"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

domingo, 20 de dezembro de 2020

Carretera Chevrolet Corvette na Mil Milhas de 1961


Uma carroceria de um coupê antigo, aliviada ao máximo no peso, com um poderoso motor V8 (geralmente derivado do Chevrolet Corvette ou do Ford Thunderbird), domado por um câmbio de 4 marchas que resistisse ao tranco, além outras inovações mecânicas próprias (suspensão e acerto mecânico): Estava montada uma carretera para disputar uma prova de longa duração como as Mil Milhas Brasileiras.

Dentre as várias carreteras famosas dos anos 50 e 60, trago hoje para nossos leitores o registro fotográfico da Carretera Chevrolet Corvette (V8 de 4.5 litros) da dupla Antônio Carlos Aguiar e Antônio Carlos Avallone, inscrita na prova de 1961 com o nº 58. Na corrida, a dupla alcançou a 8ª posição a classificação geral, com 189 voltas completadas.

Aguiar conquistou vários títulos no motociclismo, inclusive o campeonato brasileiro na categoria 500 cc em 1957, e prosseguiu com sua carreira no esporte a motor até meados de 1972. Já Avallone correu por mais alguns anos, inclusive com seu próprio carro, o protótipo que levava seu nome, inscrito pela última vez nas Mil Milhas no ano de 2001, quando quebrou na volta de alinhamento. Faleceu em janeiro de 2002.






domingo, 22 de novembro de 2020

Chevrolet Opala Divisão 3 em 1970


O regulamento da 11ª edição da Mil Milhas Brasileiras, disputada em 08 de dezembro de 1973, permitia a participação apenas de veículos de produção enquadrados nas categorias Divisão 1 e 3, sendo esta última a mais permissiva em termos de preparação.

Isto porque um Divisão 3 na época poderia ser equipado com pneus slick de maior largura, alterações na carroceria e mecânica (câmbio, motor e suspensão), enquanto que um carro inscrito na Divisão 1 utilizava preparação bem restrita e pneus radiais.

Nas fotos de hoje, trago para vocês o Chevrolet Opala Divisão 3 nº 58 de José Argentino e Raul Natividade, que durante a disputa perdeu o capô, o que deu uma cara ainda mais brava ao belo Opalão. O resultado final foi bem interessante, visto que o bólido terminou na 3º posição da classificação geral com 196 voltas completadas, atrás tão somente de 02 (dois) Ford Maverick, das duplas Bird e Nilson Clemente (nº 20) e Camilo Christófaro e Eduardo Celidôneo (nº 18).




segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Equipe Hot Car de Amadeu Rodrigues na Stock Car

Na noite do dia 31 de outubro de 2020, o automobilismo brasileiro perdeu um dos seus mais aguerridos personagens. Em virtude de um acidente rodoviário ocorrido próximo à entrada da cidade de Uberlândia/MG, o ex-piloto e atual chefe de equipe Amadeu Rodrigues nos deixou aos 65 anos de idade, quando regressava à São Paulo com integrantes de sua equipe, após disputar no Autódromo de Goiânia/GO uma das etapas do Brasileiro de Endurance.

A carreira de Amadeu no esporte a motor possui vários marcos importantes, tanto como piloto, como na chefia de sua própria equipe, a Hot Car, fundada em 1980, que teve participação em várias categorias. Já que outras publicações de maior gabarito falaram muito mais detalhadamente sobre o assunto, a nossa postagem de hoje ficará restrita à história da Hot Car na Stock Car.

A equipe estreou na categoria na temporada de 2001, ano que marcou a introdução dos motores V8 carburados, derivados da então Busch Series da Nascar (atual Xfinity Series). Naquela temporada, o carro da equipe foi pilotado inicialmente pelo pernambucano Adson Moura, que após 05 etapas, foi substituído por Tom Stefani. Em 2002, a equipe colocou 02 carros na pista, sendo o primeiro com Rodrigo Hanashiro (todas as etapas) e o outro com Hélio "Pingo" Saraiva, que disputou apenas as 02 primeiras provas daquele ano.

