"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O piloto Elísio Netto e a Fórmula Vee 2019


Em setembro deste ano, falamos sobre a história do piloto alagoano Elísio Netto, que lutando contra as dificuldades do esporte a motor, tem alcançado resultados expressivos na categoria Fórmula Vee Júnior. Antes de tudo, cabe lembrar que esta categoria é um verdadeiro celeiro de talentos do esporte a nível mundial, pois está presente em cerca de 14 países, desde 1962, quando foi criada nos EUA. Representa, ainda, a porta de entrada para os esportistas recém-saídos do Kart, numa proposta de baixo custo e que garante essencial aprendizado.

No Brasil, a categoria teve início nos anos 60, mais especificamente em 1967, quando os irmãos Fittipaldi (Wilson e Emerson) passaram a construir bólidos e organizar corridas. Dentre os grandes nomes da época, estavam, alem dos irmãos, José Carlos Pace, Francisco Lameirão e Marivaldo Fernandes. Depois da evolução para a Fórmula Super Vê, já nos anos 70 (quando Nelson Piquet foi revelado), a categoria sofreu uma grande pausa, ressurgindo em meados de 2011, como uma nova proposta de categoria-escola.

E foi nesse cenário que Elísio Netto se apresentou para o automobilismo nacional. Mesmo diante de grandes obstáculos (sobretudo a falta de patrocínio), o piloto nascido na cidade de Arapiraca/AL conquistou o terceiro lugar no Campeonato Paulista da Fórmula Vee Júnior, encerrado no último fim de semana, no Autódromo de Interlagos. Somando as participações durante o ano, a ausência em 03 (três) etapas (por falta de verba) e os problemas mecânicos em outras 04 (quatro), ele obteve o terceiro lugar na classificação final sua categoria (278 pontos), chegando na segunda posição entre todos os pilotos, na primeira prova disputada no domingo.

Cabe lembrar que o segundo lugar conquistado na prova teve ainda mais destaque por conta da melhor volta, registrada em 2min01s697. Na Júnior, Elísio teve 02 (duas) vitórias na temporada, enquanto que na classificação geral do Paulista, terminou na sétima posição.

Pois bem, ficamos na torcida para que em 2020 o apoio financeiro seja mais forte a este jovem talento alagoano das pistas, possibilitando-o alçar voos ainda mais altos, e levar o nome do nosso Estado ao alto dos pódios. Acelera Garoto!





quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Mil Milhas de 1970: Os "pequenos" mostraram sua força do circuito de Interlagos


Finalizando a era das Carreteras, a X Edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada em novembro de 1970, teve o grid formado na maior parte por máquinas de rua. Dentre as quais, podemos citar Alfa Romeo, BMW, VW Fusca, Ford Corcel e Puma.

E os"pequenos" não fizeram feio, pois além de a vitória ter sido conquistada pela Alfa GTAM dos irmãos Diniz (Alcides e Abílio), entre os 10 primeiros chegaram outras 02 Alfas e 01 Puma. Nas fotos abaixo, alguns flagras dos pequenos notáveis que fizeram bonito naquele ano.









quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Willys Gordini 1967 de Samuel dos Santos


Em abril de 2018, tive a oportunidade de começar a frequentar o encontro semanal de carros antigos do bairro de Jaraguá, aqui na Capital Alagoana, que até pouco tempo ocorria nas noites de quinta-feira, porém, foi necessário deslocá-lo para as quartas.

No meio de vários carros e pessoas, me chamou a atenção um Gordini preto, "com cara de mau", longe de ser aquele clássico original e bem comportado. Trata-se de um exemplar 1967, com várias adaptações feitas pelo seu proprietário, Samuel Nascimento dos Santos, 63 anos, um cara extremamente simpático e com aquele jeito de quem já viveu muita coisa e sabe do que está falando.

Sr. Samuca, chamado assim pelos amigos, é considerado a "pedra filosofal" do Cheiro de Mofo, uma confraria que vai muito além de um simples clube de carros antigos, pois o maior propósito é formar e reunir amigos em torno de um interesse comum: A paixão por carros. A idéia da confraria surgiu em meados de 2004, época em que existiam muitos outros clubes semelhantes, porém, que não resistiram aos desgastes entre seus membros e vieram a ficar pelo caminho. Mas o Cheiro de Mofo, em que pese ter passado por uma fase difícil, com apenas 02 (dois) membros, Sr. Samuca e Sr. Renato (dono de um Puma GTB modificado), resistiu às dificuldades e permanece até hoje, tendo muitos outros membros em seu cartel.

Mecânico por profissão, nos conta que o interesse por carros vem desde a infância, ao passo que desde os 15 anos de idade trabalha em oficina mecânica. Já o contato com as corridas veio desde 1990, ao iniciar o contato com a equipe formada pelos pilotos Márcio Leão e Rômulo Santos (cuja história já fora contada neste blog, no mês de outubro), que corria no Autódromo de Caruaru. Em nossa entrevista, Sr. Samuca revelou que o seu primeiro carro foi um Ford Maverick 6 cilindros, que lhe deu muitas felicidades nos asfalto e que causa saudades até hoje.

