"Um espaço reservado para falar das lembranças, histórias e episódios dos mais de 60 anos de Mil Milhas Brasileiras. E de outras coisas mais!"

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O piloto Giuliano Losacco - Parte II

Continuando o post sobre a carreira de Giuliano Losacco, falarei sobre o ano de 2007 em diante.

O início da temporada de 2007 marcou a mudança da equipe Medley - Mattheis para a tradicional Vogel, comandada pelo experiente Mauro Vogel. Na época falou-se muito sobre essa mudança de equipe, já que o time de Andreas Mattheis era (e ainda é) um dos únicos que em todos os anos tem possibilidade de disputar o título de pilotos. Falou-se sobre a questão financeira, pois na época Giuliano tinha um ótimo salário para os padrões do automobilismo nacional da época, e o patrocinador da equipe tinha como objetivo naquela temporada contratar pilotos mais jovens com o objetivo de cortar custos. Foi então que surgiu o confortável patrocínio da Texaco, mas que não foi possível encaixá-lo na equipe de Andreas Mattheis. Como a maioria das equipes de ponta já estavam com as vagas preenchidas, Losacco fechou contrato com a Vogel, uma equipe com boa experiência na Stock Car, mas que há um bom tempo não vinha sendo presença constante nas primeiras posições da tabela.

Pode-se dizer que esse foi o pior ano de Losacco na Stock. Após um início de campeonato regular, na segunda metade da temporada seu o rendimento caiu muito, sendo constantes os abandonos nas corridas e ser superado pelo companheiro de equipe Thiago Camilo nas classificações e resultados das corridas (foram duas poles e uma vitória de Camilo naquele ano). A "zica" nesse ano foi tão grande, que Giuliano chegou a trocar o carro com o companheiro de equipe e mesmo assim os bons resultados não apareceram. Ao final do campeonato, ele terminou com 28 pontos marcados e tendo como melhor resultado um 6º lugar obtido na 2ª etapa, disputada em Curitiba.

Ainda em 2007, Giuliano disputou as duas últimas corridas (disputadas no Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos) do então estreante GT3 Brasil (Hoje GT Brasil) em dupla com Renato Cattalini numa Ferrari F430. Os resultados foram um 3º lugar e um 2º lugar.

Para 2008, mais uma mudança de equipe na Stock Car. Desta vez Giuliano transferiu-se para a equipe JF, chefiada pelo ex-piloto e preparador Jorge de Freitas, equipe que no passado já tinha sido campeã de pilotos e equipes com Ingo Hoffmann. O ano de 2008 foi bem melhor que o anterior, pois Losacco voltava a se classificar para o play-off, que definia os 10 pilotos com chances de conquistar o título nas últimas 04 etapas. Teve como melhor resultado no ano o 2º lugar obtido na etapa de Londrina, e marcou no total 231 pontos, o que o deixou na 6º colocação na classificação final do campeonato. Desta vez terminou o campeonato à frente do seu companheiro de equipe, Átila Abreu, sendo que ambos se classificaram para o play-off.

No ano seguinte permaneceu na JF, ano que ficou marcado pela mudança no equipamento na Stock Car V8. Eram aposentados os antigos chassis tubulares, projeto utilizado desde 2000 (com algumas modificações no decorrer dos anos) e entravam em cena os novos carros, numa tentativa de aproximar-se do visual dos carros do DTM. O ano não foi dos melhores para Losacco, que teve como melhor resultado um 4º lugar conquistado em Interlagos e 41 pontos marcados no campeonato.

No início de 2010, Losacco entrou em negociação para se transferir para a equipe Red Bull - WA Mattheis, porém o patrocínio que iria levar (Energéticos Flash Power) para a equipe era conflitante com que o que já exibia sua marca nos carros de Andreas Mattheis (Red Bull). A negociação, portanto, fracassou, e Giuliano teve que apostar suas fichas numa equipe nova na categoria, a Carlos Alves/Mico's Team. Seu companheiro de equipe foi o paranaense Thiago Marques, que já havia dividido os boxes com ele na JF. A temporada de 2010 não foi de muito sucesso, tendo como melhor momento o 5º lugar conquistado em Curitiba, na 9ª etapa. O saldo final foi de 32 pontos. Só para constar, essa equipe foi rebaixada ao fim da temporada, mas voltou a ser inscrita no ano seguinte na vaga da Amir Nasr. Mas na prática, houve apenas uma troca, pois os funcionários da equipe dos Uruguaios Pablo e Mico trabalharam pela equipe brasiliense. Na temporada de 2012, a equipe voltou a disputar o campeonato, com os irmãos Sperafico (Ricardo e Rodrigo).