No ano seguinte, todos os esforços foram concentrados no carro do goiano Giuseppe Vecci, um belo Vectra com pintura prata e verde. Porém, em 2004, a equipe disputou apenas as 02 últimas corridas, com os carros de Wanderley Reck Jr. (11ª etapa) e Cláudio Caparelli (12ª etapa).

O ano de 2005 trouxe novamente a estratégia de se concentrar em apenas um carro, desta feita, sob o comando de Wagner Ebrahim. E assim apareceram os melhores resultados até então, os 02 quintos lugares obtidos nas etapas de Brasília/DF (7ª etapa) e Buenos Aires/ARG (10ª etapa).

Com a melhoria obtida na temporada anterior, a Hot Car passou preparar 02 carros, neste caso, os Astras de Geraldo "Mano" Rola e Popó Bueno. Embora os resultados de Mano Rola tenham sido discretos, Bueno trouxe uma evolução maior à equipe, frequentando em algumas oportunidades os 10 primeiros lugares da classificação final.

2007 foi a temporada que marcou o primeiro pódio de um carro da equipe. Tal marco fora conquistado na 9ª etapa, disputada no Autódromo Juan y Oscar Gálvez, em Buenos Aires/ARG, com o 3º lugar de Popó Bueno.

Mantido para a temporada 2008, Popó Bueno conseguiu levar a Hot Car pela primeira vez aos playoff's, a etapa decisiva da temporada que era composta pelas 04 últimas corridas, na qual apenas os 10 melhores colocados disputavam o título (terminou na 7ª posição na geral). Já o outro carro da equipe fora dividido entre Juliano Moro e Mário Romancini (03 últimas corridas), sendo que o destaque ficou para a 6ª etapa, disputada em Interlagos/SP, em que Moro e Popó terminaram na 8ª e 9ª posições, respectivamente.

O último ano de Popó na equipe foi a temporada de 2009, quando dividiu o box com Norberto Gresse, então campeão da Stock Car Light. Neste ano, a vitória passou muito perto em Tarumã/RS, quando Popó Bueno foi 2º lugar naquela que foi a 11ª etapa.

Com a saída de Popó, a sua vaga fora ocupada em 2010 pelo ex F1 Antônio Pizzonia, enquanto o outro carro fora dividido entre Ricardo Sperafico (6ª e 7ª etapas) e Norberto Gresse (demais corridas). Neste ano, mais um pódio para a equipe, com o 3º lugar de Pizzonia na 5ª etapa, que teve como palco o circuito de rua montado em Ribeirão Preto/SP.

Na temporada de 2011, mudança total na dupla de pilotos, que passou a ser formada pelo bicampeão (2004 e 2005) Giuliano Losacco e Eduardo Leite. O melhor resultado foi o 4º lugar obtido por Losacco, na 11ª etapa, disputada em Brasília/DF.

Nos anos seguintes a Hot Car teve como duplas:

2012: Eduardo Leite e Diego Nunes

2013: Raphael Matos e Wellington Justino

A tão sonhada 1ª vitória veio em 2014, com o piloto Raphael Matos na 16ª etapa (2ª corrida) disputada em Santa Cruz do Sul/RS, ano em que Matos dividiu o box com Felipe Lapenna. Matos ainda registrou a melhor volta da 6ª etapa, realizada em Goiânia/GO.

Embora 2015 tenha sido um ano de resultados mais discretos, a movimentação se deu em razão dos diferentes pilotos que conduziram os carros da equipe. O titular Raphael Abbate teve como companheiros de equipe Fábio Fogaça (9 primeiras etapas), o primeiro estrangeiro a correr pela equipe, o argentino Mauro Gialombardo (10ª e 11ª etapas), e o pernambucano Beto Monteiro (12ª etapa).