Além do Willys Gordini 1967 (com freios dianteiros de Corsa e traseiros de Golf, suspensão reforçada, tanque de combustível de plástico para não sujar o carburador, motor AP 1.8), que está em suas mãos há 11 anos, Sr. Samuca possui um Ford Versailles 2.0i GL ano 1995 muito bem conservado, e um Troller ano 2000, de uma das primeiras safras do modelo.

Enfim, hoje falamos sobre uma grande personalidade do antigomobilismo alagoano, um cara que tive o prazer de conhecê-lo e ouvir um pouco das suas histórias de vida, e que não poderia deixar de retratá-lo nesse blog. Muito obrigado meu amigo!






sábado, 30 de novembro de 2019

6 Horas do Ceará de 2000 - Parte 2


Retomando a nossa pauta sobre a disputa da 3ª edição da prova 6 Horas do Ceará, ocorrida em 20 de fevereiro de 2000, falaremos hoje sobre a participação de pilotos do Nordeste no certame. Devo esclarecer, desde já, que esta matéria, tanto a primeira parte quanto a segunda, só fora possível de ser produzida graças à valiosa contribuição do piloto e amigo Rômulo Santos, através de um arquivo especial de fotos, revistas e reportagens de jornais da época.

No Nordeste, não podemos negar que temos como expoentes do automobilismo os Estados de Pernambuco e do Ceará, situação esta potencializada pela presença dos dois autódromos mais antigos da região (Eusébio e Caruaru, respectivamente). Porém, isto não quer dizer que nos outros Estados não hajam, ou tenham havido, nomes destacados no esporte a motor, como Luiz Pereira dos Santos, o Lulu Geladeira (Baiano, falecido em 03 de junho de 2015), que ganhou várias corridas entre 1950 e 1972, e o Alagoano Paulo Leão, campeão da Copa Corsa Norte/Nordeste.

Mas naquela 6 Horas de 2000, que infelizmente foi a última edição da prova, 08 (oito) equipes de pilotos alagoanos e pernambucanos integraram o grid nas diferentes categorias, cujo critério de definição era a cilindrada do motor (até 1600cc, 2000cc e acima de 3000cc). E quem pensou que essa galera fez feio, felizmente está errado. Na categoria acima de 3000cc, a Equipe Vipal/Renovadora de Pneus Maia conquistou o primeiro lugar, com a dupla Moacir Maia (PE) e Márcio Souza Leão (AL), em um Chevrolet Opala (176 voltas). E o segundo lugar também foi especial, com os alagoanos Rômulo Amorim e Climério Sarmento, no Chevrolet Opala da Equipe Motoral/Poupa Ganha (163 voltas). Digo alagoanos porque Rômulo é radicado em Alagoas há décadas, conforme contamos na postagem feita no último mês de outubro. Confiram no menu ao lado!

Na categoria ate 1600cc, a vitória ficou com a Equipe AMC Competições, cujo Chevrolet Corsa foi pilotado pelos irmãos Adson e Danuza Moura, e pelo experiente Joca Ferraz, todos de Pernambuco. E essa performance da equipe fora ainda mais destacada se levarmos em consideração o 4º lugar na classificação geral (200 voltas completadas), atrás apenas dos protótipos movidos por propulsores BMW. Na segunda e terceira posições, ficaram os VW Fuscas da Equipe Super Speed, pilotados respectivamente por Alencar Moraes/Jessé Costa (194 voltas) e José Neto/Edson Cabeça/Amauri Mota (179 voltas), todos pernambucanos.

Sobre a dupla de irmãos, vale destacar que Danuza começou a correr com 15 anos de idade, no kart, em meados de 1995. No ano de 1999, foi campeã brasileira de Corsa Feminino, ao passo que no ano seguinte, foi campeã feminina de Corsa Metrocar. Já em 2001, participou do Campeonato Brasileiro de Stock Light (que corria com o Chevrolet Omega 6 cilindros na época), quando foi a única mulher inscrita no certame, em meio a pilotos como André Bragantini Júnior, Thiago Camilo, Pedro Gomes, Thiago Marques e Matheus Greipel. Naquele mesmo ano, correu também na categoria Ford Fiesta Feminino 1.6 (que teve na organização a chancela de Maria Helena Diniz, primeira esposa de Emerson Fittipaldi), na qual conquistou excelentes resultados, como a pole position e a vitória na 2ª etapa, disputada em sua casa, no Autódromo de Caruaru, e a vitória na 5ª etapa, na rodada dupla de Interlagos.

E a última participação sua em uma categoria de destaque foi em 2004, na Fórmula Truck, quando correu pela equipe Scuderia Forza/Italspeed as últimas 06 (seis) etapas do campeonato, com um Iveco.

