Falar sobre Wilson Fittipaldi Jr., o Wilsinho, é relembrar de grandes momentos da história do automobilismo nacional, e também mundial, passando pelas realizações do mesmo como piloto, chefe e proprietário de equipe, e por fim, como pai de piloto.
Como nosso espaço é restrito e já existem publicações de renome a respeito da carreira de Wilsinho Fittipaldi, esta postagem ficará restrita à sua carreira na Stock Car e em participações nas Mil Milhas Brasileiras.
Inicialmente, Wilsinho desempenhou a função de piloto da equipe Copersucar, fundada por ele e seu irmão Emerson no ano de 1975. Contudo, a partir de 1976, passou a chefiar exclusivamente a equipe, que encerrou suas atividades em 1982, já como Fittipaldi Automotive.
Este último ano coincidiu com o início de sua primeira participação na Stock Car, cuja estréia se deu na prova disputada em Brasília/DF, em 04 de abril de 1982. Na ocasião terminou em um ótimo 5º lugar, à bordo de um Chevrolet Opala preparado por Claude Bess. Esta participação ganha ainda mais destaque se levarmos em consideração que ele terminou à frente de pilotos como Ingo Hoffmann, Luiz Alberto Pereira e Marcos Gracia, todos com mais experiência que ele na categoria.
A temporada de 1982 terminou após 11 etapas disputadas, tendo o piloto obtido 03 (três) pódios e 02 (duas) melhores voltas, e a 6ª posição da classificação final, à frente de Marcos Gracia, Ingo Hoffmann, Fábio Sotto Mayor e o então campeão, Affonso Giaffone Júnior.
Porém, a participação na categoria durou pouco, pois em 1983 correu apenas a última etapa, disputada em Interlagos, tendo como resultado um honroso 10º lugar.
Wilsinho só voltaria a disputar uma corrida pela Stock em 1991, com um Protótipo Opala (o carro utilizado na época era um Opala com carenagem modificada) da Equipe Amico. E os resultados foram dos melhores: 01 vitória, obtida na 6ª etapa, disputada no Autódromo Internacional de Curitiba, 05 (cinco) pódios e 01 (uma) melhor volta. Ao fim, foi vice-campeão da categoria, atrás apenas da imbatível dupla Ingo Hoffmann/Ângelo Giombelli).
A terceira e última participação de Wilsinho na Stock ocorreu nas temporadas de 1994 e 1995, época da estréia do Chevrolet Omega na categoria. Em 1994, conquistou 06 (seis) pódios e a 3ª posição na classificação final, correndo pela equipe do preparador Rosinei Campos, que se tornaria multicampeão da categoria.
Já em 1995, seu último ano na Stock Car, conquistou sua primeira e única pole position, na abertura da categoria, em Goiânia. No decorrer da temporada, foram 04 (quatro) pódios, 01 (uma) melhor volta e 01 (uma) vitória, conquistada em Jacarepaguá. Naquele ano, correu pela equipe Action Power, de Paulo de Tarso, com o patrocínio da Marlboro.
Após estas participações, a ligação final de Wilsinho com a categoria se deu em 2004, quando atuou como coordenador técnico da Equipe WB Motorsport, de Washington Bezerra, campeã da categoria com Chico Serra entre 1999 e 2001.
Houve ainda um ensaio de volta em 2019, quando fora anunciada a Fittipaldi Team, equipe que seria chefiada por Wilson Fittipaldi Júnior, com participação de Roberto e Felipe Zullino como administradores, Ricardo Divila como engenheiro de equipe e Christian Fittipaldi como chefe da parte esportiva. Porém, em virtude de questões financeiras, a estréia não ocorreu, sendo adiada para 2020. E nada mais foi falado sobre o assunto.
Já nas Mil Milhas, a primeira participação de Wilsinho ocorreu em 1966, a bordo de um dos Karmann Ghia Porsche 2.0 da Equipe Dacon, chefiada por Paulo Goulart. A tocada fora dividida com Ludovino Perez Júnior, e ainda nos treinos a performance dos pilotos já deu uma bela amostra do que seria a corrida: Pole position, com a marca de 3min38s2. Na corrida, a dupla liderou por algumas voltas, porém, após ter o pára-brisa quebrado, perdeu algumas voltas no box para trocá-lo, o que prejudicou a performance na corrida. Ao final, Wilsinho e Ludovino terminaram na 8ª posição, com 192 voltas completadas (09 atrás do vencedor).
