"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Maverick "Tubarão Branco" de arrancada da Powertech


Faz tempo que não falamos sobre arrancada nesse blog. Então, no retorno da categoria à nossa pauta de assuntos, vamos relembrar um bólido que teve vida curta nas pistas, mas que impressionou pela sua estrutura e, sobretudo, pela força descomunal de seu motor.

Estamos falando do Maverick Pro Mod construído pela equipe Powertech de Curitiba, com larga experiência nas competições automobilísticas, inclusive na Stock Car Brasil. O bólido em questão, apelidado de "tubarão branco", fora construído em meados de 1996, e conta com chassi tubular em cromo-molibdênio e carroceria feita em fibra de vidro e de carbono, o que garante o baixo peso e resistência no caso de impactos.

Após vários anos parado, o piloto André Takeda alugou o carro e instalou nele a mecânica derivada de seu dragster, um motor Chevrolet V8 small block 6.2 litros, sobrealimentado por um blower regulado para 2.7 kg de pressão, o que resultava na potência aproximada de 1.700 cavalos, domada por um câmbio poweglide automático de 03 marchas.

A reestréia aconteceu durante o 11º Festival Força Livre de Arrancada, disputado na reta do Autódromo Internacional de Curitiba entre 25 e 28 de novembro de 2004. O Maverick chegou a andar na casa dos nove segundos, porém tal marca não refletiu o poder de fogo do carro, visto que era impossível mantê-lo em linha reta durante os 402 metros de puxada, tamanha a força do motor! No ano seguinte, André Takeda ainda registrou algumas participações no campeonato paranaense, porém os problemas com o acerto do carro fizeram com que o projeto fosse abortado.






quarta-feira, 5 de abril de 2017

Alfredo Guaraná Menezes (1952 - 2017)


Foi com pesar que no último dia 26 o automobilismo brasileiro recebeu a notícia do falecimento piloto Alfredo Guaraná Menezes Júnior, uma das figuras mais simpáticas e de grande caráter que já existiu em nosso esporte a motor. Depois de uma internação que já durava mais de 03 (três) meses, para tratar problemas decorrentes de cirrose hepática, que o colocaram na fila de espera por um transplante de fígado, Guaraná não resistiu a um infecção generalizada e ruptura de hérnia, que culminaram na falência múltipla de órgãos, levando-o a óbito por volta das 11h30min do domingo.


Sem sombra de dúvidas foi um dos maiores nome do nosso automobilismo, e sua carreira só não alçou voos ainda mais altos por simples falta de esquemas de corrida mais estruturados, que lhe dessem condições de mostrar o seu talento, o que, diga-se de passagem, ele tinha de sobra. No Brasil, fora bicampeão da Fórmula Super Vê (1978 e 1979), sendo o grande rival de Nelson Piquet antes do futuro tricampeão de Fórmula 1 partir para a Europa. Porém, sua marca mais expressiva, em caráter internacional, foi o 2º lugar na categoria e 7º na classificação geral obtidos nas 24 horas de Le Mans de 1978, a bordo de um Porsche 935/77 3.0L Turbo, formando trio com Paulo Gomes e Marinho Amaral, depois de largarem na 23ª posição.

Ainda teve fôlego para em 1981 ser campeão brasileiro da Fórmula 2, antes de disputar provas na Stock Car pela equipe montada pelo pai do piloto Hélio Castroneves, bem como da Fórmula Chevrolet, em seus primórdios, nos anos de 1994 e 1995.

Sua história nas Mil Milhas Brasileiras começou em 1973, quando obteve o 5º lugar em um VW Divisão 3, atrás somente dos grandalhões Maverick e Opala, dividindo a pilotagem com Luigi Giobbi. Porém, sua performance final merece algumas explicações. Guaraná chegou a ocupar a 2ª colocação, porém teve um para-brisa quebrado e depois a embreagem. Quando restavam 07 voltas para o final, rodou na curva da ferradura, o que fez com que perdesse a 4ª posição, terminando com 06 voltas de desvantagem para os vencedores, Bird e Nilson Clemente.

Na prova seguinte, disputada em 1981, teve seu melhor resultado, ao alcançar a 3ª posição na geral, com um Opala Stock em trio com Paulo Valiengo e Aldo Pugliese, apenas 03 voltas atrás dos vencedores, os irmãos Giaffone e Chico Serra, que igualmente correram de Opala.

As últimas participações de Guaraná nas Mil Milhas ocorreram nos anos de 2001 e 2002, sendo que no primeiro ano correu de BMW, terminando na 9ª posição geral e 1ª na classe 2, enquanto que em 2002 fora inscrito no Lister Storm de Alcides Diniz, que completou apenas 11 voltas, abandonando por conta de problemas com os pneus, bem como na BMW M3 da mesma equipe, que chegou a completar somente 48 voltas.

Suas últimas corridas foram 02 etapas (4ª e 9ª) da temporada 2006 da Stock Light, quando correu em Interlagos para conhecer melhor o carro de sua própria equipe, que na época era pilotado por Cadu Pasetti.

Que descanse em paz e siga sua nova jornada, Guaraná!