Desde a inauguração de Interlagos, em 1940, que as corridas regionais de São Paulo movimentam o autódromo em vários fins de semana ao longo do ano. Durante todos esses anos, foram inúmeras as categorias que estrearam e se despediram no palco máximo do automobilismo brasileiro, constando nessa lista categorias de Fórmula, como Fórmula Ford Paulista, Fórmula Vê, Fórmula São Paulo, entre outras, e as inúmeras categorias de Turismo, como a CTC Pick-up (antiga DTM), Corsa Metrocar, Turismo 5000, Marcas e Pilotos, Força Livre, Stock Paulista e Speed 1600. Tal diversidade deveria ser considerada como um sinal de riqueza das competições, tendo em vistas que dão aos pilotos um grande leque de oportunidades e possibilidades de disputar uma categoria, num autódromo de nível internacional.
Entretanto, essa não é a realidade, pois há longos anos que o paulista de automobilismo sofre com a falta de apoio e divulgação, o que se reflete na "regra" das arquibancadas vazias durante essas provas. Outro ponto de descaso com os profissionais envolvidos, são os constantes fechamentos do autódromo para reformas, sempre em decorrência das exigências da F1. Neste ponto, abro uma parêntese para esclarecer que em momento algum estou a criticar ou minimizar a influência da F1 no circuito, pois como sabemos, a categoria é de suma importância para a manutenção e sobrevivência de Interlagos, levando em consideração os recursos que são movimentados em função do GP Brasil. No entanto, não se pode relegar a segundo plano a situação de tantos pilotos e equipes que sobrevivem das corridas locais. Nestes 75 anos de história, em muitos momentos foi o automobilismo local que manteve vivo o espírito do esporte a motor, nos momentos em que o cenário internacional não era dos melhores. Basta lembrar da época em que a F1 foi para o Rio de Janeiro, foi graças às categorias nacionais e ao automobilismo de São Paulo que Interlagos não foi loteado e vendido para interessados da construção civil. E hoje, após vários meses, a pista permanece fechada, paralisando as atividades de várias categorias locais. Logicamente que numa reforma em que há o recapeamento do traçado, seria burrice falar em liberação da pista. Mas sabemos que as obras deste ano estão concentradas na parte de apoio, sobretudo nos boxes e paddock. Será que não seria possível manter as corridas, até onde fosse possível? E não seria possível disputar as provas fazendo uso de estruturas de apoio provisórias, a serem montadas na parte do circuito antigo? Pois bem, acredito que esses questionamentos têm sido uma constante na vida das equipes e pilotos durante esse ano.
Como nem tudo é tristeza, aproveito esse momento para fazer uma retrospectiva fotográfica da história das categorias do paulista de automobilismo, como uma forma de mostrar a riqueza e diversidade que infelizmente não são devidamente valorizadas.
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