"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caetano Damiani






(Fotos de Sérgio Jorge)



O paulista Caetano Damiani, respeitado piloto de carretera e mecânico do fim dos anos 50 e 60, foi durante vários anos um sério candidato á vitória na Mil Milhas de Interlagos.

Sempre preparando seus próprios carros, Damiani estreou na prova no ano de 1957, em dupla com Edmundo "Dinho" Bonotti na carretera nº 68, feita a partir de um Ford 1934 4.0 V8. Na prova, não foram além da 27ª colocação completando 141 voltas, devido a um problema no motor.

No ano seguinte, formou dupla com Ivo Rizzardi em sua carretera Chevrolet V8 4.5, chegando ao 5º lugar após completar 185 voltas. Em 1959, refez a parceria com Ivo Rizzardi, pilotando a carretera com a qual Djalma Pezzolato se acidentou, vindo a falecer, durante a Mil Milhas de 1957. Essa carretera sofreria ainda outro capotamento antes de chegar às mãos de Damiani. Mesmo assim, Rizzardi a comprou e Caetano cuidaria da reforma, que incluiu até a troca do chassis. Na Mil Milhas, terminaram na 6ª posição, com 192 voltas completadas. Uma curiosidade dessa prova foi que Caetano chegou a perder uma das rodas no momento em que contornava a curva 3, ficando parado por várias voltas aguardando o socorro dos boxes.

Ausente na disputa de 1960, voltou à prova em 1961, novamente em dupla com Ivo Rizzardi. Alcançaram a 5ª posição na classificação geral, e o 3º lugar na categoria Turismo Força Livre.

O ano de 1965 marcaria sua melhor colocação na prova, com o 2º lugar obtido. À bordo da temida carretera Chevrolet Corvette azul claro e branco com motor V8 4.5 importado da Califórnia, formou dupla com o romeno Bica Votnamis, chegando inclusive a liderar a prova. Porém, a quebra da embreagem fez com que a dupla perdesse 3 voltas, caindo para a 4ª colocação. Mas retornaram à disputa apenas com a 4ª marcha, num forte ritmo de corrida. Na época, Caetano afirmou que se a corrida tivesse mais umas 2 voltas, teria ganho a disputa.

Em 1966, fez sua última participação na Mil Milhas, correndo novamente em dupla com Bica Votnamis. Caetano já havia decidido parar de correr, tanto que já tinha até vendido sua carretera nº 34 para o piloto Justino de Maio. Mas Bica o convenceu de correr, à bordo de uma carretera derivada de um Oldsmobille "Ninety-Eight". Do carro, foram aproveitados o chassis e o diferencial, sendo adotado motor Corvette V8. Não terminaram a prova, devido à quebra da caixa de direção.

Por convite de Bica, ainda tentou correr a prova em 1967. Porém o carro que utilizariam - um protótipo esquisito chamado de "Caçador de Estrelas", que tinha coluna de direção na posição vertical, com piloto sentado à frente do eixo dianteiro e o motor Corvette instalado atrás do banco - não foi homologado pela direção de prova, impossibilitando a sua participação na prova.

Fontes:

www.bandeiraquadriculada.com.br (Paulo Roberto Peralta)
//luizpereirabueno.blogspot.com (Luiz Pereira Bueno - In Memorian)

7 comentários:

  1. Oi Ricardo,

    Bela lembrança.
    Cheguei a assistir o Caetano e sua famosa carretera 34, varias vezes em Interlagos.
    Em 1967 em uma prova de estreante e novatos, cruzei com o Caetano que iria correr na prova de Força Livre. Tremi na base, estava eu ali nos boxes, do mesmo lado daquele grande piloto, um dos poucos a lutar de igual para igual, com o grande Camilo e sua formidável carretera 18".

    Abs,

    Hiperfanauto

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  2. Valeu cara! Seus comentários só enriquecem os posts!

    Ps: Você chegou a correr de carretera?

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    1. Não, nunca corri de carretera. O episodio que eu cruzei com o Caetano, foi em uma prova do Campeonato Paulista, quando participei de uma prova de estreantes e novatos, com carros nacionais sem preparação (Turismo grupo I do Anexo J da FIA ) somente com barra santo antonio e sem parachoques.
      O meu carro era um Volks 1300 cc cor verde numeral 32.

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  3. Puxa, ele é culpado por tudo! Meu vizinho, costumava dar voltas no quarteirão com a carreteira, eu acordava e ia de pijama olhar, em 1971 me tornei Piloto, e etc. www.ajax-noticias.blogspot.com

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    1. Muito boa história amigo! Sem dúvidas o Damiani foi um dos grandes do seu tempo e integra o seleto rol dos grandes pilotos que eram o pontapé inicial para o Brasil ter sido uma potência no esporte!

      Grande abraço

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  4. Me chamo José Felipe Damiani sou sobrinho do Caetano Damiani. Venho informar que no dia 14/04/2021 Caetano Damiani faleceu aos 91 anos de idade

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    1. Olá Felipe, boa tarde. Só vi seu comentário agora, e fiquei muito triste com a notícia. Que Nosso Pai o receba em sua casa, de braços aberto, dando a ele e a vocês todo o conforto necessário. Meus sentimentos. Hoje mesmo vou publicar uma postagem a respeito. Muito obrigado por informar.

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