"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

quinta-feira, 31 de março de 2022

A estréia do Chevrolet Omega em 1993

Posso dizer com toda a segurança que o Chevrolet Opala é o maior clássico genuinamente nacional, tamanha a legião de fãs conquistada pelo modelo desde que o primeiro exemplar saiu da linha de produção, em 1968. Só que o fim da linha para o querido sedã (com variações de carroceria coupê e station wagon) ocorreu em 1992, quando deu lugar a um modelo muito mais inovador tecnologicamente, mas que carregava no cofre do motor, o DNA de seu antecessor. Trata-se do Chevrolet Omega.

Utilizado na Stock Car a partir de 1994, a Chevrolet utilizou o Omega na temporada 1993 como um protótipo de testes do que viria a enfrentar a partir do ano seguinte. E fez bonito, pois o exemplar tocado por Eduardo Pimenta e Camillo Christófaro Jr. venceu o Campeonato Paulista de Endurance daquele ano, conquistando a vitória na prova 300 Milhas de Interlagos.

Mas o pontapé inicial dessa história ocorreu em janeiro de 1993, quando o carro foi inscrito nas Mil Milhas daquele ano. A preparação mecânica ficou a cargo da Escuderia Lobo, sendo obtidos cerca de 300 cavalos de potência, cujo trabalho fora suavizado pelo alívio de peso na carroceria (para-choques, para-lamas e capô foram trocados por peças feitas de fibra de vidro) de 400 kg.

Na prova, o Omega andou muito bem até enfrentar problemas com o tanque de combustível, instalado na posição entre eixos, cujas soldas acabaram soltando e provocando sério vazamento de combustível. Após algumas horas parado para reparos, a equipe mandou o bólido de volta para a pista, com tempo e performance suficientes para conquistar a 13ª posição na classificação geral, da prova que pela primeira vez era vencida por um exemplar da marca Porsche.

Em 1994, às vésperas de estrear pela Stock, o Omega foi novamente inscrito nas Mil Milhas, desta feita tendo como pilotos o trio Eduardo Pimenta/Camillo Christófaro Jr./José Barreiro. Ao final da disputa, 10ª posição na geral, com 321 voltas completadas.

E desde então, todas as edições posteriores tiveram ao menos 01 Omega, com exceção do ano de 2007 (neste ano apenas veículos importados competiram), sempre com boas atuações e confiabilidade, o que o torna um dos clássicos não só da indústria, mas também do automobilismo nacional.







2 comentários:

  1. Meu caro Ricardo, perdoe a falta de acentuacao, porque meu teclado nao esta em portugues, mas por favor permita-me acrescentar/retificar alguns pontos:
    1) A GM/Chevrolet teve nenhuma participacao neste desenvolvimento.
    2) Em 1992, a construcao do carro foi responsabilidade da Eurosport, sob o comando do gigante Spiga Korenjak e Roberto Azem. O projeto e desenvolvimento ficaram sob minha responsabilidade e o motor foi preparado pela Escuderia Lobo.
    3) Depois da Mil Milhas 93, eu decidi participar do Torneio Pauista de Endurance com este carro, em parceira com o Camilinho e preparacao total da Equipe Lobo. O mesmo time trabalhou nas Mil Milhas seguintes, em 94 e 95.
    Muito obrigado pelo espaco, meu amigo. Abracos,

    Dudo Pimenta

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Edu! Eu que agradeço pelos seus esclarecimentos à matéria. Fique a vontade para visitar esse espaço sempre. Grande abraço!

      Excluir