Paralelamente à Stock Car, Giuliano disputou a primeira temporada do Trofeo Linea, categoria monomarca idealizada por Felipe Massa. Nesse ano, venceu uma corrida (disputada em Curitiba) e terminou o campeonato em 5º lugar, com 61 pontos marcados.

Para 2011, a tentativa de voltar as boas exibições na Stock veio com a parceria com a equipe Hot Car, comandada pelo experiente e competente Amadeu Rodrigues e que desde 2001 compete na Stock Car. O companheiro de equipe na Hot Car foi o jovem Eduardo Leite. 2011 foi um ano melhor que os dois anteriores em termos de pontuação (49 pontos marcados no total), e que teve como melhor resultado um 4º lugar obtido na etapa de Brasília.

No Trofeo Linea, um bom campeonato, com duas vitórias (Curitiba e Interlagos) e o 3º lugar na classificação final, com 73 pontos marcados.

Em outubro, participou de testes com um carro da K&N East Series, divisão regional da Nascar, juntamente com o brasileiro Carlos Iaconelli e o espanhol Adrian Campos Júnior. Os testes foram promovidos pela X-Team Racing, primeira equipe brasileira na Nascar, que visava fazer os testes de preparação para a temporada de 2012. Inicialmente estavam previstos dois dias de atividade, mas o segundo dia de testes no oval curto de Hickory, localizado no estado da Carolina do Norte foi cancelado em virtude da chuva.

Ainda em 2011, fez duas participações no Campeonato Brasileiro de Marcas, correndo com um Corolla preparado pela equipe Bassani Racing. Giuliano disputou as rodadas duplas de Londrina (10º lugar e 17º lugar) e de Curitiba (10º lugar e 15º lugar).

Na temporada corrente, Losacco não tinha planos de disputar o campeonato da Stock Car. Além de não ter fechado com nenhum patrocinador, não restavam mais vagas em equipes com chances de disputar vitórias. Foi quando surgiu o convite de Eduardo Bassani, dono da Bassani Racing (que já teve parceria com o ex-lateral da Seleção Brasileira Roberto Carlos iniciada em 2005), que não tinha patrocinador fechado e que quase deixou de correr a 1ª etapa de 2012 por falta de pilotos e patrocínio. Losacco e Felipe Maluhy assumiram os carros da Bassani, correndo com a carenagem branca, sem os patrocínios principais na duas primeiras etapas, ficando de fora da 3ª e 4ª etapa. Nas duas etapas em que correu pela Bassani, Losacco terminou em 18º e 17º lugar.

A temporada da Stock ainda reservou uma supresa para Giuliano. Com a suspensão de Alceu Feldmann por conta da recusa do piloto em fazer o exame antidoping, a equipe Shell Racing, filial da equipe de Andreas Mattheis, escalou Giuliano para substituí-lo nas etapas restantes do campeonato. Ele disputou as seguintes etapas:

Salvador - abandonou
Cascavel - abadonou por conta do estouro do pneu e posterior acidente
Tarumã - 12º lugar
Curitiba - 11º lugar
Brasília - 14º lugar

O melhor momento da participação de Losacco pela Shell Racing foi a 5ª posição no grid de largada para a etapa de Brasília. Infelizmente, o carro perdeu rendimento no decorrer da corrida e o deixou no meio do pelotão. Para a corrida do milhão, Losacco perdeu a vaga para Hélio Castroneves, em virtude de acertos comerciais do patrocinador (a Shell patrocina tanto a equipe da Stock quanto o carro de Hélio na Fórmula Indy). Assim, encerra a participação dele nesta temporada, com 33 pontos marcados em 07 corridas. Até agora, Losacco tem 08 vitórias e 09 poles na categoria.

