Em 1985 a dupla de pilotos da Equipe Metalpó de Stock Car, Paulo de Mello Gomes - o Paulão - e Fábio Sotto Mayor - o Perú - estabeleceu um novo recorde na história das Mil Milhas Brasileiras. A bordo de um Opala Stock Car, a dupla completou as 201 voltas no circuito de Interlagos com o tempo de 11h45min09s330, sendo a primeira vez que o vencedor fechava a prova em menos de 12 horas. O feito foi ainda mais significativo pelo fato da dupla Paulão/Perú liderar a corrida de ponta a ponta, ou seja, largaram na pole position e não mais perderam a liderança, coisa que ainda não tinha acontecido na história da prova.
"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"
quarta-feira, 27 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Citação de Romain Rolland
"Cada um dos nossos pensamentos não é mais que um instante de nossa vida. De que serviria a vida se não fosse para corrigir os erros, vencer nossos preconceitos e, a cada dia, alargar nosso coração e nossos pensamentos? Nós utilizamos cada dia para alcançar um pouco mais de verdade. Quando chegarmos ao fim, vocês dirão então o que é que valeu nossa pena"
Romain Rolland, Jean Christophe
Um ótimo feriado para todos.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Siga em paz, Paulo Kunze
Faleceu na manhã de hoje no Hospital Alvorada o piloto Paulo Kunze, de 67 anos. Paulo, que era empresário e piloto da Stock Car Paulista - categoria que utiliza os antigos carros da Stock Car Brasil - sofreu um grave acidente na saída da curva do sol, em Interlagos, no último domingo na 1ª volta da 3ª etapa da Stock Paulista. Após ser tocado por William Ayer que voltava desgovernado para a pista, o Omega nº12 de Kunze capotou, passou por cima do guard-rail perto do conhecido "muro do Berger" e parou em um barranco ao lado da pista.
Kunze foi socorrido e atendido pela equipe médica da pista, e posteriormente levado para o Hospital Alvorada, onde foi operado por conta de um um coágulo no cérebro ainda no domingo. Desde então, permanecia em coma na UTI do hospital com quadro neurológico grave.
Após o acidente com Gustavo Sondermann - que veio a falecer 3 dias depois - no último dia 3, muito se questionou sobre a segurança do autódromo de Interlagos e dos bólidos da Stock Car. Ao contrário do que ocorreu com a gaiola do Stock de Sondermann, o monobloco do Omega de Kunze resistiu bem ao impacto da batida, garantindo a proteção do piloto. Também foi falado o fato dele não estar usando equipamentos de segurança em bom estado, o que foi negado e comprovado posteriormente.
Infelizmente, as fatalidades acontecem no automobilismo. Paulo Kunze não morreu por estar usando um capacete velho, pelo santoantonio do carro não ter sido resistente o suficiente e muito menos por Kunze ter idade avançada. Nada disso aconteceu. Pedro Muffato, por exemplo, tem mais de 70 anos e corre na Fórmula Truck numa "jamanta" de várias toneladas a 200 km/h. José Luiz Nogueira, o conhecido Graham Hill, tem quase 80 anos e com mais fôlego e reflexos que muita gente de 30, 40 anos. Isso sem falar em Paul Newman, Ingo Hoffmann, Emerson e Wilsinho Fittipaldi, entre tantos outros. Na minha humilde opinião, essa foi mais uma fatalidade da vida. Pessoas morrem todos os dias com balas perdidas, assaltos até mesmo por infartos na poltrona assistindo TV. Para os familiares e amigos, vão restar as lembranças e a saudade desse homem, piloto, empresário, pai de família e um grande ser humano. Que descanse em paz e siga sua missão em outras dimensões.