De volta à equipe, Lapenna foi companheiro de equipe de Raphael Abbate na temporada de 2016, sendo que o destaque ficou com o 4º lugar obtido por Abbate na pista de Santa Cruz do Sul/RS, durante a 4ª etapa.

Os últimos anos não foram de grande destaque para a equipe, que teve os seguintes pilotos:

2017: Gustavo Lima e Sérgio Jimenez

2018: Rafael Suzuki (3º lugar em Cascavel/PR), Guilherme Salas (6 primeiras etapas), Renato Braga (6ª etapa), Nestor Girolami (7ª e 8ª etapa) e Ricardo Sperafico (9ª a 12ª etapas)

2019: Rafael Suzuki, Pedro Cardoso (8 primeiras etapas), Tuca Antoniazi (10ª a 12ª etapas) e Agustín Canapino (5ª etapa).

Na atual temporada, a Hot Car tem preparado apenas o carro de Tuca Antoniazi, que na rodada de Curitiba/PR, teve o apoio de equipes como a Ipiranga Racing (Andreas Mattheis) e pilotos como Vitor Genz e André Bragantini Jr. nos boxes, diante das dificuldades sofridas com a perda do chefe e os ferimentos sofridos por componentes da equipe. Aliás, a própria etapa recebeu o nome de GP Amadeu Rodrigues, e dentre as homenagens, tivemos o carro de Antoniazi correndo com o nº 2 (tradicional de Amadeu quando era piloto), 1 minuto de silêncio antes da corrida de sábado e as filhas de Amadeu recebendo o troféu de 1º lugar na corrida de sábado, vencida por Thiago Camilo.

Muita luz nessa nova jornada para você, Amadeu! E vida longa para a Hot Car!


Hélio "Pingo" Saraiva - 2002

Giuseppe Vecci - 2003

Geraldo "Mano" Rola - 2006

Popó Bueno - 2007

Juliano Moro - 2008

Mário Romancini - 2008

Norberto Gresse - 2009

Popó Bueno - 2009

Antônio Pizzonia - 2010

Giuliano Losacco - 2011

Eduardo Leite - 2011

Diego Nunes - 2012

Rafael Mattos - 2014

Raphael Abbate - 2015

Fábio Fogaça - 2015

Beto Monteiro - 2015

Mauro Giallombardo - 2015

Felipe Lapenna - 2016

Sérgio Jimenez - 2017

Guilherme Salas - 2018

Renato Braga - 2018

Nestor Girolami - 2018

Tuca Antoniazi - 2020

Agustín Canapino - 2019

domingo, 25 de outubro de 2020

Protótipo Aldee RTT de Marco Scalamandré: Um clássico que continua fazendo história nas pistas

 

Em março de 2019 (confiram no menu lado), tive a oportunidade de contar um pouco da história de um carro de corrida que já protagonizou grandes performances nas pistas brasileiras, sobretudo em Interlagos. Trata-se do Aldee RTT que pertence aos pilotos Marco Scalamandré e Rodrigo Garcia, carro este que já fora utilizado em Mil Milhas Brasileiras e Paulista de Automobilismo, e que atualmente disputa a categoria Gold Classic.

Na segunda etapa do certame, disputada em 11 de outubro deste ano, o grid fora formado por incríveis 52 carros, divididos em 07 categorias, sendo que a geral fora vencida pelo Ford Maverick de Leovaldo Petry, pela soma dos tempos das 02 corridas. Em segundo lugar na geral, ficou o Aldee do qual esse blog é fã, que registrou a melhor marca da prova, com 1m31s371, depois de largar da 3ª posição (tempo de treino: 1m30s900).

Enfim meus amigos, fiquei muito feliz em receber essa notícia do amigo Rodrigo Garcia, que nos mostra que um carro com projeto de cerca de 30 anos de idade pode continuar evoluindo e se manter em alto nível, disputando de igual para igual com carros mais potentes (Maverick, Omega e Mercedes) e mesmo outros com menor peso (Puma, Fusca, Karmann Ghia).