Na Copa Linea (antigo Trofeo Linea), ele teve uma temporada discreta, sem vitórias, tendo como melhores resultados dois terceiros lugares, terminando o campeonato na 5ª colocação, com 66 pontos.

Bem, com este artigo, dividido em duas partes, tive o objetivo de fazer um breve relato sobre a carreira de um dos meus ídolos no esporte a motor. Infelizmente, a carreira de Giuliano Losacco sofreu um forte declínio de 2007 em diante. Mas fico na torcida para que ele tome o rumo de volta às vitórias na Stock ou em qualquer outra categoria em que venha a participar, pois além de um ótimo piloto, Losacco é um grande batalhador e um dos poucos "gente boa" que sobrevivem em um meio repleto de arrogância e falsidade, e que muitas vezes chega a ser desleal. Muita boa sorte para ele!



















segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O piloto Giuliano Losacco - Parte I


Dedico este post para falar um pouco sobre a carreira do piloto Giuliano Losacco, talentosíssimo piloto que foi uma das grandes revelações das corridas de turismo da década passada.

Giuliano nasceu em 17 de março de 1977, na cidade de São Paulo. Seu tio-avô, Nicola, foi quem deu início à trajetória da tradicional família no mundo das competições e preparação de motores, ao disputar uma prova na capital Paulista em 1925. O irmão de Nicola, Victor (avô de Giuliano), trabalhando inicialmente com Nicola, tornou-se um grande preparador de carro de competição, tendo como clientes pilotos como Ciro Cayres e José Gimenez Lopes. Infelizmente sua vida foi abreviada aos 47 anos, devido aos ferimentos decorrentes de um atropelamento sofrido nos boxes durante a prova 500 Quilômetros de Interlagos, em 1961.

Mesmo com essa tragédia, a família Losacco continuou no meio automobilístico, através do filho de Victor, Vinícius, que se tornou um renomado preparador e que chegou a disputar provas na década de 1970. A tradição permanece até os dias de hoje com o filho de Vinícius, Giuliano Losacco.

A carreira de Giuliano começou no Kart, por volta de 1989. No Kart, foi vice-campeão paulista na categoria graduados B, em 1991. Após alguns anos, estreou nos monopostos, mais precisamente em 1993, no Campeonato Paulista de Fórmula Ford. E a estréia teve como resultado o título de campeão. Disputou a temporada de 1994 da Fórmula Uno e voltou a correr nos monopostos, participando da temporada de 1995 da Fórmula Chevrolet. No ano seguinte, partiu para a Europa em busca da consolidação da carreira, disputando o Campeonato Inglês de Fórmula Vauxhall. Em 1997, disputou corridas nos campeonatos de Fórmula Ford 2000 Norte - Americana e Fórmula Renault Européia. Ainda, disputou 10 corridas do Campeonato Europeu de Fórmula Renault de 1998, conquistando 01 vitória.

Com a desvalorização do Real em relação ao Dólar, em 1999, Giuliano teve que voltar ao Brasil, pois a dificuldade em levantar recursos com os patrocinadores era imensa. Já no Brasil, disputou 02 corridas na Fórmula 3 Sul - Americana em 2000, ambas disputadas no oval de Jacarepaguá, no Rio. Foi 9º na primeira corrida e 7º na segunda. Após isso, passou a trabalhar como instrutor de pilotagem do Roberto Manzini, o que o manteve perto dos carros e das pistas.

O retorno às competições viria em 2002, quando foi campeão do Paulista de Força Livre com um protótipo, vencendo 15 de 19 corridas, o que fez com que ele disputasse provas da antiga Stock Car Light ainda naquele ano. Essa participação (8º lugar na classificação final do campeonato) rendeu frutos, tanto que na temporada de 2003, Giuliano estreava na Stock Car V8.

A estréia na categoria principal foi memorável. Largando na pole position na 1ª etapa, disputada no Autódromo de Curitiba, duelou com o grande Ingo Hoffmann durante várias voltas, mas no final terminou em 2º lugar, pois além do fato de ao seu lado estar nada mais nada menos o maior nome da Stock, que tinha acabado de ganhar seu último campeonato (foram 12 no total) no ano anterior, a entrada do safety car durante o pit-stop obrigatório atrapalhou sua estratégia de corrida. Giuliano ainda ganharia uma corrida em 2003, terminando o campeonato na 8ª posição na classificação geral, com 95 pontos.

