"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Porsche 910 de Mario Olivetti e José Moraes nas Mil Milhas de 1970


Dentre os franco favoritos para a vitória na X edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada em 22 de novembro de 1970, certamente estava o Porsche 910 2000 cc nº 65, conduzido na ocasião por Mário Olivetti e José Moraes. Porém, em que pese a máquina alemã ser flagrantemente superior à maioria dos outros bólidos do grid, além de não ter apresentado qualquer problema durante as quase 13 horas de corrida, a tocada extremamente cautelosa dos pilotos o deixou mesmo na 2ª posição, com 03 voltas a menos que os vencedores, Alcides e Abílio Diniz, a bordo de uma Alfa Romeo GTAM.

Para se ter uma ideia da diferença de potência entre os bólidos, enquanto a Alfa Romeo alcançava cerca de 230 km/h de velocidade máxima, o Porsche chegava a 270 km/h. Por certo, caso o alemão tivesse sido mais exigido na prova, levaria aquele troféu sem maiores problemas. Já no ano seguinte, o 910 foi vendido para a então estreante Equipe Z (posteriormente Hollywood), ficando com o vice-campeonato brasileiro de viaturas esporte, nas mãos de Francisco Lameirão e Luiz Lian Duarte, após vencer as 6 horas de Interlagos e os 300 km de Tarumã.





quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O Piloto Affonso Giaffone Neto


Nascido na cidade de Santos, em 06 de abril de 1968, Affonso Giaffone Neto, o Affosinho, vem de uma família cuja importância para o automobilismo nacional dispensa comentários.

Em 1990, fez sua estréia na Fórmula 3 Sulamericana, quando venceu a 4ª etapa do campeonato, disputada em Goiânia. Naquele ano, disputou 11 das 12 corridas, tendo terminado na 5ª posição na classificação final, com 25 pontos, 1 pole e 2 pódios, além da supracitada vitória.

Já no ano seguinte, sagrou-se campeão da categoria, com 05 vitórias e outros 02 pódios, a bordo de um Ralt - Volkswagen. Em 1992, teve uma atuação destacada, pois venceu 02 corridas e conquistou outros 04 pódios, finalizando o campeonato na 3ª posição. Porém, as ótimas atuações dos anos anteriores não se repetiram em 1933, sobretudo em razão de não ter disputado a temporada completa da categoria.

No ano de 1995, sua carreira tomou um novo rumo, quando disputou o campeonato da Indy Lights nos EUA. E foi uma grande temporada para o piloto, pois das 12 corridas da temporada, marcou pontos em 10, foi 2º lugar em 04 etapas (Nazareth, Milwaukee, Portland e Laguna Seca) e 3º na classificação final, atrás do campeão Greg Moore (que venceu 10 corridas) e do vice Robbie Buhl. Foi eleito ainda o estreante do ano (rookie of the year).

O passo seguinte naturalmente foi a categoria principal dos monopostos nos EUA, que no ano de 1996, fora cindida, dando origem à IRL e Champ Car (CART). Neste ano, a IRL tecnicamente teve dois campeões, visto que o campeonato de 1996 teve Buzz Calkins como campeão, após a realização de 03 etapas (incluindo as 500 Milhas de Indianápolis), enquanto que entre 1996 e 1997 fora disputada uma outra temporada, tendo Tony Stewart como campeão.

Nesta temporada, Giaffone disputou 07 das 10 etapas e terminou o campeonato na 16ª posição, a frente de pilotos como Kenny Bräck e Scott Sharp. Ainda, foi o 2º melhor estreante do ano, atrás apenas do norte-americano Jim Guthrie. Seu melhor resultado fora o 4º lugar obtido no Charlotte Motor Speedway.

Porém, sua carreira nos EUA terminou já no ano seguinte, quando não se classificou para a 1ª etapa, cuja classificação fora cancelada em virtude da chuva torrencial que caiu naquele dia. Por tal motivo, as posições do grid foram definidas de acordo com a pontuação de entrada, sendo limitadas a 28 carros, enquanto algumas vagas foram definidas por meio de sorteio. E dessa vez Giaffone não teve sorte.

