"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 21 de outubro de 2014

As Mil Milhas Brasileiras de 1997



Com o fiasco da prova de 1996, que foi realizada no mês de abril, logo após o GP de F1, a organização da Mil Milhas buscou dar um novo gás à prova. Tendo em vista que a data tradicional da prova (mês de janeiro) não estava mais sendo liberada – em virtude das obras necessárias para a etapa da F1 – a alternativa foi levar a prova para outra praça, neste caso, o Autódromo Internacional Nelson Piquet, na Capital Federal.

A prova foi realizada no dia 19 de janeiro, e teve um grid fraco para os padrões históricos – apenas 25 carros participaram. Em suma, o grid foi formado por competidores tradicionais, como Opalas, Omegas, Corsas e protótipos variados (Aldee RTT, AS-Vectra e Espron). Mas, evidentemente, os bólidos mais fortes eram o Porsche 911 GT2 da equipe Stuttgart e o McLaren F1 BMW de Nelson Piquet (Team Bigazzi).

A pilotagem do modelo alemão – impulsionado por motor 3.6 Boxer seis cilindros biturbo de 480 cavalos – ficou por conta do trio André Lara Resende (vencedor em 1996 e 2001), Maurizio Sala (vencedor em 1984) e Régis Schuch (vencedor em 2001 e 2002). Quanto ao McLaren, que foi pilotado pelo trio Piquet, Jhonny Cecotto (VEN) e Steve Soper (ING), basta lembrar que era o carro mais rápido (até 2005) e mais caro do mundo na época, com motor BMW V12 de 670 cavalos, câmbio de 6 marchas e aerodinâmica e estabilidade suficientes para torná-lo um foguete tanto nas retas quanto nas curvas.

Não foi surpresa quando o trio Nelson/Cecotto/Soper conquistou a posição de honra no grid de largada (pelas mãos de Nelson Piquet). A prova foi um verdadeiro passeio para Piquet & Cia, que não tiveram problemas nas mais de 10 horas de corrida (a largada foi dada às 09:30 da manhã), vencendo-a com a impressionante vantagem de 21 voltas para o Porsche, registrando também a melhor média de velocidade da prova até então (159,587 km/h).


Os 10 melhores colocados:

1º McLaren GTR BMW N° 1 Nelson Piquet, Jhonny Cecotto e Steve Soper DF/VEN/ING – 294 voltas
2º Porsche 911 André Lara Resende, Régis Schuch e Maurizio Sala – 273 voltas
3º AS Vectra Athos Diniz, Vitor Meira e Alex Bachega – 260 voltas
4o Aldee RTT Laércio Justino, Ananias Justino e Maurício Veiga GO – 254 voltas
5o Aldee RTT Ricardo Heráclio e Amadeu Barbosa DF – 252 voltas
6o VW Voyage/Japamóvel João Noboru Mitta, Beto Borghesi e José Ricardo PR – 250 voltas
7o Aldee RTT Frederico Fungaro Júnior e Gilberto Gaspar DF – 247 voltas
8o Aldee RTT Nº 9 Suzane Carvalho e Delfina Frers (BRA-RJ e ARG) – 247 voltas
9o Protótipo Berga/VW José Parra e Márcio Sciola SP – 238 voltas
10o Aldee RTT Juscelino Sarkis, Lairton Miranda e Rossini Silva PR – 237 voltas

Outros carros:


15º BMW 320i nº 5 Luiz Caland e Luiz Felipe Calmon
19º - Espron BMW nº 19 Ruyter Pacheco, Leo Faleiro e Sandro Ferrari
21º - BMW 320i nº4 Renato Constantino e Gustavo Mendes
Corvette ZR1 6.0 – Dimas de Melo Pimenta Filho, Rodrigo Pimenta e Dimas de Melo Pimenta III – 27 voltas (quebra da transmissão).



O pelotão formado por Aldee RTT, Opala, Omega e Corsa


Porsche da Equipe Stuttgart - Foto do arquivo de Ivo Snelwar

Detalhe do McLaren F1 BMW de Piquet & Cia.