No ano seguinte, mudança para para a equipe RC Competições, do competente Rosinei Campos, "o Meinha". E 2004 não poderia ter sido melhor: O título de campeão, com 04 vitórias e 02 segundos lugares em 12 etapas. Losacco se tornava o campeão mais jovem da Stock Car, aos 27 anos 07 meses e 21 dias, marca que não foi quebrada até hoje.

O ano de 2005 começou muito bem para Losacco. Formando quarteto para dividir a pilotagem do Audi TT - R (Carro vencedor da temporada de 2002 do DTM) Nº 9 com Xandy Negrão, Guto Negrão e Xandynho Negrão, Losacco venceu as Mil Milhas de Interlagos, colocando seu nome entre os vencedores da prova mais tradicional do automobilismo Brasileiro. Cabe lembrar aqui seu retrospecto na prova:

1995: 5º na geral e 2º na categoria Protótipo A (Aldee RTT - Nilo Caruso, Giuliano Losacco e Tony Garcia)
2001: 42º na geral (Mitsubishi Eclipse - Luiz Paternostro, Valdir Florenzo e Giuliano Losacco)
2002: 62º na geral (Aldee Spyder 2.0 - Luiz Paternostro, Ciro Alipert Jr. e Giuliano Losacco)
2003: 35º na geral (Aldee Spyder 2.0 - Luiz Paternostro, Paulo Melo Gomes e Giuliano Losacco)
2004: 19º na geral (MCR Turbo 1.8 - Luiz Paternostro, Giuliano Losacco, Juliano Moro e Gualter Salles)
2005: 1º na geral (Audi TT - R - Xandy Negrão, Guto Negrão, Xandynho Negrão e Giuliano Losacco)
2006: Estava inscrito no Mercedes Benz DTM Nº 25, junto com Tony Kanaan, Raul Boesel e Pedro Lammy, mas um problema no pescoço o impediu de participar da prova. O trio terminou na 2ª posição na classificação geral.

Na Stock, mudança para a equipe do competente ex - piloto e preparador Andreas Mattheis, que na época tinha o forte patrocínio da farmacêutica Medley. E mais um título! Neste ano foram 02 vitórias e 04 pódios em 12 corridas. A decisão do título foi emocionante, pois Losacco estava muito atrás do então líder do campeonato Cacá Bueno na classificação, mas na segunda metade do campeonato tirou a diferença em relação ao líder, vencendo duas vezes e com alguns pódios, o que o levou para a última etapa do campeonato, disputada em Interlagos com uma pequena vantagem para Bueno. Losacco só precisava chegar na frente de Bueno, e foi exatamente isso que aconteceu. E o bicampeonato veio, tornando Giuliano o mais jovem bicampeão da categoria, marca que dura até hoje!

Ainda no ano de 2005, teve a oportunidade de testar um carro da Nascar, da categoria Busch Series (Atual Nationwide) no oval curto (800 metros) de Greenville, Carolina do Sul. Na ocasião, completou 150 voltas e teve como melhor tempo 21s472, superando até as espectativas do chefe de equipe da Ski Motorsport, Jeff Spraker:

"Losacco superou nossas expectativas. Tem habilidade para começar imediatamente na Nascar. A Busch Series não anda neste circuito, mas nossa experiência indicava um tempo de referência em torno de 21s80. Ele ultrapassou essa marca sem dificuldade".

O piloto se adaptou muito bem ao equipamento utilizado pela categoria Norte - Americana, o que fez com que os testes fossem realizados num período de tempo menor que o previsto. Mas infelizmente não houve acordo para que ele disputasse corridas na categoria.