1956 - O início de tudo
Foto dos treinos para a 1ª edição das Mil Milhas de Interlagos, em 1956. Na imagem, os antigos boxes de Interlagos, que ficavam onde hoje é a subida do café. As carreteras:
Chevrolet Nº 4 - Aristides Bertuol e Valdir Rebeschini (3º lugar na prova)
Ford Nº 30 - Luciano Bonini e Cláudio Daniel Rodrigues (5º lugar na prova)
Ford Nº 52 - Luiz Valente e Djalma Pezzolato (15º lugar na prova)
terça-feira, 12 de abril de 2011
A 1ª participação estrangeira
Se nos últimos anos os estrangeiros têm sido presença constante nos grids das Mil Milhas, nos primórdios da prova a situação era diferente. Tanto que a 1ª participação de estrangeiros ocorreu em 1967, na 9ª edição da prova.
A responsável por abrir esse caminho foi a Equipe Palma de Portugal, que inscreveu dois Lotus 47, um Lotus Cortina e um Porsche 911s. Essa participação toma destaque pelo fato de na época, a CBA e o Automóvel Clube do Brasil brigavam pelo direito de comandar o automobilismo brasileiro. Como o ACB era filiado à FIA, a CBA não tinha autorização para realizar eventos internacionais, sendo que a Equipe Palma corria riscos de sofrer punições por parte da FIA ao participar da prova. Mesmo assim, aceitou o convite de Eloy Gogliano e inscreveu dois Lotus 47 para as duplas Manuel Nogueira Pinto/D'Andrade Villar e Carlos Santos/Luis Fernandes, o Lotus Cortina para Antônio Peixinho/Augusto Palma e o Porsche 911s que inicialmente seria alugado a Anísio Campos/José Carlos Pace - acabaram correndo com um Karmann Ghia Porsche ex-Dacon - foi pilotado pela dupla Manuel Nogueira Pinto/D'Andrade Villar, que correria em um dos Lotus 47, que quebrou durante os treinos.
A participação dos Portugueses foi muito prejudicada pelo fato de que pouco treinaram antes da prova. Isso se deu pelo fato de que os carros ficaram retidos na alfândega do Porto de Santos. No final das contas o Porsche, que de início seria alugado, salvou a honra da equipe alcançando 3ª posição na classificação geral. O Lotus 47 da dupla Carlos Santos/Luis Fernandes abandonou com 180 voltas completadas - por problemas de suspensão - enquanto o Lotus Cortina de Antônio Peixinho/Augusto Palma abandonou durante a madrugada - enquanto ocupava a 6ª posição -devido à quebra do semi-eixo. Peixinho desligou o carro e o deixou estacionado no trecho entre as curvas 1 e 2 e, ao voltar para pegá-lo ao fim da prova, uma desagradável surpresa: O interior do veículo tinha sido totalmente saqueado - banco do piloto, painel, etc - e os vidros quebrados.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Outro 6 bocas
Pegando carona no post passado, sobre o Chevette com mecânica do Opala, lembrei de outro bólido do Tigueis. Em 2003 ele disputou a prova com um Vectra stock car equipado com motor 6 cilindros 4.1 do Opala, formando trio com Reinaldo Gasko e Victor César Levy. Alcançaram a 13ª posição na geral e a ótima 2ª colocação na categoria 2, atrás somente da BMW M3 dos italianos Stefano Zonca/Diego Alessi/Ettore Bonaldi/Franco Modino.
No ano seguinte, Tigueis dividiu a condução do Vectra 4.1 com Robson Duarte,Diego Garrafa e Cláudio Sarmento. O quarteto completou pouco mais da metade da prova, alcançado uma distante 36ª posição, com 190 voltas completadas.
