"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

domingo, 23 de maio de 2021

O grande André Ribeiro

A manhã de domingo surgiu com uma notícia triste, sobretudo para o meio automobilístico. Faleceu na noite de sábado o ex-piloto e empresário André Ribeiro, aos 55 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer de intestino. Ao que parece, André Ribeiro manteve sob discrição a doença, sobretudo para a imprensa, pois sua morte pegou muitos de nós de surpresa.

Fica a lembrança de um brasileiro que teve trajetória curta nas pistas, pois sua carreira foi encerrada ao final da temporada de 1998, quando corria pela equipe Penske na Fórmula Indy, mas que foi protagonista de um dos momentos mais importantes do Brasil em categorias internacionais: A vitória conquistada na Rio 400 de 1996, prova que inaugurou o circuito oval do saudoso Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Como outras publicações falaram muito melhor da trajetória de André no automobilismo e também no meio empresarial, nosso blog lembrará a sua participação na edição de 1994 das Mil Milhas Brasileiras. Naquela oportunidade, o piloto fora inscrito no BMW 325i nº 17 com Valmir Hisgué Benavides, pois Ingo Hoffmann, que inicialmente também fora inscrito neste carro, terminou por disputar a prova no BMW M3 GTR de Nelson Piquet e Johnny Cecotto. Ao final, Ribeiro e Hisgué terminaram na 5ª posição na geral, com 340 voltas completadas.

Que Deus o receba em sua casa, lhe dando a paz e o conforto que precisar.





quarta-feira, 19 de maio de 2021

O primeiro carro turbo nas Mil Milhas - 1986

Um dos equipamentos quase indispensáveis para quem procura ter melhor performance em um motor a combustão, o turbo compressor vivia seu auge no automobilismo na década de 80, com a utilização nos propulsores de baixa cilindrada (cerca de 1 litro e meio) e alta potência (alguns motores da BMW que equipavam os bólidos da Brabham chegavam a 1000 cavalos de potência) nos bólidos da Fórmula 1.

E as Mil Milhas não ficaram de fora dessa novidade, embora tenha chegado de forma tímida no ano de 1986. Naquela edição, a equipe Walrus/Filtros Mann preparou um Chevrolet Chevette com motor de Monza, sobrealimentado por um turbo compressor. A pilotagem ficou sob a responsabilidade do trio Ronaldo Lang/Ricardo Fiamenghi/Fernando Rebelatto, e na época, o tempo nos treinos ficou bem perto dos Opala Stock Car, com o dobro da cilindrada. Porém, por falta de tempo para desenvolvimento do conjunto, a participação na prova durou apenas 28 voltas.



segunda-feira, 3 de maio de 2021

Série Nomes que Fizeram/Fazem a História da Stock Car - Parte XVII - Carlos Alves

Paulistano nascido em 18 de setembro de 1964, Carlos Alves é uma figura que não pode ser esquecida quando falamos da história da Stock Car. Sua estreia na categoria ocorreu na temporada de 1989, mais especificamente na 1ª etapa do campeonato daquele ano, disputada no Autódromo de Tarumã/RS. Aquela corrida, diga-se de passagem, ficou marcada como a 100ª corrida da história da Stock Car.

Após 1989 e 1990 de resultados discretos, o primeiro pódio de Carlão - como é conhecido entre os amigos - veio na 4ª etapa da temporada de 1991, tendo como palco o Autódromo de Cascavel. Na ocasião, obteve o 3º lugar na classificação da etapa, época em que correu sob os auspícios do preparador Giba (campeão com Ingo Hoffmann e Ângelo Giombelli), e chegou a dividir o carro com José Carlos Dias e Leonardo de Almeida.

1992 - quando teve seu carro preparado por Maurício Mattos - foi um ano marcado pela regularidade, pois os 03 (três) pódios obtidos foram suficientes para lhe deixar na 3º colocação na classificação final, a sua melhor marca em toda a carreira na Stock Car. Tal desempenho, contudo, não veio a ser repetido nos anos de 1993 e 1994, porquanto o destaque nesses 02 (dois) anos fora apenas a sua 1ª pole position, conquistada nos treinos da 3ª etapa de 1993, disputada em Londrina/PR.

Porém, a temporada de 1995 começou com um momento ímpar para Carlão, pois obteve sua primeira e única vitória na categoria na 1ª etapa daquele certame, com incríveis 0s043 de vantagem para o 2º colocado, Xandy Negrão. A liderança fora assumida ainda na 4ª volta das 26 totais, quando ultrapassou o pole Wilsinho Fittipaldi e construiu confortável vantagem (cerca de 04 segundos). Porém, essa diferença foi diminuindo com 07 voltas para o final, quando o seu Chevrolet Omega quebrou o diferencial blocante. Mas ainda assim, registrou a melhor volta da prova.