Na temporada de 2006, permaneceu na equipe de Andreas Mattheis, porém o ano foi complicado, com 01 vitória, 03 pódios e alguns resultados ruins e abandonos. Mesmo com esse empecilhos, Losacco chegou à última etapa de 2006, disputada em Interlagos com chances de ser campeão. No início da prova, dois dos postulantes ao título, Hoover Orsi e Cacá Bueno, se envolveram em um incidente, tendo o piloto do Mato Grosso do Sul abandonado a prova. Há quem afirme que Cacá Bueno foi favorecido por um erro da direção de prova, já que foi punido apenas depois do fim da corrida. Se a punição tivesse sido aplicada durante a prova, Bueno teria entreado nos pits e perdido algumas posições, e Losacco não teria forçado tanto o carro em busca de posições, a ponto de estourar o motor. Se o motor não tivesse estourado, teria terminado a prova numa boa colocação certamente sua classificação final no campeonato teria sido melhor que o 5º lugar obtido, pois ficou apenas 13 pontos atrás do campeão.

Em 2006, fez duas corridas pela Nascar, na tradicional categoria West (divisão regional da Nascar) pela equipe Bill McAnally. O resultados foram satisfatórios, inclusive com um 9º lugar obtido na penúltima etapa do campeonato, disputada no oval curto de Thunder Hill, no Texas. Porém, o alto valor a ser levantado pelos patrocinadores foi um empecilho ao projeto de disputar o campeonato da categoria.

Da segunda parte da carreira de Giuliano Losacco, falarei no próximo post.















sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Vencedores das Mil Milhas - 1965


A 7ª edição das Mil Milhas Brasileiras, disputada entre 27 e 28 de novembro de 1965, teve como vencedores a dupla paulista Justino de Maio e Vitório Azzallin Filho, que disputaram a prova a bordo da carretera Chevrolet Corvette Nº 50. Pode-se dizer que a vitória da dupla foi uma verdadeira surpresa, pois entre os favoritos estavam pilotos de maior fama e com carros bem preparados, como:

Alfa Giulia 1600 nº 25 Emílio Zambello e Marivaldo Fernandes
Carretera Chevrolet Corvette nº 2 Catharino Andreatta e Victorio Andreatta
Carretera Chevrolet Corvette nº 18 Camilo Christófaro e Antonio Carlos Aguiar
Alfa Giulia 1600 nº 23 Piero Gancia e Ruggero Peruzzo
Carretera Chevrolet Corvette nº 34 Caetano Damiani e Bica Votnamis

Após a largada, Caetano Damiani assumiu a liderança, sendo ultrapassado pouco tempo depois por Camilo Christófaro. Após Camilo abandonar com uma ponta de eixo quebrada, Damiani retomou a liderança, perdendo por volta das 6:30 da manhã para Victorio Andreatta, que por sua vez capotou a carretera devido a quebra da direção do carro. Então, a liderança passou para Ruggero Peruzzo, que mis tarde teve problemas com o tanque de combustível que se soltou dentro do carro, ficando impossível continuar devido ao forte cheiro de gasolina. Por fim, foi então que a liderança da prova ficou com a dupla da carretera Nº 50, que levou o carro até o final num ritmo seguro e constante, conquistando uma vitória inesperada até algumas horas antes da bandeirada.



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Carreteras


Nas primeiras edições das Mil Milhas Brasileiras, as carreteras eram os bólidos a serem batidos. A combinação da carroceria aliviada com um motor V8 forte, lhes dava muita vantagem  nas grandes retas do traçado antigo de Interlagos em relação aos outros carros. Porém, essa vantagem ficava seriamente comprometida pelo fato da suspensão das carreteras não era lá um primor de estabilidade, além do consumo de combustível que acarretava uma menor autonomia em provas longas. 

O fato é que na primeira fase das Mil Milhas (1956 - 1967), elas ganharam nada menos que 7 das 9 edições disputadas nesse período. Grandes nomes do automobilismo nacional disputaram provas à bordo de carreteras, sejam elas como motor Chevrolet, Ford ou até mesmo motores menores, como Simca e Fiat. A última carretera que disputou uma Mil Milhas foi inscrita pela dupla Antônio Versa/Alfredo Santilli, que em 1970 terminou a prova na 23ª posição, com 158 voltas completadas. Nas fotos seguintes:

Foto 01 (1957): 
# 76 - Karl Iwers e Jorge Truda
# 14 - Raul Lepper e Francisco Said

Foto 02 (1957):
# 22 - Luís Valente e Arlindo Aguiar (5º lugar na corrida)
# 68 - Caetano Damiani e Gino Borghese
# 70 - Danilo de Lemos e Ribeiro

Foto 03 (1961): Antônio Avalone e Antônio Carlos Aguiar

Foto 04 (1970): Antônio Versa e Alfredo Santilli

Foto 05 (1958):
# 82 - Francisco Landi e José Gimenez Lopes (2º lugar na prova)
# 98 - Sabó e Paps (quem souber o nome completo desses pilotos, me avise!)

