"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Carros raros de se ver nas pistas II

Continuando o post sobre carros raros de se ver nas pistas, mais algumas histórias:

1. Chevrolet Vectra: Apesar da Stock Car Brasil ter utilizado a bolha do Vectra de 2000 até 2003, sabemos que este não era um carro autêntico exemplar do modelo, já que o chassis era tubular, o motor era o mesmo utilizado pela Nascar e o câmbio era argentino, sequencial. Do Vectra mesmo, só as lanternas traseiras! No Brasil, o Vectra propriamente dito não foi muito usado, já que na época o Omega era um tradicional competidor nas pistas brasileiras, sendo impossível disputar a preferência das equipes de competição, muito devido a tradicional mecânica Chevrolet 6 cilindros. Mas em campeonatos internacionais, como o BTCC e o antigo Campeonato Sudam de Superturismo, o sedã da Chevrolet foi bem utilizado. Ainda exisitiu uma categoria inglesa que utilizava o Vectra, chamada Chevrolet Challenge, onde correram os brasileiros Suzane Carvalho e Nonô Figueiredo (1997-1998).

2. Lada Samara: Não encontrei registros de participações do modelo da marca russa em competições de circuito, mas o Samara já foi preparado para correr provas do Mundial de Rally na década de 80.

3. Dodge Dart: Embora tivesse um motor com capacidade volumétrica um pouco maior, se comparado aos concorrentes Maverick e Opala, o maior comprimento e peso da carroceria não ajudavam em nada na performance nas pistas, principalmente nos setores de baixa velocidade e freadas fortes. Dessa forma, até o início dos anos 80, eram poucos os Dart's que corriam nas extintas Divisão 1 e 3, salvo exceções como o piloto Leopoldo Abi-Eçab, que preparou um Dart para correr na Divisão 3 por volta de 1975, mas que não obteve muito sucesso, dada a falta de equilíbrio do carro nas curvas e lentidão nas retas, já que saía mais lento das curvas e não tinha tempo para aproveitar toda a potência do motor nas retas. Os Dodges ainda alcançariam certa notoriedade na categoria Turismo 5000 nos anos 80, onde as provas eram disputadas no anel externo de Interlagos e até mesmo um Galaxie foi desenvolvido para a categoria.

4. Volkswagem TL e Zé do Caixão: Sem a mesma fama dos irmão Fusca e Brasília, o TL chegou a ser usado em provas de circuito e até mesmo em provas de Rally de Regularidade. Já o Zé do Caixão, tinha a fama de carro de taxista, devido à esquisita aversão do brasileiro por carros de 4 portas no anos 60-80. Mas mesmo assim, algunas exemplares do modelo ainda foram preparados na pista, sendo o mais famoso o de Sílvio Montenegro.

5. O Sedã Renault 19, produzido no Paraná de 1994 a 1998, fez pouco sucesso no Brasil no quesito comercial. Nas pistas, não encontrei registos de que tenha sido usado em competições nacionais, sendo utilizado somente  em competições como BTCC.

6. Ford Belina: Numa época em que peruas eram mais difíceis de ser utilizadas em competições, se comparada aos dias atuais, a Equipe Greco preparou uma Belina Corcel, da 1ª geração, para correr em rallys nacionais.














2 comentários:

  1. Algumas observações:

    1) O Vectra B era uns 50-100 kg mais pesado do que o Astra. Nesse sentido, Calibra e Tigra substituíram melhor essa plataforma, que só teve alguma presença no turismo europeu.

    2) Um carro que praticamente "morreu" no mercado brasileiro, mas que foi importante nas categorias de base dos países do leste europeu. Houveram até versões AWD para homologação (ou comemoração) de rally, o Izhevsk Oda.

    3) O problema dos V8 5.2 era relacionado ao sistema de lubrificação. Pesquisando por aí, eu encontrei relatos de pessoas dizendo que, na época da Turismo 5000, o problema estava na forma como a gravidade puxava o óleo para a lateral do cárter em altas velocidades (justamente nas curvas longas para a esquerda do anel de Interlagos). Algo que teria sido resolvido com um pequeno defletor de óleo, tão comum hoje em carros de competição de categorias menores.

    4) É uma ironia que o fastback TL e o sedan Zé-do-Caixão não tenham sido mais explorados, em virtude de sua rigidez de carroceria (no caso do "ZC") ou da aerodinâmica (do TL). Melhor do que eles, só o Karmann-Ghia.

    5) O Renault 19 só não teve uma boa preparação. Dinamicamente ele é o equivalente a um Astra ou Tempra. Comportamento previsível e desempenho muito bom em relação aos concorrentes de época. Mecânica francesa, quando bem afinada num dia de chuva, dá um pau lindo no resto do mundo. Se não fosse assim, Renault, Peugeot, Citroen e Alpine não estariam aí pra desmentir o que digo. O que mata é a ignorância e o preconceito.

    6) A linha Corcel (basicamente um Renault fabricado pela Ford) tinha muito potencial nas categorias menores. Só é uma pena que as versões 4x4 de Belina e Pampa (com verdadeiro potencial pra competição) tenham chegado bem tarde, quando o Escort tomou o lugar dele.

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    1. Aí você deu aula! 👏🏻👏🏻👏🏻 essa postagem ficou bem desatualizada, em razão da limitação de informações que eu tinha na épica, há 13 anos atrás. Muito obrigado pelo seu comentário!

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