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sábado, 30 de maio de 2020

Série nomes que fizeram/fazem a história da Stock Car - Parte XVI: Wilson Fittipaldi Jr.


Falar sobre Wilson Fittipaldi Jr., o Wilsinho, é relembrar de grandes momentos da história do automobilismo nacional, e também mundial, passando pelas realizações do mesmo como piloto, chefe e proprietário de equipe, e por fim, como pai de piloto.

Como nosso espaço é restrito e já existem publicações de renome a respeito da carreira de Wilsinho Fittipaldi, esta postagem ficará restrita à sua carreira na Stock Car e em participações nas Mil Milhas Brasileiras.

Inicialmente, Wilsinho desempenhou a função de piloto da equipe Copersucar, fundada por ele e seu irmão Emerson no ano de 1975. Contudo, a partir de 1976, passou a chefiar exclusivamente a equipe, que encerrou suas atividades em 1982, já como Fittipaldi Automotive.

Este último ano coincidiu com o início de sua primeira participação na Stock Car, cuja estréia se deu na prova disputada em Brasília/DF, em 04 de abril de 1982. Na ocasião terminou em um ótimo 5º lugar, à bordo de um Chevrolet Opala preparado por Claude Bess. Esta participação ganha ainda mais destaque se levarmos em consideração que ele terminou à frente de pilotos como Ingo Hoffmann, Luiz Alberto Pereira e Marcos Gracia, todos com mais experiência que ele na categoria.

A temporada de 1982 terminou após 11 etapas disputadas, tendo o piloto obtido 03 (três) pódios e 02 (duas) melhores voltas, e a 6ª posição da classificação final, à frente de Marcos Gracia, Ingo Hoffmann, Fábio Sotto Mayor e o então campeão, Affonso Giaffone Júnior.

Porém, a participação na categoria durou pouco, pois em 1983 correu apenas a última etapa, disputada em Interlagos, tendo como resultado um honroso 10º lugar.

Wilsinho só voltaria a disputar uma corrida pela Stock em 1991, com um Protótipo Opala (o carro utilizado na época era um Opala com carenagem modificada) da Equipe Amico. E os resultados foram dos melhores: 01 vitória, obtida na 6ª etapa, disputada no Autódromo Internacional de Curitiba, 05 (cinco) pódios e 01 (uma) melhor volta. Ao fim, foi vice-campeão da categoria, atrás apenas da imbatível dupla Ingo Hoffmann/Ângelo Giombelli).

A terceira e última participação de Wilsinho na Stock ocorreu nas temporadas de 1994 e 1995, época da estréia do Chevrolet Omega na categoria. Em 1994, conquistou 06 (seis) pódios e a 3ª posição na classificação final, correndo pela equipe do preparador Rosinei Campos, que se tornaria multicampeão da categoria.

Já em 1995, seu último ano na Stock Car, conquistou sua primeira e única pole position, na abertura da categoria, em Goiânia. No decorrer da temporada, foram 04 (quatro) pódios, 01 (uma) melhor volta e 01 (uma) vitória, conquistada em Jacarepaguá. Naquele ano, correu pela equipe Action Power, de Paulo de Tarso, com o patrocínio da Marlboro.

Após estas participações, a ligação final de Wilsinho com a categoria se deu em 2004, quando atuou como coordenador técnico da Equipe WB Motorsport, de Washington Bezerra, campeã da categoria com Chico Serra entre 1999 e 2001.

Houve ainda um ensaio de volta em 2019, quando fora anunciada a Fittipaldi Team, equipe que seria chefiada por Wilson Fittipaldi Júnior, com participação de Roberto e Felipe Zullino como administradores, Ricardo Divila como engenheiro de equipe e Christian Fittipaldi como chefe da parte esportiva. Porém, em virtude de questões financeiras, a estréia não ocorreu, sendo adiada para 2020. E nada mais foi falado sobre o assunto.

Já nas Mil Milhas, a primeira participação de Wilsinho ocorreu em 1966, a bordo de um dos Karmann Ghia Porsche 2.0 da Equipe Dacon, chefiada por Paulo Goulart. A tocada fora dividida com Ludovino Perez Júnior, e ainda nos treinos a performance dos pilotos já deu uma bela amostra do que seria a corrida: Pole position, com a marca de 3min38s2. Na corrida, a dupla liderou por algumas voltas, porém, após ter o pára-brisa quebrado, perdeu algumas voltas no box para trocá-lo, o que prejudicou a performance na corrida. Ao final, Wilsinho e Ludovino terminaram na 8ª posição, com 192 voltas completadas (09 atrás do vencedor).