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Ford Escort de João Campos & Cia. em 1988


A 18ª edição da Mil Milhas Brasileiras fora disputada em 23 de janeiro de 1988, no Autódromo de Interlagos. Com o grid formado por 55 máquinas, dentre as quais Opala, Fusca, Passat, entre outros, se destacava o Ford Escort inscrito sob o nº 30, do trio gaúcho Ronaldo Ely/João Campos/Pedro Bartelle.

Cabe lembrar que esse mesmo carro disputou o Campeonato Gaúcho de Marcas e Pilotos de 1987 e 1988, com os dois primeiros pilotos dividindo o comando, sendo que uma das alterações para a prova de longa duração foi a adoção de pneus slick. Porém, a corrida do Escort na pista paulistana terminou durante a madrugada, devido a uma quebra de suspensão, deixando o carro estacionado na curva do pinheirinho até o raiar do dia.



sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Uma disputa em 1965


A VII edição da Mil Milhas fora disputada nos dias 27 e 28 de novembro de 1965, tendo como vencedora a Carretera Chevrolet Corvette da dupla Justino de Maio/Victorio Azallin Filho, que fez frente à poderosa Carretera nº 34 de Caetano Damiani. Na ocasião, Damiani dividiu a tocada com Bica Votnamis.

Na foto abaixo, temos o "embate" entre o Renault 1000 de Clóvis Pereira Bueno/João Batista Caldeira e a Alfa Romeo Giulia 1600 de Emílio Zambello/Marivaldo Fernandes, da Equipe Jolly, sobre a qual ainda devo uma matéria completa a respeito de suas participações em Mil Milhas.

Quanto ao desempenho dos bólidos, o Renault terminou na 13ª posição, com 172 voltas completadas, enquanto a Alfa foi mais longe, ao conquistar a 5ª posição com 182 voltas.

Cabe lembrar que Marivaldo Fernandes era o companheiro de viagem de José Carlos Pace, o Môco, no trágico acidente aéreo que ceifou a vida de ambos em 1977, na cidade de Mairiporã/SP. Já Emílio Zambello faleceu em 15 de janeiro de 2014, aos 88 anos de idade, depois de muitos anos à frente da organização de provas em Interlagos, através do Automóvel Clube Paulista.



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Honda Civic Si 2008 de Luiz Cláudio Leão: Um semi-pista feito de detalhes


O destino do ser humano é um aspecto que causa controvérsias desde que o mundo é mundo. Afinal, nossos caminhos são pré-concebidos, traçados desde o início, ou de fato somos os arquitetos de nossa trajetória? Prefiro acreditar que somos a mistura desses dois elementos, ora agindo, ou cumprindo desígnios maiores.

Mas tem certas coisas que já vêm no sangue, e esse é o caso da paixão de Luiz Cláudio Leão, de 26 anos, por carros, mecânica e esporte a motor. Nascido em Jacksonville, Flórida (EUA), mas criado em nossa capital, suas influências vieram de família, pois seu avô, Sr. Luiz Cláudio Leão (Lulu Leão), sempre se dedicou a modificar os carros e barcos que teve, sendo inclusive um dos primeiros clubistas da Sports Car Club of America, quando morou nos EUA. No mesmo caminho, está seu tio-avô, Sr. Mariozinho Leão, que é colecionador de carros antigos, dono de um acervo de raridades (na sua garagem estão clássicos como: Cadillac Fletwood 2 portas 1959; Rolls Royce Silver Cloud 1962; Rolls Royce Silver Dawn 1953; Bentley S2 1959, Delage D8 1938 e Jensen Intercerptor), e tanto entende do riscado, que é considerado uma enciclopédia do antigomobilismo mundial. E seu pai, Sr. Luiz Paulo Leão, começou a pilotar com 16 anos de idade, tendo participado de inúmeras categorias durante 40 anos de carreira, tais como: Pernambucano de Kart, Divisões 1 e 3, Fórmulas VW e Ford, Spyder Race SP e PE, Copa Corsa e corridas de longa duração.

