mufatto/David Mufatto/Gastão Weigert, que estava equipado com motor Mazda 1.3 L Wankel rotativo. Mas a corrida terminou muito cedo para este protótipo, com apenas 2 voltas completadas.
Resultado completo:
1º Aldee Spyder VW 2.0 Nº 29 Beto Borghesi, Jair Bana e Luciano Borghesi PR – 433 voltas
2º Porsche 911 GT2 Nº 11 Roberto Samed, José Venezian, Flávio Trindade e Dener Pires SP/SP/PR/SP – 420 voltas
3º Tango BMW Nº 2 Flávio Andrade, Ruyter Pacheco e Felipe Giaffone RJ/DF/SP – 419 voltas
4o Tango Opel 2000 Nº 1 Délcio Correa, Tom Stefani e Athos Diniz GO/DO/DF – 417 Voltas
5o VW Gol Nº 32 Ladicelau Roveda, Edson Machado e Paulo Machado PR – 402 voltas
6o VW Gol Nº 117 Fábio Machado e Ângelo Batistella PR – 400 voltas
7o Aldee Spyder Nº 7 Antônio Miguel e Pedro Moreira Filho PR – 398 voltas
8o Aldee RTT Nº 40 Admir Pardo, Xavier Perez e Arthur Nunes PR – 388 voltas
9o VW Gol Nº 57 Ademir Adur, Ricardo Khoury e José Cazumi PR – 387 voltas
10o Chevrolet Chevette Nº 87 Alceu Feldmann, Luiz Delgado e Tancredo Rocha – 386 voltas
11º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 9 Emerson Duda, Márcio Sarot e Wagner Ebrahim – 385 voltas
12º Aldee Spyder 20. VW Nº 14 José Caterina, Robson Rizzo e Jued Júnior – 377 voltas
13º Aldee Opel 2.0 Nº 91 Thiago Veloso, Pablo Forrisi e Marcito Dumbeck – 349 voltas
14º Aldee 2.0 Nº 27 Marcelo Silvério, Augusto Neto e José Sanchez – 336 voltas
15º VW Gol 1.6 Nº 148 Maurício Neves, André Gutierrez, Sergio de Pina – 320 voltas
16º VW Gol 1.6 Nº 95 João Finardi, Walmor Weiss e Sanito Cruz Jr. – 308 voltas
17º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 0 Tony Garcia, Luís Mussi e Carlos Richa – 295 voltas
18º VW Gol 1.6 Nº 126 Luiz Gubert, Paulo Gubert e Luciano Ghilard – 251 voltas
19º Próton BP7 BMW Nº 33 Vitor Meira, Arialdo Pinto e Hybernon Cisne – 240 voltas
20º Aldee 2.0 Nº 93 Ricardo Elias, Germano de Moraes e Plínio Pessoa – 233 voltas
21º Chevrolet Omega Nº 25 José Campanella, Fabio Sotto Mayor e Marcos Miyake – 231 voltas
22º Tango Opel 2000 Nº 29 Ângelo Serafim, Paulo Gomes e Baltazar Júnior – 215 voltas
23º Mitsubishi Lancer Evo Nº 49 Oscar Branco e Geraldo Sermann – 203 voltas
24º Aldee Spyder Turbo 2.0 Nº 21 Claudio 'Pantcho' Gasparini, José Coelho Romano e Cleudir Machado – 169 voltas
25º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 17 Irineu Camargo e Carlos Benedetti – 162 voltas
26º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 46 Mario Bove, Carlos Cantarelli e Silvio Grillo – 157 voltas
27º Chevrolet Corsa Nº 37 José Airton Filho, Paulo Silveira e Sérgio Fonseca – 156 voltas
28º Mitsubishi Eclipse GS Turbo Nº 47 Valdir Florenzo, Rodolfo Massari e Peixoto Júnior – 143 voltas
29º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 13 Vitor Ardito, Agostinho Ardito e Michel Caspari – 135 voltas
30º Tango Opel 2000 Nº 48 André Giaffone, Rodrigo Hanashiro e Popó Bueno – 120 voltas
31º Aldee Opel 2000 Nº 10 Peter Januário, Tino Viana e Fúlvio Marotte – 114 voltas
32º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 16 Tadeu Kowalzuck e Roman Kowalzuck – 86 voltas
33º Aldee Spyder 2.0 VW Nº 22 Mário Covas Neto, Fauzy Buchala Jr. Meyer Bernd e Ricardo Haddad – 15 voltas
34º Chevrolet Chevette Stock 4.1 Nº 18 Carlos “Tigueis” Batista, Reinaldo Gasko e José Carlos Alves – 7 voltas
35º Aldee Mazda 1.3 Nº 20 David Mufatto, Pedro Mufatto e Gastão Weigert – 2 voltas
Não Largou: Espron BMW 1900 Nº 3 Flávio Andrade e Ruyter Pacheco
Após a ausência no ano 2000, a Mil Milhas voltou a Interlagos em 2001, dessa vez na tradicional data de 25 de janeiro, de onde não deveria ter sido tirada nunca.
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