Foto 06 (1961): Antônio Avalone e Antônio Carlos Aguiar

Foto 07 (1957):
# 24: José Guidini e Paschoal Landi (4º lugar na prova)
# 2: Catharino Andreatta e Diogo Luís Ellwanger (2º lugar na prova)









quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vencedores das Mil Milhas - 2003




Em 2003, a vitória das Mil Milhas de Interlagos ficou com o quarteto formado por Ingo Hoffmann, Xandy Negrão, Ricardo Etchenique e Fernando Nabuco, que dividiram a pilotagem do belo Porsche 911 GT3 Nº 9, vindo da Inglaterra para disputar a prova. Durante a madrugada, o Porsche dos vencedores se manteve na 2ª posição, atrás de outro Porsche (Raul Boesel), até que este teve um problema no macaco hidráulico durante uma parada no início da manhã. Daí então puderam assumir a liderança até a bandeirada final, e a vitória veio com 05 voltas de vantagem para o 2º colocado.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Ex - F1 na Stock Car Brasil




















Durante a última etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car, realizada no Autódromo Internacional de Curitiba no último dia 21, a participação de Rubens Barrichello foi bastante comentada pela imprensa e pelo público das corridas automobilísticas. Afinal, apesar das inúmeras críticas recebidas ao longo da sua carreira na F1, sobretudo após o ano de 2000, quando passou a correr pela equipe Ferrari, Barrichello já tem seu nome gravado na história da maior categoria do automobilismo mundial, pois além de ser o piloto que mais largou na categoria, tem seus méritos pelos dois vice-campeonatos (2002 e 2004) e pelas 11 vitórias conquistadas.

Mas o assunto deste post não é especificamente a carreira de Rubens Barrichello, mas sim as participações de pilotos na Stock Car que já competiram na F1. Durante a transmissão, o narrador da rede transmissora oficial disse que 14 pilotos que já correram na F1 já tinham disputado corridas na categoria. Na verdade foram 17 no total, se for considerado o fato de Max Wilson ter sido piloto de testes da Williams em 1998, e da Michelin em 2000 e de Bruno Junqueira ter sido piloto de testes da Williams em 1999 e 2000. Foram eles:

Antônio Pizzonia (2007 - ) Tem dois 3º lugares como melhores resultados.
Chico Serra (1986 - 2007) - Foi campeão 3 vezes: 1999 a 2001 e tem 32 vitórias.
Ingo Hoffman (1979 - 2008) - É o maior campeão da categoria, com 12 títulos e 76 vitórias.
Luciano Burti (2005 - ) - Tem 02 vitórias.
Rubens Barrichello (2012 - )
Ricardo Zonta (2007 - ) Tem um 2º lugar como melhor resultado.
Enrique Bernoldi (2007 e 2009) - Teve como melhores resultados dois 3º lugares. Marcou 49 pontos no total (obtidos somente na 1ª temporada)
Tarso Marques (2006 - 2011) - Venceu 02 vezes.
Esteban Tuero (2005) Piloto Argentino que disputou a temporada de 1998 pela Minardi. Na Stock, correu apenas 02 vezes, na equipe Medley - Mattheis.
Luiz Pereira Bueno (1982) - Participou de 04 corridas naquele ano, após 3 anos sem correr.
Wilson Fittipaldi Jr. (Décadas de 80 e 90) - Estreou em 1982, disputando temporadas não consecultivas nos anos 80 e 90. Tem 02 vitórias.
Jacques Villeneuve (2011) - Correu apenas a Corrida do Milhão, em Interlagos.
Raul Boesel (1979, 2002 - 2006) -  Venceu 03 vezes e foi o 4º colocado no campeonato de 1979.
Christian Fittipaldi (2005 - 2006, 2010) - Marcou 39 pontos no total e o melhor resultado foi um 6º lugar.
Max Wilson (2009 -) - Foi campeão da categoria em 2010 e tem 03 vitórias.
Roberto Pupo Moreno (2005) - Correu apenas a 2ª etapa do Rio de Janeiro, em novembro.
Bruno Junqueira (2011 - 2012) -  Disputou 03 provas e marcou 03 pontos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Diferenças entre primeiros e segundos









