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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Automobilismo em Alagoas: O piloto Rômulo Amorim


Em seu livro "Mais que Vencedor", o ex-piloto Alex Dias Ribeiro destaca logo na capa que "você pode vencer na vida sem ser campeão". E essa é uma grande máxima da vida, não podendo ser confundida como uma simples desculpa para amenizar os reveses vividos por todos nós. Na maioria das vezes, nossas lutas para ao menos empreendermos tentativas, se tornam tão grandes quanto a própria vitória, pois a superação da dificuldade de estar lá, competindo, tentando, arriscando, é o que nos mostra a medida do nosso mérito.

Se o brasileiro já tem o estigma de não desistir nunca, mesmo quando se defronta com fortes obstáculos e com os "desencorajadores de plantão", o que dizer de um pernambucano, radicado em Alagoas há vários anos, que tem a paixão pelo automobilismo correndo no sangue? É com esse espírito que vamos contar hoje a história de uma das corridas disputadas pelo piloto Rômulo Amorim Santos.

Natural de Caruaru, Pernambuco, Rômulo nasceu em 04 de dezembro de 1954, sendo filiado pela Federação de Automobilismo do Estado de Pernambuco (carteira nº 13.705). O gosto pelo automobilismo surgiu aos 10 (dez) anos de idade, ao assistir corridas de lambreta, mas na família já hava quem o influenciasse, visto que seu pai era fã do piloto Manuel de Teffé, vencedor de corridas nos anos 30 e 40, inclusive o I GP Cidade do Rio de Janeiro, disputado em 1933 no Circuito da Gávea. Além disso, o tio Paulo (irmão de sua mãe), tinha trabalhado na construção da cidade de Brasília/DF, e sempre lhe contava histórias das corridas de inauguração da Capital da República, bem como das façanhas de Chico Landi.

Em 09 de setembro de 2001, se inscreveu para a disputa da prova 2 horas de Caruaru, primeira etapa da Copa Norte Nordeste de Endurance. No grid formado por 19 carros, divididos em 03 (três) categorias (05 protótipos, 11 turismo 1600 cc e 03 turismo acima de 2000 cc), Rômulo dividiu a tocada de um Chevrolet Opala 1972 4 portas com Márcio Souza Leão (que também correu em outro Opala, terminando no 4º lugar na classificação geral). O Opala utilizado pela dupla tinha preparação Stock Car, tendo sido preparado em 1997 para Márcio disputar o campeonato da época. Porém, para provas longas, o Chevrolet passou por algumas alterações, como tanque de combustível de maior capacidade, taxa de compressão do motor e suspensão.

A equipe era pequena, com tudo feito na raça, contando com a coordenação do próprio piloto, um mecânico e a prepação do Sr. Samuca (Samuel), grande nome do antigomobilismo de Alagoas e fundador da confraria "Cheiro de Môfo", que se reúne todas as quintas-feiras no tradicional Bairro de Jaraguá, em Maceió, para uma noite de muita conversa e risadas.

Largando dos boxes, pois a falta de recursos muitas vezes impedia a participação em todos os treinos, a dupla manteve um ritmo seguro e planejado, típico para uma prova de longa duração, terminando na 2ª posição da categoria turismo acima de 2000 cc, enquanto Márcio Souza Leão, em dupla com Moacir Maia, venceu a categoria (e obteve o 4º lugar na geral). A prova fora vencida pelo protótipo da dupla cearense Alexandre Romey/Tárfilo Pimentel.

Cabe lembrar que o Opala era tradicionalmente inscrito com o nº 18, em homenagem ao "Lobo do Canindé", Camilo Christópharo, um dos ídolos da equipe. Mas em virtude de um piloto ter feito sua inscrição primeiro, com o nº 18, desta vez o Opala teve que correr com o número 8.

Essa foi só uma das histórias que traremos ao blog sobre o automobilismo de Alagoas, mostrando que só pela iniciativa de correr, em um Estado com quase nenhuma ligação com o automobilismo, nossos pilotos já são dignos de todas as honrarias!


Rômulo Amorim e o Opala nos boxes do Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Caruaru

A entrega do troféu, com Márcio Leão e Moacir Maia ao fundo
Indo para o Shakedown no Autódromo de Caruaru

Início da preparação do Opala


6 comentários:

  1. Parabens Romulo. Homenagem muito merecida

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  2. Mas rapaz, eu não sabia que por trás dessa foto que você me mandou, havia essa justa homenagem ao amigo, muito merecida, por sinal. Parabéns Rômulo!

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  3. Parabéns Rômulo👏👏👏👏👏👏

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  4. Que história legal! Esse Opala ainda existe?

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    1. Fala meu irmão! Pelo que sei, esse Opala foi vendido,e não se sabe o paradeiro dele. Mas vou checar essa informação com o piloto. Grande abraço!

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    2. Rodrigão meu velho. A resposta para a pergunta sobre o atual paradeiro veio do próprio piloto:

      Ricardo boa tarde, eu li no seu Blog a indagação do Rodrigo Carelli. Agradeço a ele. Este opala na verdade não foi vendido, disputei a última corrida em 2006 categoria opala do Pernambuco chegando no terceiro lugar. Fiz dupla com o Amon Queiroz hoje diretor ao autodromo de Caruaru. Como mudei para um apartamento fui deixando o carro no próprio autódromo que depois levado para uma oficina que mudou de dono, em fim perdi o contato com o opala 18, mas deve estar com alguém em Caruaru.

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