"O Chepala"
Uma das modificações mais encontradas em carros de rua e arrancada também esteve presente em edições da Mil Milhas. Em 1999, o trio formado por Carlos "Tigueis" Batista" - conhecido preparador e piloto do campeonato paulista de stock - Reinaldo Gasko e José Carlos Alves, o "Carlão", disputou a prova em um Chevette equipado com mecânica 6 cilindros do Opala, o conhecido "chepala". A prova acabou cedo para o trio, com 7 voltas completadas.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Suzane Carvalho
Suzane Carvalho foi protagonista de vários marcos na história do nosso automobilismo. Entre seus feitos, foi a primeira mulher a conquistar um título na F3 em todo o mundo. O título da categoria Light, conquistado em 1992, fez com que Suzane escrevesse seu nome para sempre no Guiness Book e na Enciclopédia Barsa, além de ser eleita a esportista do ano pelo Fantástico. E o feito poderia ser ainda maior: Após ser campeã da F3, a piloto foi convidada pela equipe Larrousse de F1 para testar no início da temporada 1993. Porém, a oportunidade não foi adiante, pois o negócio não pareceu muito vantajoso na época.
Na maior prova do automobilismo brasileiro, Suzane também registrou seu nome. Em 1993 veio a primeira participação nas Mil Milhas, dividindo a condução de um Opala Stock Car com Paulo de Tarso Marques e Carlos Ehlke. O trio largou entre os primeiros, alcançando a 4ª posição na classificação final com 358 voltas.
Em 1994, retornou à disputa, guiando o "Japamóvel" com João Noboru Mitta e Júlio Machado. À bordo do estranho Voyage, obteve a 9ª posição na classificação geral e a 3ª na categoria, com 321 voltas. No ano seguinte não disputou a prova, voltando em 1996. E marcou história por ter formado a 1ª equipe feminina na prova. Suzane correu com o Aldee nº 7 formando trio com as argentinas Delfina Friers e Marisa Paganopulo. Com 8 horas de corrida, o Aldee apresentou problemas, forçando o abandono quando estavam na 4ª colocação.
Suzane fez sua última participação na Mil Milhas em 1997, na prova disputada no autódromo de Brasília. Em dupla com Delfina Friers, alcançou a 8ª posição na geral com o Aldee nº 9.
domingo, 3 de abril de 2011
Descanse em paz, Gustavo Sondermann
Mais um acidente para marcar negativamente o nosso automobilismo. Faleceu hoje, em virtude de coágulos cerebrais decorrentes de fraturas no crânio, o piloto paulistano Gustavo Sondermann. Na 4ª volta da primeira etapa da Copa Montana, realizada no Autódromo de Interlagos sob forte chuva, Sondermann escapou da pista devido a um toque de Tiago Geronimi, bateu no muro da curva do café, rodopiou de volta para a pista e acabou sendo acertado lateralmente por Pedro Boesel. O acidente ainda envolveu Marcelo Cesquim e Marcelo Tomasoni.
A corrida era realizada sobre forte chuva, e as condições de visibilidade eram precárias, sendo necessária a presença do safety-car na pista durante algumas voltas. Na relargada, ocorreu o malfadado acidente que vitimou Gustavo Sondermann. Aqueles que acompanham o automobilismo, sabem que em corridas acidentes podem acontecer em qualquer situação. Não há como prever. Porém é inaceitável saber dos riscos e não tomar providência alguma para evitá-los ou suavizar os seus efeitos. As autoridades competentes sabiam do risco de ter um muro tão próximo da pista em uma curva tão rápida. O acidente ocorrido em dezembro de 2007, que vitimou Rafael Sperafico - então companheiro de Sondermann na antiga Stock Light - foi uma prova clara de que algo teria que ser feito. Porém, nada aconteceu e hoje, temos mais uma vítima.
Gustavo Sondermann tinha 29 anos, nasceu na capital paulista e começou no Kart aos 16 anos. Foi um dos pilotos que participaram da temporada de estréia da Fórmula Renault no Brasil, em 2002. Passou ainda pelas Fórmula Renault Inglesa e Européia. Em 2006 voltou ao Brasil, correndo algumas etapas da antiga Stock Car Light, onde correu até o fim da categoria, em 2009. O maior título da da carreira foi conquistado em 2008, quando venceu a temporada da Pick-up Racing.
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