Nessa família com gasolina no DNA, Luiz Cláudio não poderia ter seguido outro caminho, não é? Tanto o é, que seu pai o ensinou a dirigir cobrando o punta-taco, já na pegada de quem sabe como tirar o máximo que um carro pode proporcionar. Porém, o ponto central dessa matéria não é a família do nosso amigo, assunto este que ficará para uma postagem mais completa adiante, mas sim, o Honda Civic Si de Luiz Cláudio, preparado para andar muito bem, dentro e fora das pistas.

Trata-se de um exemplar ano 2008, adquirido em agosto de 2019 de um amigo irmão seu de Recife/PE, que o havia comprado no ano de 2014. Desde essa época, seu atual proprietário acompanha o desenvolvimento do bólido, sendo que a maior parte das modificações fora feita quando o veículo ainda estava em Recife/PE. Atualmente, o carro conta com 207 HP e 21 kgfm no motor 2.0 16v, além dos seguintes itens:

1. Coletor de escape 4x1 Skunk2 Alpha
2. Escape Skunk2 Megapower R
3. Intake (admissão de ar frio do motor) customizada (réplica da versão de competição da Honda, a Mugen)
4. Coletor de admissão RSP (da versão do Honda Civic Type R europeu)
5. Bicos injetores Grams, com 650cc de vazão
6. Bomba de combustível Walbro 455
7. Velas grau 9
8. Injeção eletrônica de combustível acertada por sistema Hondata, para rodar no etanol
9. Alavanca de câmbio short shifter
10. Cilindro mestre de embreagem preparado
11. Conjunto de freio completo do Honda CRV, que conta com pastilhas de composto agressivo e linhas de freio com malha de inox, por onde passa o fluído apropriado para altas temperaturas
12. Buchas de poliuretano em toda a suspensão, que conta com molas Tein (de maior carga) e amortecedores trabalhados
13. Rollcage (gaiola de proteção) intermediária
14. Barra anti-torção dianteira
15. Bancos concha com cintos de segurança de 05 pontos
16. Prisioneiros de roda forjados, da ARP
17. Espaçadores de 15 mm na dianteira
18. Sonda lambda Wideband
19. Lungnuts (porcas de roda) forjados

Na parte estética, o Honda prata conta com rodas do Mitsubishi Lancer Evolution VII, faróis padrão norte-americano, com setas na cor âmbar, além de emblemas vermelhos da montadora (originalmente da linha Type R). Para o futuro, estão planos de desenvolvimento da suspensão, mediante a utilização de braços traseiros superiores regulares, para acertar a cambagem das rodas, e instalação de barras estabilizadoras com maior espessura.

No motor, a ideia é mantê-lo aspirado, mas com modificações como instalação de bomba de óleo da versão Type R (por trabalhar bem até 9000 rpm e diminuir a resistência no conjunto mecânico, por não ter os eixos balanceadores, diferentemente da bomba de óleo original), alívio do volante do motor, comando de válvulas "drop in" e relação final do diferencial encurtada, com a 6ª marcha do Type R e eliminação do overdrive, deixando a relação muito mais agressiva. No mês de agosto, o Civic foi levado para correr em um evento de trackday disputado no Kartódromo Paladino, em Conde/PB, tendo registrado o tempo de 1m07s3, na segunda bateria. Com as próximas alterações, o objetivo é chegar na casa de 1m05. 

Pois bem, caro leitores, hoje contamos a história de um carro que embeleza e faz sucesso nas ruas de Maceió/AL, cujo dono é um aficionado por automobilismo e mecânica desde criança, e que não poderia deixar de fora deste espaço. Fiquem com algumas fotos retiradas do Instagram (@garagemdoleao) de seu dono:





domingo, 6 de setembro de 2020

Opala Hot Car na Mil Milhas de 1990


No início dos anos 80, a extinta categoria Divisão 3 fora reeditada sob a denominação Hot Car. As provas eram disputadas regularmente em Interlagos, porém, houve rodadas no saudoso Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro/RJ. Eram Opalas, Gol's e Passat's com forte preparação mecânica e modificações na carroceria (lataria substituída por fibra de vidro, pneus mais largos, etc), visando a diminuição de peso e ganho aerodinâmico.

