"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

sexta-feira, 24 de março de 2023

Reinaldo Campello (1945 - 2023)

Faleceu na última terça-feira, 21 de março, o piloto paulistano Reinaldo Antônio Campello de Luca, um dos nomes responsáveis pelo nascimento (e crescimento) da categoria Stock Car Brasil. Campello nasceu em 05 de janeiro de 1945, e começou sua carreira em 1973, correndo de Opala nos certames Divisão 1 e 3, sendo que o primeiro se tornou monomarca no ano de 1979, dando origem à conhecida Stock Car.

Foi um dos 10 pilotos que alinhou no grid de largada da 1ª etapa da categoria, disputada em 22 de abril de 1979, tendo terminado na última posição, com apenas 08 (das 32 totais) voltas completadas, a bordo do Chevrolet Opala preparado pelo ex-piloto Tôco Martins. Entre 1979 e 1986, disputou 69 corridas no total, tendo obtido 03 vitórias (Interlagos 1980 e 1982, e Guaporé, em 1981), 06 pódios, 06 pole positions e 05 voltas mais rápidas. Suas melhores posições na classificação final do campeonato foram registradas em 1981 e 1982, quando terminou na 5ª posição.

Muito mais significativos do que os resultados obtidos na pista, foram as ações de Campello para que a categoria tivesse retorno de mídia e destaque no cenário nacional - e até mesmo internacional. Junto com o piloto português Pedro Queirós Pereira (mais conhecido como Pequepê), foi um dos grandes responsáveis por levar a Stock Car a Portugal em 1982, no Torneio Grão-Pará, composto por 02 corridas disputadas no circuito B de Estoril (ambas vencidas por Paulo Gomes). Além disso, contando com o apoio da General Motors e principalmente da Rede Bandeirantes, conseguiu proporcionar ao automobilismo nacional destaque até então nunca visto na TV aberta, mediante suas ações como diretor de esportes da emissora paulistana.

Nas Mil Milhas Brasileiras, registrou sua primeira participação no ano de 1973, ao terminar na 53º posição, dividindo o GM Opala nº 21 com Fausto Dabbur (completaram apenas 18 voltas). Em 1984, obteve sua única vitória na prova, formando trio (fez 02 stints no carro vencedor) com Zeca Giaffone e Maurizio Sala. Aquela corrida começou tensa para o trio, pois um problema numa das rodas fez com que perdessem 12 minutos nos boxes, o que representava na época, uma desvantagem de cerca de 03 voltas.

Porém, com as quebras dos principais adversário, que teimavam em adotar a estratégia de andar forte o tempo inteiro, o Opala nº 12 foi progredindo na tabela de classificação até alcançar a vitória, com a pequena vantagem de 34 segundos, tendo em vista que a prova teve 13h12min37s de duração, para o segundo colocado, o Opala da dupla Alencar Jr. e Friedrich. Cabe lembrar que Campello também disputou a prova em outro Opala, inscrito sob o nº 11, dividido com Edgard Mello Filho (abandonou após acidente).

Essa não foi a sua primeira vitória em provas de longa duração, pois em 1974, venceu na pista as 25 horas de Interlagos, formando trio com o estreante Ingo Hoffmann e o piloto de F1 Wilson Fittipaldi Jr. Após largarem na 9ª posição, alcançaram a liderança nas primeiras horas, tendo vencido a prova com 03 voltas de vantagem para o Ford Maverick de Aloysio Andrade Filho, Laércio dos Santos e Mário Ferrari Neto

Na ocasião, o Chevrolet Opala estreava o motor 6 cilindros 250s  (com comando de válvulas modificado), aumentando ainda mais a disputa com o Ford Maverick V8. Porém, esse foi um ponto de grande polêmica, pois para que um carro de corrida fosse homologado pela CBA, era necessário que 1.000 unidades estivessem disponíveis para o mercado, o que o Opala "envenenado" não dispunha na ocasião. Após disputar a prova por força de medida liminar requerida por Campello na justiça comum, os Opalas com o novo motor acabaram sendo desclassificados um mês depois da corrida, não sem antes terem ocorrido muitas discussões no âmbito do CTDN - Conselho Técnico Desportivo Nacional.

Muita luz e paz para você nessa nova etapa da vida.


Opala vencedor das Mil Milhas de 1984 recebendo a bandeirada


Pódio da prova de 1984

Stock Car - 1981

Divisão 3 - Com o patrocínio da Concessionária Chevrolet Itacolomy, da qual fora diretor

Vitória nas 25 horas de Interlagos de 1974, em trio com Ingo Hoffmann e Wilson Fittipaldi Jr.

Stock Car - 1981

domingo, 19 de março de 2023

E os outros Porsches de 1993?

Sabemos que em 1993, foram trazidos 02 (dois) Porsches da equipe Konrad Motorsport para disputar as Mil Milhas Brasileiras daquele ano. Um deles, inscrito sob o nº 4, venceu a prova, enquanto o modelo inscrito sob o nº 1, abandonou a prova após rodar e bater na reta dos boxes. Essa histórias, com maiores detalhes, vocês podem conferir no menu ao lado (tanto pelo ano da prova, quanto pelo assunto Porsche).

Só que naquele ano de 1993, outros 02 (dois) Porsches foram inscritos na prova, de fabricação nacional. Trata-se das réplicas do 500 spyder e do 914, com preparação bem conhecida pelos amantes de provas longas.

O 550 Spyder nº 42 fora construído pela Chamonix, empresa nacional de renome pela qualidade de suas réplicas, sobretudo do 550 e do 356, e contava com motor AP 1.6 litros, com cerca de 130 cavalos de potência. A preparação incluía carburadores Weber de corpo duplo e bomba elétrica de combustível, enquanto a pilotagem ficou sob a responsabilidade do trio Amaury Sciola, Paulo Casarolli e “Fininho”. A resistência e constância do pequeno conversível foram suficientes para levá-lo à 10ª posição na geral, com 333 voltas completadas.

Já o 914 tinha motor e suspensão derivados do Volkswagen Santana, sendo pilotado pelos pilotos Toninho Oliveira, Massimo Pedrazzi (ítalo brasileiro, que compete até hoje com Porsche em provas de clássicos na Europa) e Walter "Tucano" Barchi. Infelizmente não obtive maiores informações a respeito da colocação final deste carro.











domingo, 5 de março de 2023

VW Speed 1600 - 1989

Alinhar em um grid formado por 75 carros de variadas categorias e respectivas potências, à meia-noite, no circuito de Interlagos, no ano de 1989, não é para qualquer piloto. E se essa empreitada for em um VW Fusca, com preparação da categoria Speed 1600, a "brincadeira" fica melhor ainda.

In casu, estamos falando do exemplar inscrito com o nº 79, cuja pilotagem ficou sob a responsabilidade do trio Alceu Luiz Almeida/Sérgio Mateu/Fernando Vizoni, de São Paulo-SP. Por um erro de cronometragem, conforme narrado pelo piloto Alceu Almeida em postagem no facebook, o valente VW terminou na 22ª posição na geral e em 2º na categoria Speed 1600, com 170 voltas completadas, quando deveria ter terminado na 21ª (na geral e em 1º na categoria), à frente do VW de José Geraldo Kawabe/Stanley Wesler/Francisco Bianco.