"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Mil Milhas do Brasil 2021 - Uma vitória de todo o automobilismo brasileiro

Queridos leitores, no último domingo tivemos a realização da 38ª edição das Mil Milhas (do Brasil, Brasileiras e de Interlagos), evento este que foi o resultado da força que o esporte a motor ainda possui em nosso país. Explico.

A volta da prova ao nosso calendário, em 2020, foi cercada de dúvidas, questionamentos e mesmo boicote por parte de muita gente. Chegou-se ao ponto até de se falar em "Mil Milhas pirata", pois Mil Milhas "de verdade foram apenas" aquelas realizadas pelo Centauro Motor Clube e os posteriores adquirentes dos direitos da prova. Mentalidade engessada, não é mesmo? É por conta de pensamentos assim que o imbróglio envolvendo o nome da prova vem se arrastando há décadas sem uma solução definitiva, quiçá justa.

Mil Milhas é um evento sexagenário, o maior do automobilismo genuinamente nacional (excluídas as etapas de categorias internacionais), que pertence aos amantes do esporte a motor, e cuja titularidade de direitos e obrigações decorrem de questões jurídicas e legais que devem ser resolvidas de forma independente do show nas pistas.

Após a prova do ano passado, que contou com apenas 12 carros no grid (sobretudo por contas das questões mencionadas no primeiro parágrafo deste texto), fora criada uma expectativa muito maior do que seria a edição de 2021, que voltaria para o tradicional mês de janeiro, como parte das comemorações da Terra da Garoa. Porém, ninguém imaginava que fôssemos passar por tempos tão confusos e difíceis, em virtude dos efeitos da pandemia de Covid-19. O mundo virou de cabeça para baixo, em todos os setores, e o automobilismo não escapou ileso. A grande parte das categorias só pôde iniciar suas respectivas temporadas no segundo semestre, com calendário reduzido e/ou apertado, cercado de incertezas se as datas designadas seriam cumpridas, dada a instabilidade dos índices de casos da doença.

Em meio a tantas dificuldades, com poucos recursos e altos custos, a realização da prova chegou a ficar em risco, havendo até mesmo mudança na organização (a promotora Elione Queiroz passou a organização para Thiago Pereira, que chegou a participar da prova como piloto em um Honda Civic), enfim, as Mil Milhas foram realizadas no dia 24 de janeiro, embora com mudança no horário da largada (seria à meia noite e acabou ocorrendo às 08h50m) e limitação em 10 (dez) horas de corrida, em razão da política de convívio social adotada pela Prefeitura Municipal de São Paulo para conter o avanço dos casos da doença.

Mas a bandeira verde foi dada. 25 bólidos foram à pista, dentro das possibilidades de suas equipes, e fizeram um espetáculo digno de aplausos, com direito à corrida com chuva, do jeito que uma Mil Milhas tem que ser. Ao final, contando com quebras, reparos, rodadas, rodas voando, passeios na brita, ultrapassagens, 19 carros cruzaram a linha de chegada, fechando mais um capítulo na história da prova, embora tenham sido dadas apenas 291 voltas das 372 previstas (por conta da limitação do tempo).

Aos vencedores, a glória de chegarem no lugar mais alto do pódio do maior evento automobilístico nacional. Aos organizadores, toda a  nossa admiração, respeito e votos de sucesso ainda maior para o ano que vem (que promete um grid maior!). Aos participantes, nossa gratidão e felicitações por escreverem seus nomes nessa história de abnegação, paixão e perseverança. Aos críticos, se não fizerem críticas construtivas, procurem fazer algo melhor, nas mesmas condições, e assim, terão alguma consideração.

Toda a cobertura dos treinos livres, classificatório, hora a hora da prova e resultado final vocês encontram no Blog do Carrelli, o irmão que o automobilismo me deu, e que me mantém informado sobre tudo o que acontece no mundo dos motores e das miniaturas também. Rodrigão é um apaixonado pelo esporte, e fez essa cobertura em homenagem a um cara que marcou época na cobertura do automobilismo nacional pela internet, através do enciclopédico www.speedonline.com.br. Trata-se do grande Jorge Kraucher, que nos inspirou e merece todas as homenagens pelo trabalho limpo e eficaz que fez em seu site, iniciado em 1997, quando a internet dava seus primeiros passos no Brasil.