Em 1990, o Chevrolet Opala nº 81 do trio formado por Roberto Breitenweser, Osvaldo Batiston Filho e Archimedes Esperidião, fora preparado para disputar a divisão Hot Car da Mil Milhas Brasileiras, que na ocasião, utilizava pela primeira vez o atual traçado de Interlagos, após as reformas que visaram trazer a Fórmula 1 de volta à São Paulo/SP. Na prova, o bólido amarelo alcançou a 12ª posição, com 309 voltas completadas, em um grid formado por 49 carros, dos quais, apenas 16 cruzaram a linha de chegada.







domingo, 23 de agosto de 2020

Protótipo Tango Opel em 1999


No ano de 1999, por conta das indefinições decorrentes das obras da Fórmula 1 em Interlagos, o promotor da prova à época, Antônio de Souza, optou por realizar a 28ª edição no Autódromo Internacional de Curitiba,. E esta acabou sendo a segunda ocasião em que a Mil Milhas fora disputada fora do seu palco natural, pois a 1ª fora em 1997, no Autódromo Nelson Piquet, em Brasília/DF.

Naquele ano, um dos favoritos da prova era o Protótipo Tango Opel 2.0 do trio Tom Stefani/Athos Diniz/Délcio Correia, inscrito com o nº 1 em virtude da vitória de Stefani no ano anterior, a bordo de um outro protótipo, neste caso, um AS-Vectra 2.0. Tanto é, que o carro nº 1 registrou a pole position e liderava a prova faltando 16 voltas para o final, quando o estouro do motor pôs fim à participação do trio. Porém, as 417 voltas foram suficientes para deixá-lo na 4ª posição.

Na foto, o registro de uma das paradas no boxe, no início da manhã.



domingo, 9 de agosto de 2020

DKW de Eugênio Martins e Christian Heins em 1959


Nos primórdios da história da prova Mil Milhas Brasileiras, o DKW foi um dos bólidos mais utilizados por pilotos que não dispunham das poderosas carreteras com motor V8. Carro pequeno, com motor de apenas 03 (três) cilindros, mas com vantagem nas curvas em relação aos mais potentes, foi conduzido por grandes expoentes do nosso automobilismo, sobretudo em início de carreira.

Um exemplo disso foi o DKW inscrito sob o nº 18 na prova de 1959, sob o comando da dupla Eugênio Martins e Christian Heins, com o apoio e preparação da Serva Ribeiro, revendedora da marca em São Paulo, que deu origem à equipe Vemag algum tempo depois. Cabe ressaltar que a dupla, já em 1959, tinha seu nome gravado na história da competição, pois em 1956, alcançaram o 2º lugar na classificação geral em um VW equipado com motor Porsche 1500 cc, fazendo frente às carreteras com o quádruplo da sua potência.

A carreira de ambos durou até o ano de 1963, tendo Eugênio decidido parar de correr para se dedicar ao cargo de Chefe da Divisão de Relações Públicas da Willys Overland do Brasil. Já Heins, teve sua vida ceifada no triste acidente ocorrido nas 24 horas de Le Mans daquele ano.



domingo, 26 de julho de 2020

Audi TT-R da Equipe Medley/Mattheis


Após a 29ª edição, disputada em janeiro de 2001, a Mil Milhas Brasileiras iniciou uma fase de evolução que culminou em grids lotados e máquinas de alta performance, algumas delas nunca vistas em nossas pistas. Um exemplo disso foi o Audi TT-R da família Negrão, que disputou as provas de 2004 e 2005. E é sobre esse bólido que vamos falar hoje no blog.

