"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Bruno Santos e a vitória pernambucana na Stock Car Light 2001

No dia 06 de maio de 2001, o piloto pernambucano Bruno Santos fez história na categoria Stock Car Light, que utilizava os Chevrolet Omega 6 cilindros. Filho do grande piloto Rogério dos Santos, o "Jegue Voador", Bruno venceu a terceira etapa daquela temporada, disputada no Autódromo de Interlagos.

Naquela que marcou a terceira etapa do certame, o piloto pernambucano adotou uma postura de cuidado na pista, considerando a grande quantidade de entreveros, traduzidas em três intervenções do safety car nas 19 voltas de corrida. A segunda dessas intervenções, inclusive, fora causada pela escapada de pista do pole position e então líder (desde a largada) Pedro Gomes. Após 41min00s097 de corrida, Bruno Santos recebeu a bandeirada da vitória, tendo o carioca Elias Júnior na segunda posição.

Porém, com a punição de Elias em razão de ultrapassagem feita em bandeira amarela, a segunda posição ficou com Thiago Marques (que viria a ser o campeão da categoria naquele ano), seguido do xará Camilo. Ao final da temporada, Bruno Santos terminou na terceira posição no campeonato, com 65 pontos conquistados, atrás apenas do campeão Thiago Marques (115 pontos) e do vice Thiago Camilo (69 pontos), e à frente de nomes como Pedro Gomes, Mateus Greipel e Alexandre Conill.

Um outro resultado de destaque de Bruno Santos foi o segundo lugar na oitava e última etapa do certame, disputada no saudoso Autódromo Internacional Nelson Piquet, no Rio de Janeiro/RJ.


Os 10 primeiros da terceira etapa da temporada 2001 da Stock Car Light:

1º) Brunno Santos (PE, Ypióca/Speed On Line), 19 voltas em 41min00s097

(média de 119,80 km/h);

2º) Thiago Marques (PR, Fulminset/Golden Bingo/Messacar), a 4s845;

3º) Thiago Camilo (SP, Timken/Divena/Mobil/Lusa Pneus), a 11s134;

4º) José Campanella (SP, Viper/Itororó/Goce), a 18s873;

5º) Elias Júnior (RJ, Filipaper), a 24s510;

6º) Vicente Siciliano Jr. (PR), a 32s455;

7º) Hansruedi Wipf (SUI, Victorinox), a 35s361;

8º) Délcio Correa (SP), a 36s513;

9º) Adriano Eroles (SP, Dragão/Centrosul), a 37s566 e

10º) Danuza Moura (PE), a 43s753.


Foto de Antonio Preggo

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Jan Balder e Emerson Fittipaldi - Mil Milhas de 1966

O registro de hoje trata-se da bandeirada final sendo dada ao DKW Malzoni da jovem dupla Jan Balder e Emerson Fittipaldi, que por muito pouco, não ganhou a oitava edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada entre 19 e 20 de novembro de 1966.

Esse episódio, sobretudo em relação às voltas finais da prova, é um clássico da história do automobilismo brasileiro, e já foi muito bem contado por diversas publicações de renome. Assim, para não falarmos mais do mesmo, vamos nos deter a outros aspectos desse registro.

- O Malzoni da dupla Balder/Fittipaldi tinha motor com potência limitada a 981 cm³, inferior aos 1.089 cm³ dos outros Malzonis da Equipe Brasil (Uma espécie de espólio da Vemag, pois já não tinham mais apoio da fábrica), sendo o inscrito sob o nº 10 pilotado por Mario César de Camargo Filho (Marinho)/Eduardo Scuracchio, e o nº 4 sob o comando de Carlos Erimá/Norman Casari.

- Em razão de problemas com o óleo utilizado no motor (Castrol R40, de base vegetal), todos os carros da equipe tiveram problemas na largada, sendo que apenas o Malzoni nº 7 completou a primeira volta (com Balder ao volante), embora com cerca meia volta de atraso.

- Miguel Crispim, mestre da mecânica DKW, declarou em seu livro biográfico (Nasci Mecânico - Dos Carrinhos de Rolimã aos Carros de Corrida), que jamais trocou as velas do motor do DKW Malzoni da dupla Balder/Fittipaldi sem desligar o motor*, algo que além de contra o regulamento, seria muito arriscado de se fazer. O que houve foi a troca da vela do cilindro 1 sem o motor estar completamente frio (mas desligado).

- O Malzoni nº 7 assumiu a liderança por volta das 11h45min do domingo, após cerca de 180 voltas completadas, sendo que a partir da 195ª volta, passou a apresentar problemas elétricos. A causa, descoberta após a prova, foi a entrada de ar falso no cilindro 1, em razão de uma fissura na base do coletor de borracha dos carburadores.

- A segunda posição só fora perdida na última curva, quando o Malzoni nº 10 realizou a ultrapassagem.

E o resto é história...

* Pág. 114-115.