Aldee da dupla feminina Suzane Carvalho e Delfina Frers


sábado, 11 de outubro de 2014

Miniaturas p/ a coleção VW 1:64: Passat Variant e Tiguan


Já faz um certo tempo que não posto nenhuma miniatura da coleção de Volkswagen's que estou formando faz uns 02 anos. Então, hoje posto aqui mais duas minis que chegaram recentemente, um Passat Variant e um Tiguan, da marca alemã Siku. Ambos abrem as portas e foram fabricados na escala 1:55, o que de fato os tornam maiores que os demais, porém, não é algo tão destoante. Vamos às fotos:






quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Nomes que fizeram/fazem a Stock Car Brasil - Parte IV: Raul Boesel e Antônio Jorge Neto


Hoje temos mais dois nomes para integrar a série sobre pilotos que fizeram e ainda fazem (não só como piloto, mas como dono de equipe, consultor e outras funções) parte da Stock Car. São eles Raul Boesel e Antônio Jorge Neto.

Raul Boesel: Raul de Mesquita Boesel, curitibano nascido no dia 04 de dezembro de 1957, foi um dos grandes pilotos brasileiros na década de 80, sobretudo, tendo como maior conquista o título do Campeonato Mundial de Sport-Protótipos de 1987. Digo que foi um grande piloto porque desde a vitória na Mil Milhas de 2008, ele está aposentado, pilotando apenas as suas pick-ups como DJ. Boesel começou no Kart, tendo conquistado o título de Campeão Paranaense antes de estrear nas categorias de turismo. Em 1979, fez parte do time de pilotos que disputou a temporada de estreia da Stock Car Brasil, conquistando 03 vitórias - Tarumã, Goiânia e Cascavel -, suas únicas na categoria. Conquistou também 01 pole position naquele ano e foi eleito o piloto revelação, com a 4ª colocação na classificação final.  Nesta temporada, seu carro foi preparado pelo Rosinei Campos, o Meinha, ainda no início de sua brilhante carreira.

No ano seguinte, se mudou para a Inglaterra para disputar a Fórmula Ford, e em 1981 a Fórmula 3. Posteriormente, disputou provas na F1 pelas equipes March e Ligier, assim como fez carreira nos monopostos norte-americanos, com 13 participações nas 500 Milhas de Indianápolis - o melhor resultado foi o 3º lugar em 1989 - e várias temporadas na Fórmula Indy/Cart.

De volta ao Brasil em 2001, Boesel voltou a disputar a Stock Car, que naquele ano passava a correr com motores V8. No ano de estreia, os melhores resultados foram um 2º lugar em Jacarepaguá/RJ e um 3º em Interlagos/SP. Em 2002, Boesel disputou apenas 04 corridas pela categoria, pois teve que conciliar suas participações na V8 com a retomada da carreira nos EUA. Marcou 07 pontos.

Em 2003, Boesel passou a correr com a equipe Boettger Competições, e teve David Muffato como companheiro de equipe, que ao final da temporada se sagraria campeão. Neste ano, Boesel subiu ao pódio 02 vezes, com o 2º lugar em Campo Grande e o 3º lugar em Curitiba e conquistou 02 poles - Campo Grande e Curitiba -. No ano seguinte, foi 2º lugar por duas vezes -Tarumã e Londrina -, conquistou 01 pole - em Interlagos -  e acabou terminando o campeonato na 6ª posição, à frente do então campeão, Muffato.

Com a saída da Repsol, principal patrocinadora da equipe Boettger, Boesel ficou sem carro, e acabou acertando com a equipe Rio Racing para 2005. Mas a temporada não foi das melhores, e ele terminou o campeonato na 27ª posição, com 19 pontos marcados.

O ano de 2006 marcou a despedida de Raul Boesel da Stock Car, a qual disputou pela equipe WB Motorsport. A temporada foi um desastre, pois não chegou a marcar um só ponto.

