"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Protótipos MRX - 2020

Dando continuidade à retrospectiva sobre as edições das Mil Milhas Brasileiras disputadas após a retomada da prova, no ano de 2020, falaremos sobre o Protótipo MRX, que se fez presente com 02 (dois) exemplares na edição realizada no dia 16 de fevereiro de 2020.

Mas antes de tudo, é preciso relembramos que o MRX é o sucessor do tradicional MCR, por sua vez lançado no ano de 1999, e que alcançou grande sucesso nas pistas, obtendo vitórias e títulos em provas importantes, como nas 12 Horas de Tarumã e nos campeonatos brasileiro e gaúcho de endurance. Mas essa é uma outra história, que merece um capítulo especial aqui no nosso blog.

Voltando ao MRX, o bólido de corrida foi lançado no ano de 2009 pela Metalmoro, construtora fundada em 1968 na cidade de Veranópolis (RS), e que se destaca pelo sucesso obtido tanto no kart quanto nas pistas ao longo dos anos. A carenagem de fibra de vidro possui semelhanças com o antigo MCR Turbo, sendo um carro apto a receber diversas motorizações (seja turbo ou aspirado), com posicionamento central. Ainda em 2013, foi lançado o MR18, que utilizava a base do MRX, mas com carroceria fechada.

Na prova de 2020, foram inscritos os MRX nº 56 dos quartetos Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso, equipado com motor Honda K20 2.0 16v (oriundo do Civic Si), e nº 72, de Carlos Antunes, Yuri Antunes, Mauro Auricchio e Lucas Marotta, por sua vez equipado com motor Opel C20XE 2.0 16v (derivado do Vectra GSI e Calibra).

Ao final das 360 voltas da corrida (limitada a 11 horas), o nº 56 terminou na 3ª posição, com 301 voltas completadas (melhor tempo de volta: 1min41s881, enquanto o nº 72 completou apenas 28 (melhor tempo de volta: 1min49s255).






terça-feira, 14 de novembro de 2023

BMW 320is nas Mil Milhas de 1993

Rever o histórico de publicações desse nosso espaço é ter a gratificante sensação do quanto evoluímos nesses mais de 13 anos de existência. Isso podemos notar na forma de escrever, no conteúdo das postagens e mesmo na profundidade das informações obtidas.

Um exemplo disso se reflete em uma postagem que fiz há mais de 10 (dez) anos, sobre as várias ocasiões em que um veículo da marca BMW disputou as Mil Milhas Brasileiras. Na época, as informações ainda eram um pouco escassas ou mesmo imprecisas, o que causou algumas omissões em determinados casos.

É o que aconteceu com a participação de uma BMW 320is E30 no ano de 1993, que só vi tomar conhecimento após assistir uma gravação da corrida publicada no Youtube, muitos anos depois. Na ocasião, fiquei intrigado com aquela alemã com pintura verde de quem nunca tinha ouvido falar, e sequer sabia quem tinha pilotado.

Através de uma matéria de revista especializada, pudemos verificar que o veículo inscrito sob o nº 77, pertencente à equipe portuguesa Trajecto (TAP), era oriundo do Troféu BMW, certame organizado pela Baviera, representante oficial da marca em Portugal, entre os anos de 1990 e 1992. A competição mesclava corridas em circuitos fechados (como o Estoril), de rua e provas em estradas, e contou com nomes locais como Manuel Fernandes, Álvaro Parente, Jorge e Alcides Petiz e Antônio Barros.

Cabe destacar que a 320is era praticamente uma 325i enquadrada no grupo N, com o motor da M3 reduzido (de 2300 cm³ para 1990 cm³) e suspensão Bilstein ou Mtec com diferencial autoblocante. Porém o câmbio era o mesmo, e a preparação ficava por conta da tradicional casa AC Schnitzer.

Falou-se na época que o exemplar que veio ao Brasil tinha preparação que fazia o motor aspirado chegar a 220 cavalos de potência, enquanto que a pilotagem ficou por conta do trio Luiz Carlos Sansone/Antônio Santos/José Figueiredo. Desses pilotos, o mais conhecido era Luiz Carlos Sansone, que correu de Fórmula Vê em 1970, e naquela edição registrava a sua 16ª participação na prova. Infelizmente não conseguimos obter a colocação final da BMW, mas Sansone contou que dirigiu por cerca de 07 horas na disputa, pois os demais pilotos não conseguiam enxergar nada na chuva que caiu durante boa parte daquela edição. 


* Esta matéria contou com a imprescindível colaboração do irmão Rodrigo Carelli, o cara por trás do excelente //blogdocarelli.blogspot.com, que gentilmente buscou o contato de Luiz Carlos Sansone e confirmou os nomes dos pilotos que dividiram a tocada com ele.





sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Chevrolet Omega da Equipe Big Power - 2020

Na última live que fiz com meu irmão Rodrigo Carelli, do //blogdocarelli.blogspot.com, relembramos a evolução que as Mil Milhas Brasileiras teve desde a retomada da prova, no ano de 2020. E se os prognósticos se confirmarem, em 2024 teremos uma das maiores etapas dos quase 70 anos de história da competição.

Na ocasião (feriado do dia 02 de novembro), falamos sobre o aumento na quantidade de inscritos, no nível dos competidores e na repercussão em si da prova, que caminha de volta para o posto de destaque de onde não deveria ter saído nunca. Confiram neste link do canal Entusiastas Sobre Rodas, no Youtube.

E nesse clima, vamos continuar relembrando os carros, equipes e pilotos que fizeram essa história acontecer, começando pelo Chevrolet Omega Stock Car da tradicional Equipe Big Power, que disputou a prova em 2020, apesar de serem assíduos participantes das Mil Milhas, com nomes como Sandro Sanches, Ciro Paciello, Maurício Olio, Amaury Biem, entre outros.

Feras do campeonato paulista de automobilismo (historicamente na categoria stock paulista e mais recentemente na old stock) desde meados de 1989, a equipe do bairro do Canindé inscreveu o Omega azul nº 9 naquela edição, com o trio Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo na pilotagem.

Seguindo uma tocada regular (era também o único competidor inscrito na categoria TN3), o valente bólido com a tradicional mecânica GM 4.1 6 cilindros chegou a ocupar a 3ª posição na geral, mas em virtude de problemas no diferencial (que precisou ser trocado), o carro passou várias voltas parado no box para reparo na parte da noite. Contudo, para a alegria dos fãs, a equipe resolveu colocá-lo de volta no final da prova, completando 125 voltas (o vencedor fechou em 360 no total, por conta da limitação de tempo), suficientes para deixá-lo na 5ª posição na geral.