Ao longo dos 56 anos de história e 36 edições disputadas, as vitórias na Mil Milhas ocorreram de forma confortável e tranquila em algumas vezes, e de forma mais apertada em outras, sendo o vencedor definido nos últimos momentos da prova.

A primeira grande diferença entre o 1º e o 2º colocado foi registrada em 1958, quando a dupla gaúcha Breno Fornari e Catharino Andreatta conquistou sua 2ª vitória na prova, a bordo da carretera Ford Nº 2, com 8 voltas de vantagem para Chico Landi e José Gimenez Lopes, com a carretera Chevrolet Nº 82 que posteriormente pertenceria a Camilo Christófaro. Essa marca durou até 1993, quando o trio formado por Antônio Hermann, Franz Konrad e Franz Prangemeier, dividindo a pilotagem do Porsche 911 Carrera RS Nº 4, venceu a prova (que teve largada pelo dia) com 11 voltas de vantagem para a dupla André Giaffone e Renato Marlia, que correu com o Aldee Coupê 2.0 Nº 3.

Dois anos depois essa marca foi quebrada novamente, pois Wilsinho Fittipaldi, Franz Konrad e Antônio Hermann venceram a 24º edição com uma vantagem de 15 voltas para o segundo colocado, o Porsche 911 RSR Nº 2 da mesma equipe, conduzido por Franz Konrad, Régis Schuch e Antônio Hermann. Os vencedores correram no Porsche 993 Nº 1.

Em 1997, outra vitória esmagadora, desta vez em outro palco, o Autódromo Nelson Piquet, em Brasília. Na ocasião, Piquet formou trio com Jhonny Cecotto (VEN) e Steve Soper (ING) para dividir a pilotagem do McLaren GTR BMW Nº1, modelo que durante anos foi o mais rápido e mais caro veículo de rua do mundo. O Mclaren de Piquet venceu a prova com a enorme vantagem de 21 voltas para o 2º colocado, um Porsche 911 pilotado por André Lara Resende, Régis Schuch e Maurizio Sala.

As 21 voltas de vantagem de Piquet & Cia só foram ultrapassadas em número 5 anos depois. Em 2002, Raul Boesel, Flávio Trindade e Régis Schuch conquistaram o lugar mais alto no pódio com 27 voltas à frente do AS Vectra 2.0 Nº 71 de Cláudio Ricci, Letícia Zanetti (com 16 anos na época) e Otávio Mesquita. O carro utilizado pelos vencedores foi o Porsche 911 GT3 RS, que já havia conquistado a vitória na prova anterior, em 2001.

Outras grandes diferenças entre o 1º e o 2º colocado foram registradas nos seguintes anos:

1999: 13 voltas
2001: 12 voltas
2007: 12 voltas
2008: 23 voltas

Em mais de uma ocasião (1961, 1966, 1981, 1984) o vencedor e o segundo colocado cruzaram a linha de chegada na mesma volta. Porém, foi em 1961 que a diferença foi mais apertada, ficando em apenas 12 segundos! Na ocasião, os gaúchos Orlando Menegaz e Ítalo Bertão assumiram a liderança da prova quando faltavam pouco mais de 30 voltas para o final. Em 2º vinha a dupla Christian Heins e Chico Landi, que passaram a ser favorecidos pelos pilotos paulistas, já que quando se aproximavam para ultrapassá-los, tinham passagem facilitada, enquanto que os gaúchos sofriam para ultrapassar alguém, pois todos fechavam a porta quando os líderes tentavam passar. A artimanha acabou não funcionando, pois a vitória veio para Menegaz e Bertão, ainda que com 12 segundos apenas de vantagem.