Na noite do dia 31 de outubro de 2020, o automobilismo brasileiro perdeu um dos seus mais aguerridos personagens. Em virtude de um acidente rodoviário ocorrido próximo à entrada da cidade de Uberlândia/MG, o ex-piloto e atual chefe de equipe Amadeu Rodrigues nos deixou aos 65 anos de idade, quando regressava à São Paulo com integrantes de sua equipe, após disputar no Autódromo de Goiânia/GO uma das etapas do Brasileiro de Endurance.
A carreira de Amadeu no esporte a motor possui vários marcos importantes, tanto como piloto, como na chefia de sua própria equipe, a Hot Car, fundada em 1980, que teve participação em várias categorias. Já que outras publicações de maior gabarito falaram muito mais detalhadamente sobre o assunto, a nossa postagem de hoje ficará restrita à história da Hot Car na Stock Car.
A equipe estreou na categoria na temporada de 2001, ano que marcou a introdução dos motores V8 carburados, derivados da então Busch Series da Nascar (atual Xfinity Series). Naquela temporada, o carro da equipe foi pilotado inicialmente pelo pernambucano Adson Moura, que após 05 etapas, foi substituído por Tom Stefani. Em 2002, a equipe colocou 02 carros na pista, sendo o primeiro com Rodrigo Hanashiro (todas as etapas) e o outro com Hélio "Pingo" Saraiva, que disputou apenas as 02 primeiras provas daquele ano.
No ano seguinte, todos os esforços foram concentrados no carro do goiano Giuseppe Vecci, um belo Vectra com pintura prata e verde. Porém, em 2004, a equipe disputou apenas as 02 últimas corridas, com os carros de Wanderley Reck Jr. (11ª etapa) e Cláudio Caparelli (12ª etapa).
O ano de 2005 trouxe novamente a estratégia de se concentrar em apenas um carro, desta feita, sob o comando de Wagner Ebrahim. E assim apareceram os melhores resultados até então, os 02 quintos lugares obtidos nas etapas de Brasília/DF (7ª etapa) e Buenos Aires/ARG (10ª etapa).
Com a melhoria obtida na temporada anterior, a Hot Car passou preparar 02 carros, neste caso, os Astras de Geraldo "Mano" Rola e Popó Bueno. Embora os resultados de Mano Rola tenham sido discretos, Bueno trouxe uma evolução maior à equipe, frequentando em algumas oportunidades os 10 primeiros lugares da classificação final.
2007 foi a temporada que marcou o primeiro pódio de um carro da equipe. Tal marco fora conquistado na 9ª etapa, disputada no Autódromo Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires/ARG, com o 3º lugar de Popó Bueno.
Mantido para a temporada 2008, Popó Bueno conseguiu levar a Hot Car pela primeira vez aos playoff's, a etapa decisiva da temporada que era composta pelas 04 últimas corridas, na qual apenas os 10 melhores colocados disputavam o título (terminou na 7ª posição na geral). Já o outro carro da equipe fora dividido entre Juliano Moro e Mário Romancini (03 últimas corridas), sendo que o destaque ficou para a 6ª etapa, disputada em Interlagos/SP, em que Moro e Popó terminaram na 8ª e 9ª posições, respectivamente.
O último ano de Popó na equipe foi a temporada de 2009, quando dividiu o box com Norberto Gresse, então campeão da Stock Car Light. Neste ano, a vitória passou muito perto em Tarumã/RS, quando Popó Bueno foi 2º lugar naquela que foi a 11ª etapa.
Com a saída de Popó, a sua vaga fora ocupada em 2010 pelo ex F1 Antônio Pizzonia, enquanto o outro carro fora dividido entre Ricardo Sperafico (6ª e 7ª etapas) e Norberto Gresse (demais corridas). Neste ano, mais um pódio para a equipe, com o 3º lugar de Pizzonia na 5ª etapa, que teve como palco o circuito de rua montado em Ribeirão Preto/SP.