Em 1967, mais uma participação na prova, desta feita em dupla com seu irmão Emerson. O bólido escolhido foi o enigmático Fitti-Porsche, um protótipo construído pelos irmãos Fittipaldi que tinha como base um Porsche 550 Spyder. De cara, o lindo protótipo mostrou a que veio, tendo quebrado o recorde de tempo em Interlagos nos treinos por algumas vezes, sendo o menor tempo na casa de 3min31s8. Depois de largar na pole, o Fitti-Porsche sofreu um vazamento de combustível, que impôs uma parada inesperada nos boxes. Logo após, houve um princípio de incêndio, que fez com que o carro retornasse aos boxes novamente. Por fim, a quebra da junta homocinética foi a gota d'água para o término da participação do carro na prova. Após passar por diversas mãos, até hoje não se sabe o paradeiro deste carro...

No ano de 1981, prestes a estrear na Stock Car, Wilsinho participou das Mil Milhas de 1981, formando dupla em um Opala com Reinaldo Campelo. O resultado final foi a 17ª posição, com 176 voltas completadas.

A tão esperada vitória nas Mil Milhas, prova criada por seu pai (junto com Eloy Gogliano) em 1956, veio no ano de 1994, e de uma forma muito especial. No ano em que a Mil Milhas fora um evento de nível internacional pela primeira vez, Wilsinho disputou a prova com um Porsche 911 GT Le Mans, equipado com motor turbo 3.8 de 420 cavalos de potência, em dupla com seu filho Christian. Após largar na 2ª posição, o Porsche assumiu a liderança na 16ª volta, permanecendo nesta condição até a volta 116.

A retomada ocorreu na 126ª passagem, e da liderança não mais saíram até a bandeirada, colocando o seu nome na história de forma defitiniva. Durante a corrida, o Porsche funcionou como um relógio suíço, não tendo apresentado qualquer problema, mesmo com a elevação da pressão do turbo de 0,8 bar para 1,5 bar. De quebra, os Fittipaldi marcaram a melhor volta da prova, com 1min43s438.

No ano seguinte, Wilsinho voltou com um esquema de corrida ainda mais forte. Inscrito com o Porsche 993 da Equipe Konrad Motorsport, disputou a prova formando trio com Antônio Hermann e Franz Konrad, sendo que este sequer chegou a pilotar o carro, pois estava inscrito no outro Porsche da equipe, que terminou na 2ª posição. O show de velocidade foi tão grande que o Porsche de Wilsinho & Cia. registrou a melhor marca da prova, com 1min41s320, liderou de ponta a ponta e terminou com 15 voltas de vantagem para o 2º colocado e 29 para o 3º.

Para a alegria desse blogueiro, tive a oportunidade de conhecê-lo em novembro de 2018, quando estiver em Interlagos para assistir a etapa final da Porsche Endurance Series. Na companhia do meu amigo irmão Rodrigo Carelli (//blogdocarelli.blogspot.com), fiz a visitação dos boxes antes da largada, e quando vi Wilsinho Fittipaldi ao longe, não tive dúvidas de parar e pedir uma foto. Ele já estava indo embora, mas gentilmente esperou para que pudéssemos registrar o momento. E olhe que um "engraçadinho" ainda passou na minha frente, rsrsrsrsrs.

Enfim, Wilson Fittipaldi Júnior é um dos grandes pilotos que fizeram parte tanto da Stock Car, quanto das Mil Milhas Brasileiras, bem como de outras categorias, e assim, não poderia deixar de falar a respeito de sua carreira neste blog.


Karmann Ghia Porsche na Mil Milhas de 1966

Porsche 911 GT Le Mans liderando a prova de 1994

Close no capacete com sua tradicional pintura

Porsche de 1994

Porsche 993 em 1995

Estréia na Stock em 1982


Ao lado do carro utilizado na temporada de 1991

Omega da temporada de 1994

Largada da prova de 1967

o Fitti-Porsche




Interlagos - Novembro de 2018

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