Em 1967, mais uma participação na prova, desta feita em dupla com seu irmão Emerson. O bólido escolhido foi o enigmático Fitti-Porsche, um protótipo construído pelos irmãos Fittipaldi que tinha como base um Porsche 550 Spyder. De cara, o lindo protótipo mostrou a que veio, tendo quebrado o recorde de tempo em Interlagos nos treinos por algumas vezes, sendo o menor tempo na casa de 3min31s8. Depois de largar na pole, o Fitti-Porsche sofreu um vazamento de combustível, que impôs uma parada inesperada nos boxes. Logo após, houve um princípio de incêndio, que fez com que o carro retornasse aos boxes novamente. Por fim, a quebra da junta homocinética foi a gota d'água para o término da participação do carro na prova. Após passar por diversas mãos, até hoje não se sabe o paradeiro deste carro...
No ano de 1981, prestes a estrear na Stock Car, Wilsinho participou das Mil Milhas de 1981, formando dupla em um Opala com Reinaldo Campelo. O resultado final foi a 17ª posição, com 176 voltas completadas.
A tão esperada vitória nas Mil Milhas, prova criada por seu pai (junto com Eloy Gogliano) em 1956, veio no ano de 1994, e de uma forma muito especial. No ano em que a Mil Milhas fora um evento de nível internacional pela primeira vez, Wilsinho disputou a prova com um Porsche 911 GT Le Mans, equipado com motor turbo 3.8 de 420 cavalos de potência, em dupla com seu filho Christian. Após largar na 2ª posição, o Porsche assumiu a liderança na 16ª volta, permanecendo nesta condição até a volta 116.
A retomada ocorreu na 126ª passagem, e da liderança não mais saíram até a bandeirada, colocando o seu nome na história de forma defitiniva. Durante a corrida, o Porsche funcionou como um relógio suíço, não tendo apresentado qualquer problema, mesmo com a elevação da pressão do turbo de 0,8 bar para 1,5 bar. De quebra, os Fittipaldi marcaram a melhor volta da prova, com 1min43s438.
No ano seguinte, Wilsinho voltou com um esquema de corrida ainda mais forte. Inscrito com o Porsche 993 da Equipe Konrad Motorsport, disputou a prova formando trio com Antônio Hermann e Franz Konrad, sendo que este sequer chegou a pilotar o carro, pois estava inscrito no outro Porsche da equipe, que terminou na 2ª posição. O show de velocidade foi tão grande que o Porsche de Wilsinho & Cia. registrou a melhor marca da prova, com 1min41s320, liderou de ponta a ponta e terminou com 15 voltas de vantagem para o 2º colocado e 29 para o 3º.
Para a alegria desse blogueiro, tive a oportunidade de conhecê-lo em novembro de 2018, quando estiver em Interlagos para assistir a etapa final da Porsche Endurance Series. Na companhia do meu amigo irmão Rodrigo Carelli (//blogdocarelli.blogspot.com), fiz a visitação dos boxes antes da largada, e quando vi Wilsinho Fittipaldi ao longe, não tive dúvidas de parar e pedir uma foto. Ele já estava indo embora, mas gentilmente esperou para que pudéssemos registrar o momento. E olhe que um "engraçadinho" ainda passou na minha frente, rsrsrsrsrs.
Enfim, Wilson Fittipaldi Júnior é um dos grandes pilotos que fizeram parte tanto da Stock Car, quanto das Mil Milhas Brasileiras, bem como de outras categorias, e assim, não poderia deixar de falar a respeito de sua carreira neste blog.
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Karmann Ghia Porsche na Mil Milhas de 1966 |
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Porsche 911 GT Le Mans liderando a prova de 1994 |
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Close no capacete com sua tradicional pintura |
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Porsche de 1994 |
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Porsche 993 em 1995 |
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Estréia na Stock em 1982 |
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Ao lado do carro utilizado na temporada de 1991 |
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Omega da temporada de 1994 |
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Largada da prova de 1967 |
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o Fitti-Porsche |
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Interlagos - Novembro de 2018 |
Matéria mais do que necessária para um dos grandes do nosso automobilismo, parabéns!!
ResponderExcluirVerdade irmão! Tamo junto.
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