Na temporada de 2011, mudança total na dupla de pilotos, que passou a ser formada pelo bicampeão (2004 e 2005) Giuliano Losacco e Eduardo Leite. O melhor resultado foi o 4º lugar obtido por Losacco, na 11ª etapa, disputada em Brasília/DF.
Nos anos seguintes a Hot Car teve como duplas:
2012: Eduardo Leite e Diego Nunes
2013: Raphael Matos e Wellington Justino
A tão sonhada 1ª vitória veio em 2014, com o piloto Raphael Matos na 16ª etapa (2ª corrida) disputada em Santa Cruz do Sul/RS, ano em que Matos dividiu o box com Felipe Lapenna. Matos ainda registrou a melhor volta da 6ª etapa, realizada em Goiânia/GO.
Embora 2015 tenha sido um ano de resultados mais discretos, a movimentação se deu em razão dos diferentes pilotos que conduziram os carros da equipe. O titular Raphael Abbate teve como companheiros de equipe Fábio Fogaça (9 primeiras etapas), o primeiro estrangeiro a correr pela equipe, o argentino Mauro Gialombardo (10ª e 11ª etapas), e o pernambucano Beto Monteiro (12ª etapa).
De volta à equipe, Lapenna foi companheiro de equipe de Raphael Abbate na temporada de 2016, sendo que o destaque ficou com o 4º lugar obtido por Abbate na pista de Santa Cruz do Sul/RS, durante a 4ª etapa.
Os últimos anos não foram de grande destaque para a equipe, que teve os seguintes pilotos:
2017: Gustavo Lima e Sérgio Jimenez
2018: Rafael Suzuki (3º lugar em Cascavel/PR), Guilherme Salas (6 primeiras etapas), Renato Braga (6ª etapa), Nestor Girolami (7ª e 8ª etapa) e Ricardo Sperafico (9ª a 12ª etapas)
2019: Rafael Suzuki, Pedro Cardoso (8 primeiras etapas), Tuca Antoniazi (10ª a 12ª etapas) e Agustín Canapino (5ª etapa).
Na atual temporada, a Hot Car tem preparado apenas o carro de Tuca Antoniazi, que na rodada de Curitiba/PR, teve o apoio de equipes como a Ipiranga Racing (Andreas Mattheis) e pilotos como Vitor Genz e André Bragantini Jr. nos boxes, diante das dificuldades sofridas com a perda do chefe e os ferimentos sofridos por componentes da equipe. Aliás, a própria etapa recebeu o nome de GP Amadeu Rodrigues, e dentre as homenagens, tivemos o carro de Antoniazi correndo com o nº 2 (tradicional de Amadeu quando era piloto), 1 minuto de silêncio antes da corrida de sábado e as filhas de Amadeu recebendo o troféu de 1º lugar na corrida de sábado, vencida por Thiago Camilo.
Muita luz nessa nova jornada para você, Amadeu! E vida longa para a Hot Car!
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Hélio "Pingo" Saraiva - 2002 |
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Giuseppe Vecci - 2003 |
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Geraldo "Mano" Rola - 2006 |
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Popó Bueno - 2007 |
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Juliano Moro - 2008 |
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Mário Romancini - 2008 |
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Norberto Gresse - 2009 |
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Popó Bueno - 2009 |
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Antônio Pizzonia - 2010
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Giuliano Losacco - 2011 |
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Eduardo Leite - 2011 |
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Diego Nunes - 2012 |
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Rafael Mattos - 2014 |
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Raphael Abbate - 2015 |
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Fábio Fogaça - 2015 |
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Beto Monteiro - 2015 |
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Mauro Giallombardo - 2015 |
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Felipe Lapenna - 2016 |
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Sérgio Jimenez - 2017 |
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Guilherme Salas - 2018 |
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Renato Braga - 2018 |
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Nestor Girolami - 2018 |
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Tuca Antoniazi - 2020 |
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Agustín Canapino - 2019
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Uma homenagem mais do que merecida...
ResponderExcluirVai fazer muita falta! Aliás, já está fazendo.
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