A 25ª edição das Mil
Milhas Brasileiras, disputada em 1996, é tida por muitos como a pior prova da
história da corrida. O problema naquele ano se iniciou com a não liberação do
autódromo para a realização da corrida no mês de janeiro, já que eram tempos em
que o GP Brasil de F1 era realizado no mês de março, e a tradicional reforma
antes da realização do GP exigia o fechamento da pista em meados janeiro.
Aproveitando o momento da Fórmula 1 no Brasil, a organização da prova, que na época ficava sob responsabilidade do Centauro Motor Clube, na pessoa de Roberto Bilstrein, considerou oportuno realizar a corrida uma semana depois do GP Brasil, mais precisamente no dia 8 de abril. Logicamente, essa é uma data em que a grande maioria dos campeonatos já havia começado, o que fez com que muitos pilotos de afastassem da disputa em Interlagos.
Somando-se ao
afastamento de vários pilotos de renome que haviam competido em edições
anteriores da prova, a falta de divulgação do evento e de premiações em
dinheiro para os vencedores, fez com que o minguado grid fosse formado por
apenas 30 carros, a maioria de baixo nível técnico. A lista de carros inscritos
era composta basicamente por Aldees Coupé, protótipos AS-Vectra, alguns Opalas
e Mavericks (entre os quais o tradicional branco nº 16 da Automotor) e o único
importado, um Porsche 911 1971 com motor de 993, que já foi assunto em um outro
post deste blog.
A largada foi dada às
13:00, seguindo a ideia adotada em anos anteriores de largar de dia e terminar
à noite para atrair mais público às arquibancadas de Interlagos. Tática que
não funcionou, diga-se de passagem. Na 1ª fila, o AS-Vectra de Djalma fogaça/Fábio Sotto Mayor na pole-position e
o Porsche 911 em segundo. Ainda na 1ª volta, o Porsche assumiu a liderança para
não mais perdê-la até a bandeirada final, vencendo, ao fim de 12h12min15 de
prova, com 5 voltas de vantagem para o 2º colocado, um Aldee Coupé.
Entre os destaques da
prova, estava o Maverick amarelo do trio Andreas Mattheis, Alexandre Costa e
Paulo Lomba, que terminou na 3ª posição. A campeã da Fórmula 3 Sulamericana
Light de 1992, Suzane Carvalho entrou para a história da prova ao formar a 1ª
equipe feminina a disputar a Mil Milhas. Suzane
correu com o Aldee nº 7 formando trio com as argentinas Delfina Friers e Marisa
Paganopulo. Com 8 horas de corrida, o Aldee apresentou problemas, forçando o
abandono quando estava na 4ª colocação.
Essa
realmente foi uma prova para esquecer, dado o baixo nível técnico, o fracasso
em público e a desorganização, que só não causou maiores problemas porque o
público foi de minguados 2000 pessoas, que acompanharam a prova em horários
diferentes. Antes mesmo da prova ser realizada, já era programada a edição do ano
seguinte, que seria disputada no Autódromo Nelson Piquet, em Brasília.
Os
seis primeiros colocados:
1º Porsche 911T Nº 3 André Lara Rezende, Roberto Keller, Roberto
Aranha e Walter Salles Jr SP – 372 voltas
2º Aldee Coupê VW Antônio C. Garcia e Tony Garcia – 367 voltas
3º Ford Maverick nº 72 Paulo Lomba, Andreas Mattheis e Alexandre Costa RJ/RJ/SP – 358 v
4o Aldee RTT Renato Marlia, Luiz Paternostro e Luís Alberto Castro SP/SP/RS – 346 voltas
5o Aldee RTT Ney Fonseca e Antônio Chambel SP – 345 voltas
6o Protótipo AMZ Arley Marroni, Gastão Weigert e Mário Yokota PR – 342 voltas
2º Aldee Coupê VW Antônio C. Garcia e Tony Garcia – 367 voltas
3º Ford Maverick nº 72 Paulo Lomba, Andreas Mattheis e Alexandre Costa RJ/RJ/SP – 358 v
4o Aldee RTT Renato Marlia, Luiz Paternostro e Luís Alberto Castro SP/SP/RS – 346 voltas
5o Aldee RTT Ney Fonseca e Antônio Chambel SP – 345 voltas
6o Protótipo AMZ Arley Marroni, Gastão Weigert e Mário Yokota PR – 342 voltas
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