Pois bem, amigos, que venha 2022 com ares ainda melhores para as Mil Milhas, lembrando que a concessionária Chevrolet Absoluta adquiriu os namings rights da prova, com contrato renovado por mais 05 (cinco) anos, e a organização assegurou um grid não inferior a 50 carros, do jeito que a nossa prova merece.


Resultado final (copilado do Blog do Carelli):


1º - #73 José Vilela / Leandro Totti / Eduardo Souza Pimenta / Guilherme Ghido / Léo Yoshi - Protótipo MCR 2.1 - Equipe LT Racing Team – Categoria P3 – 291 voltas

2º - #31 Leandro Guerra / Alexandre Zaninoto / Marcelo Camacho - Protótipo R1 - Equipe Guerra Motorsport – Categoria P4 – 287 voltas

3º - #46 Robbi Perez / José Cordova / Juliano Moro / Maurizio Sandro Sala - Protótipo Roco P3 - Equipe Roco Racing – Categoria P3 – 277 voltas

4º - #6 Caio Lacerda / Geovani Almeida / Humberto Guerra Jr. – Aldee Cupê VW - Equipe HT Guerra – Categoria P4 – 254 voltas

5º - #17 Otávio Carmacio / Rafael Kasai / Maurício Arias / Vinícius Salva - Chevrolet Celta - Equipe Oto Racing - Categoria TN1A – 249 voltas

6º - #115 Estevão Alexandre / Rogério Dudu / Honda Civic Si - Equipe Maguila Motors – Categoria TN1A - 249 voltas

7º - #32 Mauro Kern / Márcio Basso / Paulo Sousa / Wellington Cirino - Protótipo MC Tubarão - Equipe MC Tubarão – Categoria P2 – 248 voltas – volta mais rápida da prova: 1:39.689 (volta 88)

8º - #216 George Lisi / Riccardo Savio / Ricardo Parente - Chevrolet Corsa - Equipe Oto Racing = Categoria TN1A – 248 voltas

9º - #11 Bruna Tomaselli / Emilio Padron Ianez / Fernando Ohashi / Fernando Fortes / Henrique Assunção - Protótipo Hayabusa - Team Quarteto Fantástico & Mulher Maravilha – Categoria P3 – 241 voltas

10º - #14 A. Tavares / E. Teixeira / V. Lira / F. Cesario – Ford Fiesta – Categoria TN1A – 241 voltas – carro que ganhou mais posições desde a largada até o final da prova.

11º - #111 Rafinha Thiamer / Luiz Henrique / Mauricio Marchioni - Volkswagen Gol - Equipe MI Motors – Categoria TN1 – 233 voltas

12º - #64 Henry Visconde / Tiel de Andrade / Lucas Foresti - BMW M3 - Equipe MC Tubarão – Categoria GT4 – 229 voltas

13º - #3 Luciane Klai / Fernanda Aniceto / Renata Camargo - Volkswagen Voyage 1.6 - Equipe MI Motors – Categoria TN1 – 225 voltas

14º - #34 Mário Marcondes / Paulo Totaro / Márcio Mauro / Fábio Carbone - Protótipo MRX-Chevrolet 2.0 16V - Equipe Motorcar – Categoria P3 – 223 voltas

15º - #98 Nenê Finotti / Fábio Coelho / Marcelo Fortes - Volkswagen Passat - Equipe Coelho´s Racing / LF Competições / JR-Rodas – Categoria TN1 – 223 voltas

16º - #9 Ciro Paciello / Ricardo Alvarez / Evandro Camargo / Gelinho - Chevrolet Omega Stock Car - Equipe Big Power – Categoria TN1B – 198 voltas

17º - #84 Maurício Gonçalves / Marcelo Dias / Pedro Alexandre / Luiz Henrique - Volkswagen Gol 2.0 - Equipe MI Motors – Categoria TN1A – 197 voltas

18º - #74 R. Furquim / T. Soares / E. Souza - Protótipo Spyder 2.0 - Equipe LT Racing Team – Categoria P4 – 182 voltas

19º - #22 Tiago Regis / Ricardo Cimatti / Thiago Pereira - Honda Civic – Categoria TN1A – 157 voltas

20º - #63 Valter Fernandes / Marcos Fernandes / Marcos Nascar / Ricardo Domenech / Rogério Barbato - Chevrolet Astra V8 Stock Car - Equipe F&C Custom Garage – Categoria TN1B – 151 voltas