De volta ao Brasil, disputou as 05 primeiras corridas da temporada 2000 da Stock Car, como companheiro de box de Chico Serra, na equipe de Washington Bezerra, então campeã, e que conquistaria o título novamente naquele ano (e em 2001). Seu melhor resultado foi o 4º lugar obtido em Guaporé, 2ª etapa do campeonato. No ano seguinte, fez as 04 primeiras corridas pela equipe AOL, junto a Nonô Figueiredo, tendo conquistado como melhor resultado o 4º lugar em Curitiba. E ainda teve tempo de conquistar a pole position da etapa disputada no anel externo de Goiânia.

A última participação de Affonso Giaffone Neto em competições automobilísticas ocorreu em 2008, quando dividiu a pilotagem de um Dodge Viper GTS com Amílcar Colares, em uma das rodadas duplas do GT3 Brasil, disputada em Interlagos.


Campeão da F3 Sudam em 1991 - Foto retirada do blog de Leandro Sanco

IRL em 1997



terça-feira, 10 de outubro de 2017

Série Nomes que fizeram/fazem a história da Stock Car - Parte XIV: Camilo Christófaro Júnior


Prosseguindo na série sobre os pilotos que escreveram seu nome na história da Stock Car, falaremos hoje de um piloto com sobrenome histórico no esporte a motor do Brasil. Trata-se de Camilo Christófaro Júnior, o Camilinho, filho do lendário Lobo do Canindé.

Sua história nas pistas começou em meados de 1973, nas provas de estreantes disputadas em Interlagos. Na Stock, fez sua estréia em 1979, mais precisamente na 8ª etapa, disputada em Interlagos, no dia 30 de setembro. Ao final da temporada, marcou 7 pontos.

Ausente entre as temporadas de 1980 e 1982, voltou à categoria em 1983, na 3ª etapa daquele ano, disputada em Interlagos. O saldo daquele ano foram 11 pontos marcados. Entre idas e vindas na categoria, disputou 33 provas, tendo como melhores resultados o 2º lugar conquistado em Interlagos e o 3º lugar em Guaporé, na temporada de 1993, quando correu em dupla com Paulo Gomes e terminou o campeonato na 6ª posição. A sua última prova na categoria fora a 1ª etapa de 1994, disputada em Goiânia, novamente em dupla com Paulão Gomes.

Em se tratando de Mil Milhas, o desempenho de Camilinho se mostra bem mais destacado. Foram várias participações, sendo a primeira em 1981, quando obteve o 6º lugar na geral, formando trio com José Carlos Dias e Cláudio Dudus na condução do Opala nº 17. Dentre as demais participações, sempre de Chevrolet Opala, podemos destacar:

1983 - 3º lugar, com José Munhoz e Américo Bertini;
1984 - 3º lugar, com José Bel Camilo e Américo Bertini;
1985 - 3º lugar, com Neimer Helal e Américo Bertini;
1989 - 3º lugar, com seu pai, Camilo Christófaro e Américo Bertini.

A última participação de Camilo em uma Mil Milhas ocorreu em 1994, quando disputou a prova em dois carros, um Opala, repetindo o trio de 10 anos antes (com José Bel Camilo e Américo Bertini) e no estreante Omega, com Dudu Pimenta e José Barreiro. O Opala terminou na 7ª colocação, com 323 voltas completadas, enquanto o Omega terminou em 10º, com 321 voltas.

A partir de então, passa a se dedicar totalmente à sua equipe, a Escuderia Lobo, que durante muito tempo disputou provas na Stock Light e no Paulista de Super Stock, enquanto que em meados de 2012, passou a chefiar a equipe oficial da Iveco na Fórmula Truck. Com os brutos, fora campeão brasileiro e sul-americano em 2013 com Beto Monteiro, e em razão da cisão da categoria, passou neste ano para a Copa Truck, quando venceu a Copa Centro-Oeste (torneio intermediário, formado pelas etapas de Goiânia e Campo Grande), novamente no apoio a Beto Monteiro.