Trata-se do exemplar utilizado pelo francês Laurent Aïello na temporada de 2002 do DTM, o conhecido Campeonato Alemão de Turismo, que no ano seguinte, foi utilizado pelo futuro campeão do certame Martin Tomczyk (2011). No fim de 2003, o carro foi mandado para o Brasil, estreando em nossas pistas na 32ª edição das Mil Milhas, disputada no aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo, em janeiro de 2004.

Nos treinos, o bólido alemão registrou a 2ª melhor marca, com o tempo de 1min36s211, atrás apenas do Protótipo ZF Chevrolet, que seria seu principal rival nos anos em que esteve no Brasil. Na prova, terminou na 45ª posição, com 164 voltas completadas, após uma batida causada por problemas nos freios. Naquela edição, o Audi ainda ostentava a pintura vermelha e prata da temporada anterior do DTM, sendo que a tocada ficou com a família Negrão (Xandy, Xandinho e Guto).

O ano de 2004 ainda reservou muitas vitórias para a equipe, no campeonato brasileiro de endurance daquele ano, sendo que a principal delas foi nos 500 km de Interlagos. Na ocasião, registrou o tempo de pole em 1min31s5, marca esta que foi a melhor do ano até então no circuito, superada apenas pela Fórmula 1. A vitória veio com 04 voltas de vantagem sobre o Protótipo ZF. Outra vitória de destaque naquele ano foi nos 1000 km de Brasília.

Após vencer o Endurance de 2004, o Audi fora inscrito na Mil Milhas de 2005, depois de passar por alterações mecânicas que lhe conferiram maior confiabilidade, como câmbio com trocas no volante (borboleta) e freios ABS com disco de carbono, aliadas ao forte motor V8 4.0, com cerca de 450 cavalos. Nos treinos, que foram prejudicados pela insistente chuva que caiu naqueles dias em São Paulo, o bólido alemão ficou no 3º lugar no grid, com o tempo de 1min33s429.

Cabe lembrar que para aquela prova, a família Negrão convidou o então campeão da Stock Car, Giuliano Losacco, para disputar a prova em quarteto. Naquele ano, Losacco faria a mudança da RC Competições para a Medley Mattheis, na qual conquistou o seu 2º título na categoria. Já na disputa, o Audi tomou a liderança logo no início, após a largada com chuva e Xandinho Negrão ao volante. O duelo com o Protótipo ZF durou várias voltas, mas ao final, a vitória veio com 08 voltas de vantagem para o 2º colocado (o ZF novamente!).

A verdade é que esse carro andava muito bem, tanto na chuva como no seco, e o esquema profissional da equipe ajudava muito nas performances em provas de longa duração. A exceção foi os 1000 km de Brasília, quando um problema no alternador fez com que Guto Negrão e Losacco perdessem 31 voltas nos boxes, enquanto lideravam a prova após largarem na 2ª posição. Outro registro importante foi nos 500 km do Rio de Janeiro, quando uma capotagem nos treinos quase alijou o alemão da disputa. Porém, mesmo largando da última posição, Xandy Negrão e Losacco venceram a prova, após um duelo com o Protótipo ZF, que teve de abandonar em virtude do superaquecimento do motor. Mesmo com a capotada no dia anterior, o Audi rodou como um relógio suíço!

O carro era um dos grandes favoritos para a Mil Milhas 50 anos, disputada no dia 21 de janeiro de 2006. Porém, em virtude de mudanças no regulamento, Xandy Negrão resolveu não participar da prova, pois seria necessária a colocação de lastros no carro para atingir o peso mínimo estabelecido, medida esta que fora desaconselhada pelos técnicos da fábrica.

Certamente, o Audi TT-R da família Negrão foi um carro que registrou seu nome na história do automobilismo brasileiro, sendo protagonista de várias vitórias em provas de longa duração, além de ser dono de uma beleza marcante.