21º - #25 Ney Faustini / Ney Sá Faustini / Batistinha - Chevrolet Cobalt V8 Stock Car - Equipe Absoluta Racing – Categoria TN1B – 91 voltas

22º - #25 – Rodrigo Corbisier / Ricardo Gouveia – Chevrolet Corvette – Categoria GT3- 53 voltas

23º - #72 Deninho Casarini / Carlos Antunes / Marcelo Di Tripa / Marcelo Campagnolo - Protótipo MRX - Equipe Motorcar – Categoria P2 – 47 voltas

24º - #77 Edras Soares / Juarez Soares / Esdras Soares - Chevrolet Vectra V8 Stock Car - Equipe 2GO/HT Guerra – Categoria P1 – 37 voltas

25º - #96 Marcelo Servidone / Emerson Piedade / Luc Monteiro - Volkswagen Brasília - Equipe Mamba Negra – Categoria TN1A – 21 voltas























quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Mercedes Benz 190 E de Raul Boesel - 1989

Está chegando a hora da 40ª edição das Mil Milhas Brasileiras (ou do Brasil), que será realizada no próximo domingo, 24 de janeiro, no Autódromo José Carlos Pace, nosso querido Interlagos. A largada será dada às 07:30 da manhã, em horário que foge completamente da tradição.

Fiquem ligados, queridos leitores, que traremos as informações atualizadas sobre os treinos e prova nos próximos dias, sob grande expectativa de cobrir a prova pelo segundo ano consecutivo, em parceria indispensável com meu querido irmão Rodrigo Carelli, a mente por trás do excelente //blogdocarelli.blogspot.com, com canal do Youtube repleto de vídeos históricos e exclusivos.

Mas enquanto a prova não chega, vamos a mais um capítulo da rica história de 65 (sessenta e cinco) anos do maior evento automobilístico genuinamente nacional.

Um dos primeiros importados a disputar as Mil Milhas, com a abertura do regulamento para carros fabricados fora do Brasil, a Mercedes Benz 190E 2.3 inscrita sob o nº 48 causou grande expectativa para a edição disputada em 1989, que veio a ser a última do antigo traçado.

Porém, o bólido alemão ficou só na expectativa mesmo, pois o trio Raul Boesel/ João "Capeta" Palhares/Raymond Lourel, sendo este último piloto francês e proprietário do carro, ficou pelo caminho ainda durante a madrugada, em virtude de um problema no circuito eletrônico da injeção/ignição, enquanto liderava a prova com Raul Boesel ao volante. Mas mesmo assim, sua beleza ficou registrada na história!





terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O "after" da prova de 1998

Depois de uma longa jornada de 12 horas de corrida na edição de 1998, os bólidos foram devidamente estacionados na posição 45 graus perto da linha de chegada da pista de Interlagos. Na foto, podemos conferir os seguintes carros:

- Chevrolet Omega nº 27: Marcos Miyake, Walter Fernandes, Marco Morais e Sérgio Fernandes – 293 voltas (12ª posição)

Ford Escort Nº 39 Amilton Faravelli, Ricardo Serata e Sérgio Ventura – 288 voltas (14ª posição)

Aldee RTT Nº 8 Fábio Streinbuch, Marcelo Gomide e Elias Antônio – 309 voltas (10ª posição)

Protótipo 2000 AD Nº 21 Eduardo Homem de Mello, Cláudio Gasparini e Amílcar Lopes – 343 voltas (8ª posição)

Chevrolet Monza Nº 62 Filipe Meirelles e Mirko Hlebanja – 248 voltas (19ª posição)

Chevrolet Omega Nº 31 Paulo Oliveira Neto e Isac de Matos – 288 voltas (13ª posição)

Speed 1600 Nº 96 Zarrir Adebe Jr. e Edson Vicencoto – 285 voltas (15ª posição)


domingo, 17 de janeiro de 2021

Opala Hot Car de Eduardo Pimenta - 1990

Caros leitores! O post de hoje traz o Chevrolet Opala Hot Car do trio Eduardo Pimenta/Oscar Chanoski/Roberto Gouveia, que na edição de 1990 - a primeira disputada no atual traçado de Interlagos - das Mil Milhas Brasileiras, alcançou a 3ª posição na classificação geral, com 348 voltas completadas.

À frente do Opalão, apenas o Opala Hot Car da dupla José Carlos Dias/Carlos Alves, que venceu a prova, e o Stock Car (carenagem hidroplás) dos campeões Chico Serra/Luiz Alberto Pereira.