O 4º lugar na temporada de 1995 não impulsionou resultados semelhantes na temporada de 1996, mas a estrela de Carlão voltou a brilhar em 1997 e 1998, quando terminou novamente na 4ª posição da classificação geral. O ponto alto dessas 03 temporadas fora o 2º lugar acompanhado de pole position e melhor volta da prova obtidos em Goiânia/GO, na 7ª etapa do ano de 1997, sendo vencido unicamente por Paulo Gomes pela pequena diferença de 6 décimos de segundo na linha de chegada.

Embora já corresse há certo tempo com seu próprio esquema, a Carlos Alves Competições foi batizada oficialmente a partir de 2000, ano em que fora introduzido o chassi tubular com a carenagem de fibra do Chevrolet Vectra. E a "estreia" rendeu bons frutos, pois Carlão obteve 03 vezes o 3º lugar, nas etapas de Londrina (3ª) e Curitiba (8ª e 12ª), sendo que em 2001 passou a dividir os boxes com Rogério Motta, e em 2004 com Luiz Carreira Júnior (campeão da Light em 2003).

Após anos difíceis em 2005 (correu apenas as 02 primeiras etapas), 2006 (não pontuou, sendo um dos pilotos que utilizou a bolha do estreante Volkswagen Bora) e 2008 (correu com o Mitsubishi Lancer da equipe Nascar Motorsport, de Aloísio Andrade Filho), quando deixou definitivamente de correr na Stock, sua equipe renasceu para o campeonato em 2012, com os pilotos Júlio Campos e Patrick Gonçalves (substituído por Fábio Fogaça em algumas etapas). Naquela temporada, o melhor resultado fora o 2º lugar conquistado por Campos na 8ª etapa, disputada na reinauguração do Autódromo de Cascavel, que havia 20 anos que não recebia a categoria.

Por conta do patrocínio de uma marca de cerveja, em 2013 os Peugeot's 408 da equipe ganharam o apelido de "Laranja Mecânica" e além da visibilidade, tiveram grandes perfomances com o experiente David Muffato (campeão em 2003 com a Boettger) e Marcos Gomes, sendo que este último venceu a 6ª e 8ª etapas da categoria, ambas disputadas em Cascavel, sendo a primeira vencida após um hat trick (pole, vitória e volta mais rápida).

Entre 2014 e 2019, vários pilotos de destaque guiaram para a equipe de Carlos Alves, tais como Valdeno Brito, Vitor Genz e Raphael Reis, além dos argentinos Mauro Giallombardo (em dupla com Marcos Gomes, na 1ª etapa de 2014) e Néstor Girolami (última etapa de 2015 e a temporada completa de 2016). Nesse ínterim, cabe destacar a vitória obtida por Vitor Genz (a primeira do piloto na Stock) na 2ª corrida da etapa de Cascavel, que foi também a 1ª vitória de um piloto gaúcho na categoria.


Resumo da carreira de Carlos Alves na Stock Car:

214 corridas

25 pódios (sendo 01 vitória)

16 pole positions

13 melhores voltas.


Já nas Mil Milhas Brasileiras, Carlão sempre teve performances destacadas, começando pela própria estreia, ocorrida na prova de 1988. Na ocasião, foi o 2º colocado na geral com um Opala Hot Car dividido com o saudoso Amadeu Rodrigues e Reginaldo Calabró. Em 1989, veio a pole a bordo do Opala nº 42, com o tempo de 3min05s54, naquela que foi a última Mil Milhas disputada no traçado antigo de Interlagos.

A vitória veio em 1990, quando formou dupla com José Carlos Dias, o "Zeca Salsicha", no Opala Hot Car nº 42, ao fim de 12hrs50min23s8 de corrida, com 03 voltas de vantagem para o Opala nº 62, da dupla Chico Serra e Luiz Alberto Pereira, tidos como favoritos à vitória.

A última participação de Carlos Alves nas Mil Milhas de que obtive registro, ocorreu em 1992, quando foi pole position a bordo do Chevrolet Opala Stock Car nº 1, dividido com Paulo de Tarso Marques. Na corrida, o Chevrolet enfrentou alguns problemas mecânicos que sacrificaram a sua performance, deixando-o na 4ª posição na geral, com 11 voltas a menos que a BMW M3 vencedora.