Estatísticas:

Vitórias: 03 (Tarumã, Goiânia e Cascavel em 1979)
Poles: 04
Pódios: 09
Melhores voltas: 02
Corridas Disputadas: 68
Temporadas: 1979; 2001 - 2006.
Equipes em que correu: Sprint Racing. Boettger Competições, Rio Racing e WB Motorsport. 

1979


2001


2002

2003

2005


Antônio Jorge Neto: Multicampeão no motociclismo, Antônio Jorge Neto nasceu na cidade paulista de Serra Negra, em 05 de agosto de 1963. Com ótima experiência nos carros de turismo - foi 4 vezes vice-campeão na Copa Fiat, categoria A - nos anos 90, Netinho estreou na Stock Car em 2000. Na temporada seguinte foi um dos destaques, pois terminou o campeonato na 5ª posição, à frente de pilotos como Paulo Gomes, Carlos Alves e Adalberto Jardim.

Em 2002 não teve um bom ano, mas foi destaque na 6ª etapa do campeonato, disputada em Interlagos. Na ocasião, substituiu Xandy Negrão - que não pôde participar da prova em virtude de compromissos profissionais - e teve uma grande performance, ao sair da 27ª e última posição e chegar em 4º. Na ocasião, correu pela equipe Medley-Mattheis, pela qual correria nos próximos dois anos.

Já vestindo as cores da Medley-Mattheis, Neto venceu sua primeira prova na categoria, em Brasília. Ao final do campeonato, repetiu a 5ª colocação de dois anos antes. Em 2004, seu último ano pela equipe de Andreas Mattheis, ele venceu uma das etapas de Curitiba e foi pole em 02 ocasiões - Interlagos e Jacarepaguá -, terminando a temporada na 3ª colocação. Ao fim do ano, trocou de lugar com o então campeão Giuliano Losacco, passando a correr na RC Competições, de Rosinei Campos.

2005 foi um ano marcado pela regularidade, pois mesmo sem vencer nenhuma corrida, terminou a temporada na 4ª colocação. No ano seguinte, teve como companheiro Cacá Bueno e conquistou o vice, seu melhor resultado em campeonatos na categoria. 2007 e 2008 foram anos de altos e baixos, e Neto ficou longe das primeiras posições da tabela. O destaque foi a vitória na 4ª etapa de 2007, em Interlagos.

Com a mudança do equipamento na temporada de 2009, Neto passou a correr pela RC3 Bassani. Terminou o campeonato no meio da tabela, e o único destaque daquele ano foi o 2º lugar conquistado na 3ª etapa, em Brasília.

2010 foi a última temporada em que Antônio Jorge Neto disputou todas as corridas do calendário da Stock. Correndo pela equipe RZ Corinthians, ele teve desempenho modesto, marcando somente 12 pontos. Ao fim da temporada, fez sua despedida da categoria.

Entretanto, ainda fez duas aparições esporádicas na Stock: Em 2011, quando disputou a etapa de Ribeirão Preto pela AMG Motorsport e em 2014, quando formou dupla com Lucas Foresti na Bassani Racing, na etapa de abertura da atual temporada.

Estatísticas:

01 Vice-campeonato (2006)
Vitórias: 04 (Brasília - 2003, Curitiba 2004 e 2006, Interlagos - 2007)
Poles: 04 (Interlagos - 2003/2004/2007 e Jacarepaguá - 2004)
Pódios: 18
Voltas mais rápidas: 07
Corridas disputadas: 123
Algumas equipes em que correu: Medley-Mattheis, RC Competições, RC3 Bassani, RZ Corinthians e AMG Motorsport.

2002 - Em Londrina, após o incêndio causado pela quebra do diferencial, nos treinos

A 1ª Vitória: Brasília, 2003

2004 - última temporada pela Medley-Mattheis

Jacarepaguá - 2007

2010 - Em Interlagos, com o escudo do maior time do mundo estampado no carro