Cabe destacar que aquela edição (20ª na história) trouxe um grande impacto para carros e pilotos, pois o novo traçado, além de mais lento, é bem mais sinuoso que o antigo Interlagos, que tinha retas enormes, fato este que causou grande desgaste para pilotos e máquinas. Tanto o foi, que dos 49 carros que largaram, apenas 16 chegaram ao final.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Maverick, Opala e Mustang na Mil Milhas de 1992


Um belo flagra dos treinos da 21ª edição da Mil Milhas de 1992, desta feita um registro feito na saída da curva do laranjinha. Na foto, o Ford Maverick nº 16 da tradicional equipe Automotor (neste ano com Ney Faustini ao volante), sendo seguido pelo Opala Stock Car "carenado" de Roberto "Coruja" Amaral, pelo Chevrolet Opala inscrito com o nº 31 e por ultimo, pelo Ford Mustang nº 10 de Denísio Casarini/Fábio Greco. Infelizmente, nenhum desses bólidos terminou entre os 10 primeiros colocados, sendo que o Mustang largou na 3ª posição e chegou a liderar a prova.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Carretera Chevrolet Corvette nº 82 - 1957


Hoje trazemos para vocês um close na usina de força da Carretera Chevrolet 1939 nº 82, utilizada pela dupla José Gimenez Lopes e Chico Landi na Mil Milhas de 1957. Trata-se de um motor V8 derivado do Corvette, com dupla carburação quádrupla, preparado nos EUA, que moveu o bólido vencedor na pista daquela edição. Cabe lembrar que o câmbio também era derivado do Corvette, enquanto os freios vieram de uma Ferrari.

Digo vencedor na pista, pois a carretera fora desclassificada na terça-feira depois da prova, em virtude de na 2ª volta da disputa, José Gimenez Lopes ter recebido sinalização para entrar nos boxes e efetuar o reparo de uma das lanternas traseiras. Porém, não parou e a prova seguiu, tendo o piloto Chico Landi até subido ao pódio como representante dos vencedores. Mas, como dito, o resultado acabou sendo anulado, ficando a vitória com a Carretera Ford nº 9 de Orlando Menegaz/Aristides Bertuol.



sábado, 9 de janeiro de 2021

Mil Milhas do Brasil 2021

Estimados leitores! A boa notícia para esse mês de janeiro, que todos nós esperamos que seja o primeiro de um ano muito melhor que o passado, é que teremos novamente a realização da nossa tradicional Mil Milhas do Brasil.

Mesmo com um cenário incerto e repleto de dificuldades, a organização da prova, capitaneada pela admirável e competente Elione Queiroz, manteve a firmeza demonstrada desde a realização da prova do ano passado, e assegurou o evento desse ano na data próxima ao aniversário da cidade de São Paulo.

E nessa expectativa e ansiedade para o final de semana dos dias 23 e 24, o blog da mil milhas terá publicações a cada dois dias até a realização da nossa querida prova. Iniciando a série, trago para vocês o FNM JK 2000 da dupla Fábio Steinbruch (in memorian) e Osvaldo de Barros, que utilizou esse clássico dos anos 60 na edição de 1993. Cabe ressaltar que a preparação do carro ficou a cargo da equipe de Renato Gouveia, tradicional participante com seu Chevrolet Camaro 1973.



sábado, 2 de janeiro de 2021

Protótipo Aldee RTT de Giuliano Losacco em 2002


O carro pode ser considerado um assíduo frequentador de nosso blog, pois em 03 (três) oportunidades já falamos sobre o Aldee RTT que atualmente pertence ao piloto Marco Scalamandré. Mas o registro de hoje é do ano de 2002, temporada em que o piloto Giuliano Losacco utilizou o Aldee no Campeonato Paulista de Automobilismo.

O início da empreitada se deu meio que por acaso. Luiz Otávio Paternostro, piloto com participações em diversas categorias nacionais e tio de Losacco, tinha adquirido o protótipo e feito apenas 01 prova. No início de 2002, o carro (com pneus e combustível para correr a temporada inteira) foi cedido por Pater ao Losacco, que venceu 15 das 19 corridas do Paulista de Força Livre e foi campeão da categoria naquele ano. E com algumas corridas na Stock Light em 2002, chegou à V8 no ano seguinte. E o resto é história...