"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Protótipo Daipi/Chevrolet - 1989

Nesse dia 28 de fevereiro de 2023, comemoramos 13 anos de Blog das Mil Milhas, uma história que começou com a simples pretensão de compartilhar fotos e informações a respeito da maior prova do automobilismo nacional, e que me trouxe experiências pessoais de valor inestimável.

A vida mudou bastante nesse período, e essas mudanças refletiram até mesmo na rotina das postagens neste espaço. Mas uma coisa eu lhes garanto, meus amigos: Enquanto houver vida, estaremos aqui, compartilhando histórias, memórias e falando sempre sobre carros, miniaturas e competições. E claro, enquanto vocês estiverem afim de ler as matérias deste que vos escreve.

Hoje vamos relembrar uma história que foi contada em parte nos primórdios do blog. Trata-se da participação do Protótipo Daipi Chevrolet da Família Pimenta nas Mil Milhas Brasileiras de 1989. A edição em comento, mais especificamente a 19ª, foi a última disputada no traçado antigo (completo) de Interlagos, antes da reforma que possibilitou a volta da Fórmula 1 ao circuito paulistano.

O grid foi formado pelo inimaginável (nos dias atuais) número de 75 carros de variados modelos e categorias. Tinha Opala Stock Car (tanto com carroceria tradicional quanto modificado com kit aerodinâmico Hidroplás), Passat Hot Car, Fusca Força Livre e Speed 1600, Fiat Uno do Marcas, Porsche 944, Mercedes-Benz 190 E, entre outros.

Um dos destaques era o Protótipo Daipi, construído pelos irmãos Dimas e Josué de Melo Pimenta, já na época tradicionais participantes de provas de longa e curta duração (ambos correram pela Stock Car e Hot Car). O carro em questão era baseado em monobloco do Chevrolet Opala, com modificações na carroceria e equipado com um potente motor V8 derivado do Chevrolet Corvette (alimentado por 4 carburadores Weber), por sua vez "domado" pelo câmbio Saenz (argentino).

Na ocasião, o bólido do trio formado pelos irmãos Pimenta e Walter "Tucano" Barchi largou na pole position, tendo se mantido na ponta com folga durante as primeiras horas de corrida.  Por volta das 03h30min, Josué conduzia o carro quando rodou na entrada da reta dos boxes. Na sequência, entrou nos boxes para realizar a troca dos pneus traseiros e o reabastecimento de rotina. Porém, houve um vazamento de combustível, que terminou caindo nos discos de freios (naturalmente superaquecidos) resultando em uma explosão acompanhada de incêndio, no qual o mecânico José Domingos Moreira (primo dos irmãos Pimenta) sofreu queimaduras de 1º grau no tórax e braços.

Ao final, o Daipi terminou na 64ª posição na geral, tendo registrado outras participações posteriores, como na prova disputada em 1993, em que alcançou a 5ª posição na geral, além das edições de 1992 e 1994.







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Opala Arrancadão Maceió (2004)

Faz um certo tempo que não falo sobre arrancada aqui no blog, confesso. Então, no dia de hoje vamos recordar a participação do Chevrolet Opala de circuito do piloto Rômulo Amorim - cuja história nas pistas fora contada por nós em outubro de 2019 - na 2ª edição do Arrancadão Maceió, disputada no Aeroclube em janeiro de 2004.

A prova estava marcada inicialmente para o dia 18 daquele mês, porém, em virtude da insistente chuva que caiu na capital naquele fim de semana, o evento teve que ser adiado para a semana seguinte, o que afastou alguns competidores de Estados mais distantes, como o Ceará.

Na ocasião, o Opala ano 1972 04 portas utilizado em provas de endurance no Norte/Nordeste, preparado pelo mestre da mecânica Samuel Nascimento (sem ele nada disso teria acontecido), o Sr. Samuca, faturou o 3º lugar na categoria Semi Livre, com Rômulo no volante.

Para a competição com 402 metros (1/4 de milha) cronometrados, a única alteração na configuração de circuito fora a troca das rodas dianteiras - saíram as de 8 polegadas para dar lugar às de 6 - porquanto foram mantidos o acerto de cambagem e suspensão. Rômulo nos conta que inscreveu o carro na categoria street tração traseira, mas no dia da corrida, os comissários fizeram o maior alvoroço, pois o carro não contava com bancos, e assim, só poderia correr na categoria força livre (pneus slick) ou semi-livre (pneus radiais).

Ao fim, o Opala disputou mesmo a categoria com pneus radiais, faturando a 3ª posição com 18s053, após disputar com carros muito mais fortes vindos de Sergipe e Bahia. E quem ganhou o presente foi a filha de nosso amigo Rômulo, pois ele fez questão de lhe dar o troféu pelo aniversário dela, que tinha perdido por conta da participação na prova.


Ficha Técnica:

Chevrolet Opala 1972 04 portas, transformado para o modelo 1980

Motor 250s 6 cilindros em linha, tucho mecânico, alimentado por carburador Weber 446

Câmbio 04 marchas conectado ao diferencial Dana com relação 3:54

Escapamento 6x2, carroceria aliviada para competição (peso total de 1.060 kg)



Mestre Samuca de camisa amarela e boné azul, e Rômulo, de capacete, pronto para acelerar