"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

domingo, 16 de junho de 2024

Obrigado, Sr. Luiz Francisco Batista (1939 - 2024)

Em um dia distinto para o automobilismo em geral (hoje a Ferrari venceu mais uma vez as 24 Horas de Le Mans, repetindo o bicampeonato que não acontecia desde a década de 60), recebemos a notícia do desencarne de um ícone do automobilismo brasileiro. Estamos falando de Luiz Francisco Batista.

Nascido na cidade paulista de Itu, sr. Batista começou sua carreira trabalhando como mecânico e funileiro em concessionárias Ford, onde ganhou experiência para abrir o seu próprio negócio em 1975, ainda com o nome Agromotor. Na época, a oficina era especializada na linha Willys, tendo posteriormente mudado o foco de trabalho para a linha Ford a partir de 1946.

O ano de 1979 marcou o início da atuação na linha que se tornou sua marca registrada, quando passou a comercializar também peças para os modelos grandes da Ford, Landau, Maverick e Mustang. No ano seguinte, vieram as participações em provas de automobilismo, mais especificamente na emblemática Turismo 5000.

Sobre essa categoria, é indispensável abrir um parêntese. A Automotor não só fora vencedora de várias corridas, como também bicampeã com o Ford Maverick de Ney Faustini, nos anos de 1984 e 1985. E além disso, vieram os carros marcantes que o sr. Batista ousou desenvolver e colocar nas disputas no anel externo de Interlagos, como o Maverick 4 portas e o Galaxie.

Somadas às conquistas na Turismo 5000, os anos 90 são igualmente memoráveis pela fila de títulos na Speed 1600 e Força Livre Paulista, já com Luiz Fernando ao volante, o Batistinha, e utilizando também o Ford Mustang. E nem mesmo as provas de arrancada ficaram de fora do "cardápio" da Automotor, pois a partir de 1987, Batistinha passou a disputar provas em Interlagos com um Maverick 1974 derivado da Turismo 5000, sendo campeão paulista nos anos de 1990 e 1991.

Este bólido passou cerca de 09 anos parado, e só retornou em 2002, quando passou a disputar a antiga categoria TTS (Tração Traseira Super), e esporádicas participações na TTN (Tração Traseira Nitro). Nessa época, foram vários recordes quebrados, além dos títulos paulistas de 2003 e 2004, paranaense de 2006 e 2007 (onde chegou a marcar 10s048 na categoria SSTT, nos 402 metros) e do Festival Força Livre de Arrancada, disputado também em Curitiba, quando venceu em 2004 e 2006.

E por fim, não poderíamos deixar de falar nas Mil Milhas Brasileiras, prova em que a Automotor foi tradicional participante com seus carros brancos com listras duplas azuis. Em alguns anos, foram mais de um Maverick inscrito, enquanto que em 1994, o Mustang também deu as caras. Os resultados mais destacados foram os seguintes:

1986 - 10º Ford Maverick Plínio Riva Giosa e João Batista Caldeira – 183 voltas

1987 - 5º Ford Maverick Denísio Casarini e Luis “Pitoco” Rosenfeld SP – 195 voltas e 9º Ford Maverick Dedé Gomes e Luiz Carlos Sansone SP – 186 voltas


Descanse em paz, sr. Batista. E leve consigo nossa admiração e respeito.

















terça-feira, 4 de junho de 2024

Fiat Topolino - Mil Milhas 1958

Não é raro falarmos aqui no blog que nas edições das Mil Milhas realizadas na década de 50 e início dos anos 60, um veículo de menor porte fez frente ou incomodou as poderosas carreteras com seus motores V8 e carrocerias aliviadas no peso.

E seguindo esse conceito, hoje vamos registrar a participação do pequeno Fiat Topolino, ou ratinho, em italiano, da dupla igualmente italiana Emilio Zambello e Ruggero Peruzzo, em 1958.

O carro em questão, equipado originalmente com motor 569 cc, passou por um retrabalho de primeira qualidade na mecânica, incluindo um cabeçote da tradicional preparadora italiana Stanguelini, o que elevou a cilindrada para 1.089 cc. E na carroceria, a retirada dos para-lamas ajudou a reduzir o peso a ser empurrado.

Inscrito sob o nº 36, o pequeno Fiat terminou a prova na 21ª posição, com 64 voltas, performance bem abaixo daquela obtida em 1957, quando a mesma dupla terminou na 10ª posição, completando 188 voltas.