Já Adson Moura chegou até a Stock Car em 2001, quando disputou 05 corridas pela Equipe Hot Car, ano em que aconteceu a estréia do motor V8 na categoria. Cabe ressaltar que o piloto também participou das Mil Milhas de 2001 (Protótipo Espron, em trio com Fred Lengyvel e Ricardo Arantes - 336 voltas completadas) e 2002 (Protótipo MCR, em quadra com Fred Lengyvel, Ricardo Arantes e Marcelo Reis - 188 voltas), tendo alcançado a 8ª e 42ª posição na geral, respectivamente. Ainda em 2002,  disputou também os 500 km de Interlagos, a bordo de um Protótipo Moro, em trio com Alfred Lengyvel e o veterano Roberto Samed. Cabe lembrar que Adson foi campeão paulista de 1999 na categoria Fórmula Esprom Paulista.










sábado, 23 de novembro de 2019

6 Horas do Ceará 2000 - Parte 1


Um autódromo construído no Nordeste no fim dos anos 60? Isso não foi pouca coisa. Sem sombra de dúvidas, o Autódromo Virgílio Távora, localizado na cidade de Eusébio/CE, distante 18 km da Capital, representa um marco do esporte a motor em nossa região. Há pouco mais de 05 (cinco) anos, contei um pouco da história dessa pista aqui no blog, que pode ser conferida no seguinte link.

Em mais de uma ocasião, o autódromo cearense foi palco de disputas entre pilotos de nível nacional, em categorias de renome que resolveram quebrar as barreiras (e a distância) para disputar etapas longe dos grandes centros automobilísticos. Exemplo disso foi a Stock Car, em 1979, a Fórmula 3 Sul-Americana (no início dos anos 2000) e Fórmula Truck. E em 1997, com a reinauguração do circuito (após passar por uma grande reforma que durou 06 meses e ampliou o traçado) foi realizada a primeira edição da prova 6 Horas do Ceará, que teve como vencedores Nelson Piquet e Ruyter Pacheco, que pilotaram um BMW - com motor 4 cilindros e cerca de 300 cv de potência - e terminaram a disputa após 237 voltas completadas. O grid da corrida foi formado por 28 carros, entre Corsas, Fuscas, Protótipos e Voyages, sendo grande parte de pilotos oriundos do Nordeste. No fim, 19 carros receberam a bandeira quadriculada.

E é justamente sobre essa prova que vamos falar hoje, mais especificamente a 3ª edição, disputada no dia 20 de fevereiro de 2000. Uma prova pra lá de especial, que contou com a participação de pilotos de renome, como Nelson Piquet, Antônio Pizzonia (foi sua primeira prova longa), Vitor Meira, Flávio Andrade, Ruyter Pacheco, Felipe Giaffone, entre outros. No grid composto por protótipos e carros de turismo (Fuscas, Opalas, Passats), os destaques foram os protótipos BMW Compact (Hollywood/Firestone), do trio Nelson Piquet/Arialdo Pinho/Antônio Pizzonia, e Holywood, pilotado por Flávio Andrade, Ruyter Pacheco e Felipe Giaffone. Porém, apesar do favoritismo dos dois, a vitória ficou com o trio Vitor Meira/Arialdo Pinho/Igor Barbosa, que recebeu a bandeira quadriculada após o BMW abandonar com problemas de suspensão, quando tinha uma vantagem de 05 (cinco) voltas para o segundo colocado (com Pizzonia no cockpit), e o Holywood terminar na terceira colocação, após enfrentar problemas mecânicos nas voltas finais, quando liderava a prova.

Mas deixando de lado os medalhões, vamos falar dos nossos guerreiros nordestinos que abrilhantaram a disputa, assunto que fica para a próxima postagem!






sábado, 9 de novembro de 2019

Recordações automobilísticas - XIV ENEVA - Maceió/AL 2018


Desde criança sou apaixonado por carros, sejam eles originais, modificados mecanicamente ou esteticamente, atuais ou antigos. E com o passar do tempo, a chegada da idade adulta e melhores possibilidades, esse sentimento só aumentou, passando por algumas fases. Afinal, quem nos idos de 2003 a 2005 não foi levado pela onda tuning, na pegada Velozes e Furiosos? Eu não fui exceção.

O primeiro encontro de carros que tive a oportunidade de visitar foi realizado em novembro de 2011, na orla da praia de Pajuçara, aqui na minha linda e amada Maceió. Mas essa é uma história que ainda vou contar, em outra oportunidade. O que trago hoje para vocês, amigos leitores, é a lembrança que o Facebook veio me proporcionar pela manhã, datada de 01 ano atrás. Trata-se do XIV ENEVA - Encontro Nordeste de Veículos Antigos, promovido nos dias 2 a 4 de novembro de 2018, pelo CAAAL - Clube do Automóvel Antigo de Alagoas.

O evento fora realizado no estacionamento do Parque Shopping Maceió, contando com grande estrutura e espaço para o desfile de mais de 180 lindas máquinas de todo Nordeste, dentre as quais, algumas vieram rodando da cidade de origem até a Capital Alagoana. Foi o caso, por exemplo, de um lindo Maverick V8 Quadrijet vermelho de Salvador/BA. Ao final, alguns veículos foram premiados em quase 20 categorias.

Bem, chega de conversa e vamos às imagens desse evento memorável, registrado pela limitada lente da câmera do meu celular e por meus parcos dotes de fotógrafo!